terça-feira, 17 de março de 2020
The Pit
Nome: The Put
Editora: NA
Autor: Dave Tanslev
Género: Acção
Ano de lançamento: 2020
Teclas: Não redefiníveis
Joystick: Kempston
Memória: 48 K
Número de jogadores: 1
Segundo as suas palavras, Dave Tanslev aprendeu Basic e resolveu como primeiro trabalho converter um antigo jogo das arcadas, The Pit, que nunca tinha sido passado para o Spectrum. E para estreia podemos dizer que se portou muito bem, adquirindo experiência para futuros trabalhos.
The Pit tem óbvias semelhanças com Boulder Dash, pois entramos numa mina e temos como objectivo recolher diamantes, regressando depois à nave, são e salvos, e num tempo curto, demasiado curto, o que implica não podermos parar sequer para respirar, potenciando erros de julgamento. O tempo é medido através da erosão provocada na montanha pelo disparo de uma máquina no canto superior direito. Quando já não existe mais montanha para travar os disparos, a nossa nave é atingida e perdemos uma vida, tendo que recomeçar o nível do início. O cenário é composto por dois ecrãs, apenas, iguais para cada um dos 12 níveis que compõem o jogo, embora o nível de dificuldade seja crescente.
Para dificultar ainda mais a vida, além do pouco tempo que temos para recolher os diamantes e voltar à nave, robôs inimigos vão patrulhando o cenário, mas apenas movimentando-se nos caminhos abertos. Assim, quando iniciamos o nível apenas existem alguns caminhos desimpedidos, nos quais nos conseguimos movimentar rapidamente, o restante teremos que ir lentamente escavando, e bem teremos que o fazer para chegar a alguns dos pontos. Temos também uma arma em nosso poder, mas esta apenas dispara na horizontal, o que quer dizer que se apanharmos os robôs inimigos por cima ou por baixo, estamos feitos ao bife.
Outra das dificuldades são as rochas, pois tal e qual como em Boulder Dash, se desimpedimos o caminho por baixo delas e não somos rápidos a fugir, ficamos feitos em puré. E como se não fosse pouco, conferindo alguma diversidade ao jogo, o seu autor colocou mais duas armadilhas. A primeira é um tanque com ácido, no qual um inimigo vai compassadamente saltando, marcando o tempo que falta para se nos esgotar o tempo. Por cima do tanque, o qual temos que necessariamente passar para voltar à nave, uma barra que rapidamente desaparece assim que lhe tocamos, mal nos dando tempo para conseguir atingir a porta de saída do tanque, e ainda menos para acertar com o ponto exacto dessa, uma das maiores dificuldades do jogo, e também uma das suas maiores fragilidades (o "pixel perfect")
A segunda armadilha é um tanque com três diamantes para se apanhar, onde vão caindo aleatoriamente estalactites. Se alguma nos cai em cima, viramos novamente puré. Esta é talvez a parte mais injusta e frustrante do jogo, uma vez que baseia-se fundamentalmente na sorte.
Mas apesar do jogo ter 12 níveis, e até ter alguma diversidade nos dois ecrãs existentes, rapidamente se torna monótono. Depois de completarmos os primeiros três ou quatro níveis, tudo se resume a repetir as mesmas tarefas e cenários até se terminar o jogo. Falta-lhe assim alguma diversidade, que poderia fazer aumentar largamente o tempo de vida útil. Isso e o facto de ser necessário grande precisão para se dar com os pontos de saída dos tanques, ainda por cima nem sempre sendo fácil controlar o nosso personagem, o que leva a que muitos não consigam sequer ultrapassar o primeiro nível.
Os gráficos e som estão conforme a linguagem com que foi programado, apenas funcionais, mas não é por aqui que o jogo perde interesse. Adequam-se ao objectivo proposto, e o que nos parece é que para primeiro trabalho de Dave, está interessante e abre o apetite para os seguintes. Esperemos que continue a evoluir, quem sabe apresentando trabalhos mais profundos no futuro.
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