terça-feira, 31 de dezembro de 2019

RoboBro: Episode 1


Nome: RoboBro: Episode 1
Editora: NA
Autor: Hippiman & Conscience
Ano de lançamento: 2019
Género: Plataformas
Teclas: Não redefiníveis
Joystick: Sinclair
Memória: TRD
Número de jogadores: 1

Até estávamos a estranhar, com tanto jogo a vir do Leste, ainda nenhum dos que entrou na competição Yandex Retro Games Battle 2019 estar focado nos clones russos. Mas eis que Hippiman, com quem colaborámos em Dizzy and the Mystical Letter, emparceirou com a sua equipa preferida (Verm-V nos gráficos e Yerzmyey na música), fez uns ajustes no motor de Dizzy Scripting Engine, e lançou RoboBro: Episode 1. Estando o jogo vocacionado para uma máquina com mais capacidade que o Spectrum, não é comparável com as restantes propostas a concurso, e a nossa avaliação reflecte isso mesmo.

Quem também pense que o que aqui vai encontrar é um clone de Dizzy, pode desde já tirar o cavalinho da chuva. RoboBro é um puro platformer, fazendo antes lembrar Super Mario Bros. (o título do jogo não é inocente). Não obstante, e como seria de esperar, os cenários têm óbvias semelhanças com os do famoso ovo. Não existem objectos para serem recolhidos e colocados num local específico, apenas coleccionar moedas, se bem que no penúltimo nível, quando entramos nas grutas, seja necessário algum planeamento prévio para se conseguir terminar a aventura.


A nossa personagem também nada tem a ver com um ovo, muito menos tem forma oval. Controlamos um robô que ao longo de vários níveis tem que alcançar alguns pontos de controlo. Quando isso acontece, um balão verde é enchido, num efeito bastante bem conseguido. Aliás, os autores tiveram muito cuidado com todos os pormenores, incluindo a vertente gráfica, que se encontra próximo da perfeição, assim como o som, bem ao estilo de Yerzmyey.

Outro pormenor que gostámos particularmente: de cada vez que terminamos um nível, vamos ter a um ecrã com o mapa do jogo e é-nos dada uma password que permite recomeçar nesse ponto, se quisermos fazer uma pausa. Não que o jogo seja particularmente comprido ou difícil, mas nos níveis mais avançados já se perde vidas com uma frequência maior e seria ingrato voltar a fazer todo o caminho.

Existe também uma grande diversidade nos diferentes níveis. Assim, não é para se ficar admirado quando um dos níveis tem como objectivo subir uma grande montanha, sendo completamente diferente dos restantes. Encontramos ai plataformas que desaparecem, outras que são feitas de gelo (com as consequências que se imagina), e uma variedade bastante grande de criaturas que não podemos tocar, aliás elemento comum a todo a aventura.


Toda esta diversidade é uma das grande mais-valias, pois em momento algum se torna monótono. Embora a mecânica e movimentos não sofram grandes alterações ao longo dos diferentes níveis, a forma de jogar não é sempre igual. Se alguns dos inimigos podem ser eliminados saltando-se em cima, outros há que têm que ser evitados a todo o custo. Mesmo nos diferentes tipos de piso, só com a experiência iremos identificar aqueles que representam um poiso seguro, aqueles que nos arrastam para armadilhas, ou aqueles que de forma alguma podem ser tocados. Não nos podemos esquecer que robôs e água não são uma combinação que funcione bem.

A jogabilidade é também muito boa, os movimentos são de uma graciosidade a toda a prova, incluindo o efeito de inércia de Robo, que tal como na vida real quando corremos, não consegue parar imediatamente. E é um mimo vê-lo deslizar na água. Por outro lado, o nível de dificuldade é perfeitamente ajustado. mesmo quem é mais aselha, com o sistema de palavras-passe, mais tarde ou mais cedo conseguirá chegar ao fim. Se existe algo que gostaríamos de ver melhorado, apenas os diálogos serem traduzidos para inglês, pois alguns pormenores estão-nos a escapar por não entendermos a língua.

Um pormenor final para o sistema de controlo. Quem já conhece os jogos de Hippiman, nomeadamente Dizzy and the Mystical Letter (o jogo que traduzimos para português), já estará familiarizado com o sistema. Tem assim dois modos de teclado, o clássico e o normal, mas o programador também contemplou o joystick Sinclair.

Este é assim um jogo que todos os que gostam de jogos de plataformas e de arcada irão apreciar. Não exige grande disponibilidade mental, sendo perfeito para se passar umas horas valentes a saltar de um lado para outro. Cumpre eficazmente os objectivos a que se propôs e esperamos agora ansiosamente pelo episódio seguinte. Não é Dizzy mas é bom que se farta…

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