domingo, 29 de março de 2020

The Curse of Rabenstein


Nome: The Curse of Rabenstein
Editora: Puddle Soft
Autor:  Stefan Vogt
Ano de lançamento: 2020
Género: Aventura de Texto
Teclas: NA
Joystick: NA
Memória: 128 K (+3)
Número de jogadores: 1

Enquanto não chega Hibernated 2, o sucessor de This Place is Death, Stefan Voght decidiu criar uma aventura em tons fantasmagóricos, tão ou mais macabra que as suas anteriores deambulações. É também o primeiro lançamento da Puddle Soft, um colectivo formado por membros da Pond (que lançou os restantes jogos de Vogt), e tem como missão criar novos jogos para os computadores clássicos de 8 e 16 bits dos anos 80 (mas também para o Next). The Curse of Rabenstein, segundo o seu autor, inspira-se nas célebres aventuras da mítica Level 9, de certa forma homenageando-a.

A acção decorre em 1862, mais precisamente no dia 29 do mês 9. Regressamos de Zurique, onde tivemos uma interessante troca de impressões com um médico. Esperamos atravessar o Reno dentro de alguns dias e permanecer um pouco em Estrasburgo, para gozar a melancolia do Outono, mas por ora atravessamos a Floresta Negra, quando de súbito a nossa carruagem pára no meio de nenhures e percebemos que o nosso cocheiro se encontra perdido.

"We should try to find a place to stay for the night. The horses need a rest.", diz ele, isto é, "temos que encontrar um local para passar a noite, pois os cavalos necessitam de descansar". É assim que começa a nossa aventura. Essas foram também as últimas palavras do cocheiro, antes de desaparecer sem deixar rasto. Perdidos nas profundezas da Floresta Negra, descobrimos então que algumas coisas devem permanecer enterradas para sempre.


À semelhança dos restantes trabalhos de Stefan Vogt, os textos são absolutamente deslumbrantes, absorvendo a nossa atenção por completo, tal e qual como se de uma obra-prima literária se tratasse. A trazer-nos à memória pequenos contos de Edgar Allan Poe, ou até Anne Rice, quase que sentimos um arrepio na espinha (tal como o nosso personagem), quando nos começamos a aperceber que nem tudo o que parece, é, nesta pequena vila da Floresta Negra. Os mais impressionáveis, talvez seja melhor irem assombrar outras paragens.

A aventura é também muito intuitiva, e mesmo os menos experientes rapidamente conseguem ir avançando. Apenas num dos pontos, quase a fechar a primeira parte, necessitámos de mais tempo até dar com a conjugação de palavras que resolvia o quebra-cabeças, mas regra geral, tudo o que necessitamos está à vista no texto descritivo de cada cenário. Podemos assim interagir com os objectos (normalmente os que estão logo após a frase "you notice"), assim como com os personagens reais que vão aparecendo. Ou será que eles não são assim tão reais? Iremos descobrir isso à medida que formos avançando...


Outro factor que leva The Curse of Rabenstein a ser indicado para quem não tem assim tanta experiência com este tipo de jogos, deve-se ao facto de não existirem mortes prematuras. Aliás, não existem mortes de todo, pelo menos do nosso personagem, não se correndo o risco de se ter que voltar atrás. Aliás, nada se perde no jogo, não havendo qualquer acção que meta em causa o trabalho já realizado. E apesar de não ser uma aventura muito longa (vejam o mapa acima que elaborámos, apenas existem 14 locais diferentes), é até a mais pequena das que conhecemos do seu autor, vai levar algum tempo até ser resolvida, pelo que existe sempre o muito útil comando "Save" e "Load".

O jogo foi desenvolvido para várias plataformas, e apesar de apenas termos testado para o ZX Spectrum (iremos fazer para o Spectrum Next quando o recebermos), o que se nota em relação às restantes é a maior pobreza em termos de gráficos. Enquanto que em algumas das restantes versões, cada local tem um cenário a condizer, na versão do Spectrum apenas existe um desenho estático no cimo do ecrã, igual para todos os locais. Mas isso pouco importa, pois os textos conseguem prender toda a nossa atenção e esta é daquelas a aventuras que depois de iniciadas, só a largamos quando chegamos ao seu fim, seja ou não um final feliz.

Sem comentários:

Enviar um comentário