sexta-feira, 2 de abril de 2021

S.O.L.O.


Nome: S.O.L.O.
Editora: NA
Autor: Angel Colaso
Ano de lançamento: 2021
Género: Plataformas
Teclas: Redefiníveis
Joystick: Kempston, Sinclair
Memória: 48 K / 128 K
Número de jogadores: 1

As três leis da Robótica

1. Um robô não pode ferir um ser humano ou, por inação, permitir que um ser humano sofra algum dano.

2. Um robô deve obedecer às ordens dadas pelos seres humanos, exceto quando estas entram em conflito com a Primeira Lei.

3. Um robô deve proteger sua própria existência, enquanto tal proteção não entra em conflito com a Primeira ou Segunda Lei. 

Poderiam ser as três leis de Robocop, mas não, são os três mandamentos da robótica criados pela humanidade. Foi em 2473 e estava-se no planeta Tartessos. Inexplicavelmente, os humanos deixaram de minerar este mundo, deixando ao seu destino centenas de robôs, sob a tutela de uma inteligência artificial chamada I.S.A.C. ("Information Sharing and Analysis Center"), possivelmente homenageando Asimov. Os robôs continuam o seu incansável trabalho, mas as extrações de "Ether" (substância valiosa na galáxia, uma espécie de cripto moeda), começam a afetar os circuitos e as mentes positrónicas de alguns dos robôs. E eis que 100 anos depois, entramos nós em cena...

Depois da mega produção que foi La Reliquia, consensualmente considerado como um dos grandes jogos de 2020, Roolandoo trouxe-nos novo jogo criado com o MPAGD. E embora não tendo a dimensão do primeiro, S.O.L.O. apresenta novos desafios, fugindo um pouco ao tradicional platformer ou até ao arcade adventure. Assim, cada ecrã apresenta diferentes quebra-cabeças, aumentando indubitavelmente o seu interesse, numa altura em que começa a notar-se por parte da comunidade algum cansaço, ou pelo menos indiferença, no que toca a jogos criados com os habituais motores (AGD, La Churrera, ...), e que não tragam algo de novo. É consequência da autêntica fatura que temos tido nos últimos anos, tendo o seu expoente em 2020 com o aparecimento de cerca de 250 jogos novos. É assim fundamental terem algo inovador, se querem captar o interesse da comunidade.

Felizmente S.O.L.O., tal como os lançamentos que temos tido nos últimos tempos, tem algo que o distingue dos restantes. Não ao nível gráfico ou sonoro, embora aquilo que apresenta, fá-lo muito bem. Não, onde realmente se distingue é ao nível da mecânica. Senão vejamos: o robô que controlamos tem várias capacidades, qualquer uma delas permitindo ultrapassar os muitos obstáculos e inimigos que povoam as várias zonas. Tem assim a possibilidade de se encolher, mesmo em vôo, permitindo passar nos recantos mais baixos. Mas também dá saltos imensos e, se apanhar um determinado item, pode mesmo voar.

Uma das características deste robô é então acoplar à sua fuselagem alguns objectos que expandem as suas capacidades, mas atenção, apenas pode ter um de cada vez e escolher o mais indicado para cada situação é uma das decisões estratégicas que temos que tomar durante o jogo. Já falámos no objecto que lhe permite voar, mas existe um outro que permite disparar um laser, eliminando os inimigos (tem que estar em movimento para que a arma funcione), outro que permite derreter o gelo e ainda uma chave que permite abrir as portas. Tem ainda a possibilidade de movimentar caixotes, não só atingindo os inimigos, mas permitindo depois chegar a pontos mais elevados. Se por acaso nos enganarmos no objecto que acoplamos ao robô, poderemos ter que utilizar a sua última capacidade: desintegrar-se, recomeçando o nível.

De cada vez que completamos uma zona, temos acesso ao local onde se encontra a nossa nave. Ai vamos também tomando conhecimento do passo seguinte a dar. Curiosamente, a última das zonas (a nave) foi a que menos gostámos, assemelhando-se muito mais a um típico jogo de plataformas, não apresentando quebra-cabeças para serem resolvidos. Felizmente que tem menos ecrãs, mas de alguma forma parece dar a indicação de que a memória se terá esgotado quando o jogo se aproximava do seu final.

S.O.L.O. é assim um muito agradável desafio criado por Roolandoo, fazendo lembrar alguns dos criados por Andy Johns (Ooze) ou John Blythe (Foggy's Quest). Fosse um pouco maior e teria o estatuto de Mega Jogo. De qualquer forma, estamos perante um valor seguro da nova geração de programadores, com a certeza que no futuro ainda nos irá trazer muitas alegrias. E por falar nisso, onde andam os Johns, que ultimamente têm andado muito silenciosos?

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