Nome: Gilligan's Mine
Editora: Clebin Games
Autor: Chris Owen
Ano de lançamento: 2024
Género: Plataformas
Teclas: Não redefiníveis
Joystick: Kempston, Sinclair
Memória: 128 K
Número de jogadores: 1
Link para descarga: Aqui
Gilligan's Mine é apenas o segundo jogo desenvolvido para o ZX Spectrum por Chris Owen. E a evolução entre Smudge: Bad Moonee Rising, o primeiro, e este segundo trabalho, é brutal. Se o primeiro jogo, embora tivesse alguns elementos interessantes, não se destacava por ai além da restante concorrência, com este remake de Gilligan's Gold, um jogo lançado pela prestigiada Ocean Software em 1984, o autor entra definitivamente para a galeria das grandes promessas.
Em abono da verdade diga-se que o original da Ocean, e apesar de ter saído na talvez mais famosa editora do ZX Spectrum, era um trabalho mediano, com gráficos muito arcaicos (mesmo para 1984), e com um nível de dificuldade desiquilibrado, não incentivando a passar-se muito tempo com esse jogo. Além disso, apenas tinha três níveis, muito semelhantes uns com os outros, e rapidamente o factor "novidade" se dissipava.
Em Gilligan's Mine continuamos a ter apenas três níveis, mas estes são agora completamente diferentes uns dos outros. Cada um deles tem três ecrãs, e aqui reside talvez a principal lacuna deste jogo, pois apesar de um grau de dificuldade que continua a ser elevado (mas não impossível), os jogadores mais experimentados rapidamente irão terminá-lo, sendo que depois voltam ao primeiro nível, resumindo-se o objectivo a fazer o máximo de pontuação possível. Por falar nisso, seria interessante ter-se uma tabela de pontuações, algo que, para já, ainda não está contemplado. No entanto, Chris Owen tem vindo a "ouvir" a comunidade e a fazer melhoramentos (já vai na terceira versão, e mais são esperadas nos próximos tempos).
O objectivo em Gilligan's Mine é muito simples. Assumimos o papel de um garimpeiro que entra numa mina e que tem que recolher os sacos de ouro, levando-os de volta para o carro-de-mão. Quando os recolhemos todos, passamos ao nível seguinte. Mas bem sabemos como as minas são perigosas, e esta não é diferente do que acontece na vida real.
O primeiro perigo a termos em conta são os bandidos que patrulham a mina e que tentam evitar que consigamos apanhar os sacos. A maior parte das vezes andam na sua vidinha, sem se importarem com o que acontece à sua volta, no entanto, por vezes entram em modo perseguição e ai é bom termos uma rota que lhes permita escapar (qualquer contacto com o bandido é fatal). Ou isso ou nocauteá-los, e para isso temos duas formas de o fazer. Ou estamos munidos da picareta, que também serve para desbloquear algumas paredes e que por isso convém não as gastar todas (de cada vez que atingimos um bandido, a picareta evapora-se), ou então, quando os bandidos estão a subir as escadas, e caso estejamos posicionados por cima deles, podemos deixar simplesmente cair-lhes uma picareta ou um saco de ouro por cima. Depois é correr, pois o nocaute não dura para sempre e passado algum tempo os bandidos retomam a sua vida.
Existem ainda os elevadores e os vagões. Embora estes tenham como objectivo levar o nosso garimpeiro a outros pontos da mina, também são um elemento perigoso. As quedas são fatais e se cairmos no poço do elevador sem que tenhamos conseguido entrar no elevador, é mais uma vida que se perde. Mais satisfatório é viajar nos vagões, algo que nos traz à memória Roller Coaster. Existem pontos específicos para se conseguir entrar neles e, por vezes, é a melhor e mais rápida forma de viajarmos entre os ecrãs, sem termos que estar preocupados com os bandidos (quando estamos dentro do vagão os bandidos não nos podem fazer mal).
Falámos na rapidez e essa é um factor muito relevante em Gilligan's Mine. Embora não exista um tempo limite fixo para se terminar cada nível, teremos que rapidamente colocar os sacos de ouro no carro-de-mão (este, com excepção do terceiro nível, pode ser deslocado entre os ecrãs, para mais rapidamente o conseguirmos encher). De cada vez que colocamos um saco, o relógio, assinalado como "Bonus" na parte inferior do ecrã, começa em contagem decrescente. Se o tempo chega a zero, não só não temos qualquer pontuação por recolher o saco de ouro, como perdemos uma vida. Há assim que gizar uma estratégia conducente a escolhermos o melhor caminho para recolher todos os sacos, sem que se esgote o tempo. E esta estratégia depende não só do local onde os sacos se encontram, mas também a posição dos próprios inimigos, que, por vezes, permanecem irritantemente nos pontos pelos quais necessitamos de passar para chegar ao carro-de-mão.
O jogo ainda necessita de pequenas correcções, que seguramente irão ser feitas nos próximos tempos, até porque poderá haver uma surpresa mais à frente (a nossa boca é um túmulo enterrado numa mina). Uma delas, o movimento dos inimigos, pode efectivamente vir a ser melhorado. O grau de dificuldade, depois de uma primeira versão que era muito pouco benevolente para o jogador, com um tempo muito curto para se recolher os sacos, e com os inimigos demasiado tempo em modo "perseguição", está agora mais afinado e constitui uma experiência bastante mais proveitosa, prova que compensa ouvir a comunidade, como Chris Owen fez.
Não é portanto segredo que gostámos bastante de Gilligan's Mine. Hoje em dia são poucos os jogos que nos trazem aquele sentimento de que estamos perante um jogo "old school". O último terá talvez sido Dr. Acula. E agora, voltámos a ter aquelas sensações tão boas que nos transportam de volta à infância. Nem que seja por isso, vale a pena experimentar este jogo. Não é um Mega Jogo, mas anda lá muito perto (tivesse mais dois ou três níveis, e seguramente que seria). Mas temos a certeza que com a evolução que Chris Owen tem vindo a revelar, o próximo trabalho poderá lá chegar.
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