quinta-feira, 11 de julho de 2024

Knightmare


Nome: Secrets: Knightmare
Editora: Bitmap Soft
Autor: Tom Potter
Ano de lançamento: 2024
Género: Aventura
Teclas: Redefiníveis
Joystick: Kempston, Sinclair
Memória: 48 / 128K
Número de jogadores: 1
Descarga: Em breve

Knightmare foi uma série de TV do género D&D, que teve amplo reconhecimento em terras de Sua Majestade. Tanto que até deu origem em 1987 a um jogo para o ZX Spectrum, lançado pela Activision. No entanto, como a série não passou no nosso país (pelo menos que tenhamos tomado conhecimento), é relativamente desconhecida do público nacional e, suspeitamos, também do público de muitos outros países. E isso fará alguma diferença no desenrolar do jogo, pois muitas das charadas estão directamente relacionadas com situações passadas durante o programa. Mas nada que um pouco de cultura geral não possa colmatar a situação, já que algumas das questões exigem conhecimentos de história Inglesa, ou mesmo de algum raciocínio lógico-matemático. Ou então, poderemos sempre ir pelo caminho mais difícil, isto é, tentativa e erro...

Isto tudo para dizer que é muito provável que esta aventura agrade bastante mais ao público Britânico, do que ao Espanhol ou Português, por exemplo. Estes últimos podem sentir alguma frustração por não conseguir responder satisfatoriamente a algumas charadas. Claro que é possível à mesma terminá-lo sem que consigamos responder a tudo, no entanto, acertando nas questões e quebra-cabeças, o caminho fica bem mais fácil e são-nos dados objectos que vão fazer toda a diferença no ultrapassar de certos obstáculos ou situações.

Ainda antes de entramos no jogo propriamente dito, vamos também desvendar um pouco da história. Assim, muitos anos se passaram desde que algum corajoso aventureiro passeou pela masmorras do Castelo de Knightmare. Mas agora, um grande tumulto abala o reino e a masmorra abre mais uma vez as suas portas àqueles que são corajosos o suficiente para se aventurarem lá dentro! 

De facto, durante muitos anos, a paz e a esperança prevaleceram em todo o reino. No entanto, os cidadãos desconheciam que nas catacumbas mais profundas existia um perigo mortal. Pois, Lord Fear, que se pensava ter sido banido para toda a eternidade, esperou pela sua hora, construindo secretamente um poderoso exército de mortos-vivos e hordas de duendes vorazes. E um dia, enquanto o vento frio uivava e a Lua cheia surgia, Lord Fear enviou os seus lacaios para devastar o reino outrora pacífico, num frenesim de pilhagem e destruição. Os seus lacaios salgaram a terra e queimaram as aldeias, antes de se virarem para o próprio Castelo, onde escalaram as poderosas ameias, subjugaram as suas defesas e invadiram a sala do trono, apoderando-se da Coroa.

A verdadeira Rainha não foi avistada desde essa fatídica noite, levando alguns a acreditar que poderá estar ainda dentro do Castelo. Viva ou morta, isso não se sabe. Entretanto, a Espada do Reino, que atribuí o governo da nação, foi quebrada e os seus pedaços espalhados pelas masmorras, tendo Lord Fear iniciado um reinado de terror, com as suas forças a avançarem todas as noites para aterrorizar e escravizar a população intimidada.

Surge então no meio do caos e da destruição um valente aventureiro, puro de coração e nobre de espírito, cuja missão é aventurar-se nas profundezas do Castelo Knightmare e destituir Lord Fear. Terá ainda que encontrar os pedaços da Espada do Reino despedaçada, localizar a Rainha desaparecida e, ao reuni-los, restaurar a ordem, acabando com a tirania de Lord Fear.

Como podem ver, uma história tão rica teria que dar origem a um jogo igualmente rico. E assim acontece, pois este é extremamente variado, com três níveis e inúmeras fases em cada um deles, todas ou quase todas bastante diferentes umas das outras. E para todos os gostos, pois algumas vão ser do agrado dos que gostam de quebra-cabeças, outras de quem gosta de desafios de perícia e reflexos (arcade), e ainda outras, para os aventureiros, tal e qual como o herói deste jogo. Claro que cada fase é relativamente curta e corresponde apenas a um ecrã, mas também não se poderia ter tudo em apenas 48K (a versão 128K tem como extra a música AY da autoria de Joe Olney).

As fases de arcade são realmente difíceis, fazendo jus ao show de TV que, pelo que dizem, também tinha um grau de dificuldade bastante elevado para quem concorria. Em alguns dos desafios, se não estivermos munidos de determinado objecto recolhido em fases anteriores, é praticamente ou mesmo impossível de serem ultrapassados. Por exemplo, como vamos disparar contra caveiras ou outras diabruras, se não estivermos devidamente apetrechados com uma arma? Ou como evitamos o fogo inimigo se não tivermos determinado feitiço que permite tornar-nos invisíveis? É que não só o tempo conta, fazendo diminuir a energia à medida que os segundos vão passando, como qualquer contacto com os inimigos ou armadilhas delapida rapidamente a nossa saúde. E quando a energia chega a zero, o jogo inapelavelmente termina.

Temos também os testes de conhecimento, no qual os magos nos colocam três questões de resposta múltipla, e nas quais devemos acertar, se queremos depois recolher os úteis objectos que são colocados na mesa, bem como a muito desejada energia (atenção que um dos objectos não se deve recolher, agora qual deles, eis o dilema...). Além disso, dão ainda importantes dicas para se ultrapassar alguns ecrãs que se vão encontrar mais à frente, como por exemplo, indicar a a cor dos escudos que abrem as portas para o ecrã seguinte. Assim, se não conseguirmos acertar todas as respostas e anotarmos as dicas num papel, dificilmente avançaremos mais à frente na aventura. E sim, leram bem, vão ter que estar munidos de papel e caneta para ir anotando as dicas, tal e qual como fazíamos nos anos 80 (há quanto tempo não surgia um jogo que nos impusesse isto?).

Entre outras que se vão encontrar ao longo desta aventura, existe ainda mais uma fase que gostámos particularmente e que coloca o nosso personagem num labirinto no qual tem que ir pressionando os botões que vão activando as portas e os teletransportadores, conforme a cor associada no momento (ver ecrã acima), para se poder recolher a chave e chegar à porta de saída. Está aqui na altura de dar uso às nossas células cinzentas, num desafio bastante estimulante. E difícil...

Knighmare vale então pela sua originalidade e pela diversidade de desafios e tarefas. De facto, esta aventura mostra bem a versatilidade de motores como o AGD (foi desenvolvido em MPAGD) ou o La Churrera, que permitem criar jogos muito mais complexos ou interessantes do que simples platformers. E isso poderá vir a trazer novos adeptos e programadores para este tipo de ferramentas.

Vale a pena então dar uma valente espreitadela a Knightmare. É uma belíssima estreia no mundo do ZX spectrum e quem se sentiu decepcionado pelo jogo da Activision, tem aqui uma boa hipótese de sentir na pele aquilo que os concorrentes da série de TV sentiram nos anos 80. E enquanto o jogo não surge em formato digital (ou na versão física), podem vir aqui consultar a página de Tom.  

7 comentários:

  1. Obrigado, André.
    O jogo parece promissor. Aguardemos pelo lançamento. Off-topic, gostaria de saber onde e como adqurir o jogo Varina. Já contactei a Espectro e não obtive qualquer resposta. Obrigado

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. É engraçado, sim. Já passei a msg ao Filipe ;)

      Eliminar
    2. Obrigado :-)

      Eliminar
    3. Olá Nuno, não temos previsão para colocar o jogo à venda a curto prazo. Mas havendo novidades, será anunciado aqui no Planeta.

      Eliminar
    4. Fico a aguardar! Obrigado.

      Eliminar
  2. Olá, Knightmare teve a sua versão na TV espanhola: "El rescate del talismán", eu gostava muito!

    ResponderEliminar