sábado, 7 de outubro de 2023

Wargame II (MIA)


A "bomba" de Outubro é um pouco diferente do habitual. Por várias razões, senão vejamos...

Em primeiro lugar, não estamos perante um jogo original, antes um MOD criado por António Godinho, baseado no jogo Russian's Attack, de 1987, que apareceu primeiro como type-in na MicroHobby e que chegou mais tarde a ter lançamento físico em Espanha através da A.B.C.. No entanto, as melhorias são tantas que se justifica que seja devidamente catalogado nas principais páginas do ZX Spectrum. E na nossa base de dados, obviamente.

Em segundo lugar porque é um género que não estamos habituados a ver nos programadores Portugueses. É verdade que tivemos dois jogos nacionais do género que não chegaram a ser terminados, Romans Against Carthaginians, já numa fase bastante avançada e que recriaria as Regras Púnicas, e  Worldwide Thermonuclear War, que teria muitas semelhanças com este Wargame II e, por consequência, com o clássico Theatre Europe, que parece ser a principal inspiração deste jogo. O cenário é o de uma guerra na Europa, confrontando-se as tropas da NATO e do Pacto de Varsóvia. Isto há com cada coincidência, infelizmente...

Não iremos apontar as muitas diferenças entre o jogo original e Wargame II, antes iremos explicar o funcionamento deste. Assim, tudo se desenrola ao longo de praticamente um único ecrã, existindo alguns outros ecrãs que são meramente informativos ou de suporte às nossas decisões.

A acção desenrola-se por turnos, começando a NATO a movimentar-se, passando depois para o Pacto de Varsóvia. Apenas podemos assumir o comando dos exércitos da Nato, pelo que somo nós a iniciar as hostilidades. As nossas tropas estão representadas no mapa da Europa por um triângulo, enquanto as do inimigo, por quadrados preenchidos. Os quadrados transparentes representam os países neutrais, mas que também podemos conquistar. 

As hipóteses ao nosso dispor são as seguintes (podemos executar várias acções ao longo de um dia / turno):

  • 0. Terminar turno
  • 1. Ataque convencional (definimos o país que queremos atacar e o país que ataca, mas terão que estar adjacentes)
  • 2. Ataque nuclear (temos cinco mísseis ao nosso dispor, infligindo baixas brutais ao inimigo)
  • 3. Ver os exércitos alocados em cada país
  • 4. Movimentar tropas de um país para outro (devem estar adjacentes)
  • 5. Reforços terrestres
  • 6. Reforços aéreos
  • 7. Ver os resultados da última batalha
  • 8. Rendição
  • 9. Localizar país
As opções são bastante intuitivas e tem mesmo a vantagem de não ser necessário colocar o nome completo do país, para o computador perceber a qual nos referimos. Para um wargamer que se inicie nestas andanças, o jogo é suficientemente fácil e intuitivo, permitindo que mesmo aqueles que não estão habituados ao género, consigam ir até ao fim. Claro que lhe falta a complexidade de um jogo como Battlefield Germany ou até mesmo de Theatre Europe, para ser do agrado dos mais experimentados no género. Mas não se pode ter tudo.

No entanto, apesar do trabalho muito meritório de António Godinho, encontrámos algumas falhas:
  • O jogo é muito fácil, na nossa primeira  incursão dizimámos as tropas de Leste no final do quarto dia (ver ecrã abaixo). Claro que já temos muita experiência neste tipo de jogos, mas parece-nos que as opções de base são um pouco limitadas (o original já assim era, até porque foi desenvolvido em BASIC).
  • Cuidado com a opção 3, pois depois de a activarmos, não conseguimos voltar ao mapa (supostamente deveríamos digitar "End" para regressarmos ao mapa da Europa). Poderá ser uma flha no código. Ou poderemos simplesmente não ter encontrado a palavra que faz com que regressemos ao mapa.
  • A RFA (FGermany) e a RDA (DGermany) estão trocadas. Assim, controlamos inicialmente a RDA e não a RFA. 
  • A opção 9, localizar país, também não parece permitir seleccionar o local que queremos encontrar.
  • Por alguma razão estranha, parece não funcionar no modo 48K.
Mas mesmo com estas falhas, Wargame II joga-se com muito agrado. Mesmo quem não gosta do género, não vai deixar de ficar cativado pelo jogo, que encontrámos numa das cassetes do Mário Viegas e que continha mais alguns trabalhos do António Godinho.

Poderão vir aqui descarregar este MOD.

2 comentários: