sábado, 21 de dezembro de 2019

Just a Gal


Nome: Just a Gal
Editora: NA
Autor: ZOSYA Entertainment
Ano de lançamento: 2019
Género: Race'n'chase
Teclas: Não redefiníveis
Joystick: Não
Memória: 48 K / 128 K
Número de jogadores: 1

Para quem não sabe, a ZOSYA Entertainment é a equipa do ilustre Oleg Origin, responsável pelos fabulosos Metal Man Reloaded e Crystal Kingdom Dizzy (remake), entre outras pérolas, tendo-nos presenteado na mais recente edição da Yandex Retro Games Battle 2019 com nada menos, nada mais, do que três jogos. O primeiro, Drift!, tecnicamente muito evoluído mas apresentando alguns problemas ao nível da jogabilidade, que poderão ser colmatados pelos mais persistentes com paciência para dominarem o sistema de controlo da viatura, como já o vimos. A segunda proposta é Just a Gal, que apesar do título e do ecrã de carregamento, diz respeito a uma competição de motociclismo.

Assumimos então a pele de um motociclista, Maureen Miles, que vai competir no Campeonato do Mundo da especialidade. O objectivo é vencer a competição, completando os 24 circuitos. Para isso vai ter que derrotar 24 oponentes, alguns mais fortes que outros. Estamos assim perante um clone de  Full Throttle e Super Hang-On, compensando algumas lacunas desses, mas relativamente ao último perdendo em alguns outros aspectos.


O primeiro passo é escolher o modo de corrida. Existem três: no modo de arcada limitamo-nos a correr pela pontuação, numa corrida sem fim, que apenas termina quando caímos três vezes. Pouco interesse tem, a não ser como modo de treino. O segundo modo é o de corrida individual, com três pistas à escolha, Eslováquia, Noruega e curiosamente Moçambique. Aqui já se começa a ter uma ideia daquilo que se vai encontrar neste jogo. Depois de estarmos já familiarizados com a condução da mota, podemos entrar então na opção que verdadeiramente interessa: o modo de campeonato.

O modo de campeonato apresenta 24 diferentes circuitos, incluindo o de Portugal, com direito a mapa e tudo. Temos também a possibilidade de tentar a fase de qualificação, conseguindo assim um lugar melhor na grelha de partida, ou avançar logo para a corrida, neste caso sendo largado da última posição da grelha. Um pormenor interessante, se dermos ao pedal mais cedo do que é suposto, dá-se uma falsa partida e somos relegados de imediato para a última posição na grelha.

Os oponentes diferem no nível, os mais rápidos vão competir pela vitória no campeonato, enquanto que os mais lentos apenas servem para nos atrasar. No entanto nem tudo é mau quando andamos por trás de um oponente, pois tal como nas corridas reais, podemos usufruir dos cones de aspiração para ganhar velocidade e ultrapassá-los.

Até aqui tudo bem, mas vamos então às principais lacunas deste jogo, que embora não sendo mau, nem sequer mediano, poderia ser ainda melhor caso alguns pontos fossem afinados. Assim, a nosso ver, o principal factor a ser melhorado está relacionado com os cenários. São todos muito iguais, ou parecem, pois apenas existe o horizonte ao fundo e a pista. Nas laterais não existe qualquer tipo de objecto, nem que fossem uns pneus empilhados, e isso retira um pouco a sensação de velocidade. Talvez não tenha havido memória para mais, mas seria preferível retirar alguns circuitos, melhorando os factores exteriores. ou até eliminar o modo arcada, que a nosso ver parece supérfluo.


Depois, ao contrário de Super Hang-On, cujo nível de dificuldade era muito alto, excessivo, até, neste caso parece-nos que é demasiado baixo. Apesar de só conseguirmos verdadeiramente ganhar posições aos nossos oponentes nas curvas, depois de fazermos três a quatro corridas já as estávamos a vencer sem grande dificuldade. Um dos principais problemas do Super Hang-On era sermos abalroados por trás pelos adversários, isto aqui não acontece, felizmente, mas talvez se pudesse perder mais tempo de cada vez tocamos  uma outra mota ou nos separadores laterais. Isso iria também fazer com que tentássemos ser mais perfeitos na condução, em vez de aceleramos sempre na mecha.

Finalmente, o ponto mais importante neste tipo de jogos: o sistema de controlo. Não sendo perfeito, é bastante razoável, muito superior ao método escolhido para Drift!. É sem dificuldade que se consegue conduzir esta mota, não tendo a complexidade que TT Racer apresentava, por exemplo, e que fez com que muitos não explorassem devidamente aquele que é um excelente (e inovador) jogo. Just a Gal é muito mais imediato neste aspecto, sendo mais um jogo de arcada do que um simulador.


Graficamente, e embora já tenhamos referido a falta de objectos nas laterais, cuja consequência imediata é fazer diminuir a sensação de velocidade, o conjunto é bastante aceitável. As cores estão bem escolhidas, não interferindo minimamente na condução, e as motas parecem-se realmente com motas, no fundo uma fórmula (vencedora) semelhante mais uma vez a Super Hang-On, sem dúvida o jogo que lhe serviu de inspiração (sem qualquer maldade na forma como o referimos). Ao nível sonoro é funcional, e curiosamente notámos diferenças rodando no modo 48 K e no modo 128 K.

No entanto, pese embora algumas lacunas e monotonia, neste caso inerente ao próprio conceito de jogo, Just a Gal será do agrado de todos aqueles que apreciam o género. Pode-se dizer que é mesmo dos melhores, embora não consiga tirar do trono Super Hang-On, ou até Enduro Racer, este, noutro registo. Se poderia ser ainda melhor? Sim, poderia, mas o que aqui se tem já é o suficiente para nos entreter durante muitas e boas horas.

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