domingo, 22 de março de 2020

Gnoni 2020


Nome: Gnoni 2020
Editora: NA
Autores: Azimov
Género: Acção
Ano de lançamento: 2020
Teclas: Não redefiníveis
Joystick: Kempston, Sinclair
Memória: 48 K
Número de jogadores: 1

A personagem Gnoni apareceu pela primeira vez em 1988 no número 183 da MicroHobby. E é curioso que só recentemente o descobrimos, após aparecer num episódio do Arnau Jess, programa que não dispensamos de ver, embora  a maior parte das vezes em modo "anónimo". Mas pelos vistos era bem conhecido de nuestros hermanos, tanto que Azimov recuperou a personagem e criou um jogo inteiramente diferente do original.

Gnoni parece-se muito com um personagem da BD que agora nos escapa o nome, e é um pontos de atracção desta aventura. Embora os cenários estejam um pouco despidos, os personagens tipo cartoon conseguem dar um colorido diferente ao jogo, contribuindo para atracção à primeira vista. Mesmo o modo como Gnoni se desloca faz lembrar o bonacheirão Garfield, embora a mecânica de jogo seja completamente diferente.

Assim, o nosso personagem teve uma avaria na sua nave e foi obrigado a aterrar num planeta desconhecido. Tem agora que conseguir encontrar oito objectos e só então poderá seguir viagem. O planeta não é muito grande, são apenas 28 ecrãs, a maioria em tons de amarelo a fazer lembrar o deserto, mas também inclui uma caverna, mudando a perspectiva vista de cima, para uma perspectiva típica dos jogos de plataformas. Ponto positivo também para esta diversidade.


Convém ainda explorar todos os recantos, pois existem pelo menos dois pontos que dão acesso a novos ecrãs, e consequentemente a também dois objectos. Aliás, inicialmente até pensámos que o jogo teria um bug, pois em alguns pontos conseguíamos passar por cima da vegetação. Só depois percebemos que isso tinha uma razão de ser, e mais não dizemos, pois iria estragar parte do prazer de explorar todos os cenários.

Gnoni apenas se pode deslocar nas quatro direcções, não tendo consigo nenhuma arma. Quer isso dizer que terá que contornar todas as bichezas do inóspito planeta, tais como cobras, mosquitos gigantes e até bolas de energia. Além disso alguns obstáculos naturais são fatais, nomeadamente aqueles que se encontram na caverna (estalagmites, estalactites e lava). Mas aqui reside o principal problema: um sistema de colisão muito pouco afinado. Por vezes ainda estamos a uns bons palmos do inimigo ou obstáculo, e perdemos surpreendentemente a vida. Talvez fosse preferível ter um sistema mais benevolente, mesmo que pouco credível, pois estas mortes tornam o jogo frustrante. A única vantagem é que existem quatro pontos pontos espalhados pelo mapa em que poderemos recuperar a todo o momento as vidas perdidas.


Para tornar a tarefa ainda mais frustrante, em alguns pontos morremos e vamos parar a um ponto diferente do cenário. Por vezes, para voltar ao local onde estávamos, teremos que andar alguns ecrãs para trás e percorrer caminho que já havíamos feito. Isto acontece na caverna, mas se por um lado é um pouco ingrato, por outro até podemos utilizar esta artimanha a nosso favor, podendo também atalhar caminho dessa forma, sabendo ainda por cima que existe próximo um ponto para recuperação das vidas perdidas. O que já não é tão agradável é entrar em ecrãs nos quais morremos imediatamente, algo que também acontecia em Bandito, ainda de forma mais frequente que em Gnoni 2020.

Mesmo tendo em conta todas estas arestas que se encontram por limar, Gnoni 2020 tem a capacidade de nos cativar instantaneamente, quer seja pela excelente melodia de entrada, da responsabilidade de AsteroideZX, quer seja porque a própria personagem, com os seus grandes olhos e andar gingão nos convida a deambular pelos cenários criados pelo programador.

Se poderia ser melhor? Obviamente, tanto que Dave Hughes, amplamente conhecido por personagens com características não muito diferentes de Gnoni (Irmãos Feijoca e Sprouty, por exemplo, jogos que traduzimos para português), pegou no código e corrigiu a maior das pechas: o sistema de colisão. Assim, esta nova versão torna agora o desafio mais justo, aumentando o prazer que dele retiramos.

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