domingo, 28 de fevereiro de 2016

Sinclair ZX Spectrum: a visual compendium


Nome: Sinclair ZX Spectrum: a visual compendium
Editora: Bitmaps Books
Autor: Sam Dyer
Ano de lançamento: 2015

Há poucos meses foi lançado no mercado um dos melhores livros sobre o Spectrum. Aproveitando a onda revivalista actual, que tem dado um grande impulso a esta plataforma (e que tem feito disparar os preços do hardware e software no Ebay e outras lojas online), Sam Dyer lançou uma campanha para financiar um novo livro.

A campanha foi muito bem sucedida, angariando mais de 70 mil libras em poucos meses, recompensando os backers com uma série de brindes, com destaque para um cd, The Spectrum Works (by Allister Brimble), com 14 faixas míticas de ilustres como David Whittaker (Glider Rider, Stormbringer, Beyond the Ice Palace, Savage e Zub), ou Jonathan Dunn (Robocop e Platoon).


Quanto ao livro, são mais de trezentas páginas magnificamente ilustradas com reviews de alguns dos melhores jogos do Spectrum do período 1982 a 1991 e muitos outros artigos. É pena que a maioria dos livros sobre o Spectrum acabem sempre no início dos anos 90, quando se continuaram depois a fazer muito bons jogos para essa plataforma, nomeadamente na Rússia e restantes países do Leste, onde os 8 bit continuaram a dar cartas por muitos mais anos. Não ignorando isso, o livro faz também uma retrospectiva da cena homebrew russa, que apenas peca por escassa.

As reviews dos jogos ocupam maioritariamente duas páginas, sendo uma delas de texto e o restante espaço ocupado com um grande screenshot do jogo. Estão incluídas cento e vinte e oito reviews de alguns dos jogos mais míticos do Spectrum, mas também alguns menos óbvios, nomeadamente aqueles que não obtiveram qualquer sucesso comercial, mas que pela sua qualidade merecem aqui ser contemplados.


As grandes revistas da época também não foram esquecidas. São feitas referências frequentes à Crash e Sinclair User, e também, embora com menos frequência (na nossa opinião imerecidamente), à Your Spectrum e Your Sinclair. As próprias revistas foram também elas alvo de algumas páginas relatando o seu historial.

Finalmente, foram ainda incluídas entrevistas com alguns dos grandes nomes, quer da época, quer da cena actual. Desde o projetista do Spectrum, Rick Dickinson, a grandes programadores, colaboradores das grandes revistas, ilustradores, etc.. Apenas por estas entrevistas o livro já vale inteiramente o seu preço.

A edição é muito cuidada. As páginas têm um brilho e cores simplesmente divinais, os textos (exclusivamente em inglês) são bastante interessantes e nada maçudos, as entrevistas foram bem conduzidas, e os brindes que acompanham esta edição fazem deste, um livro que qualquer fã do Spectrum deverá adquirir.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Castaway


Nome: Castaway
Editora: NA
Autor: Reidrac
Ano de lançamento: 2016
Género: Acção
Teclas: Redefiníveis
Joystick: Kempston, Interface Two
Número de jogadores: 1

Os jogos a concurso no fórum ZX Dev'2015 continuam a aparecer. Desta vez estamos perante um jogo que mistura acção e plataformas de modo bastante interessante.

A nave do personagem que controlamos caiu num planeta distante. A única forma de conseguirmos escapar é convencer um engenheiro local a repará-la. Mas para isso necessitamos de cumprir com algumas tarefas.

O jogo decorre assim numa ambiente hostil, com vários alienígenas a tentarem destruir-nos. Ao longo do caminho vamos encontrando chaves que permitem aceder a outras salas, assim como alguns objectos úteis, como sejam uma arma (com fins bastante óbvios) e um par de botas que nos permite atingir locais doutra forma inacessíveis.


Castaway desenvolve-se com grande fluidez. O som é praticamente inexistente (mas também não é necessário), e os gráficos cumprem perfeitamente com o objectivo a que se propõem. O único senão é o grau de dificuldade, que é relativamente baixo. O jogo não é particularmente extenso e é bastante provável que ao fim de duas ou três tentativas cheguem ao ecrã final, que vos deixamos aqui. O que acontece a partir daqui, só o saberão se carregarem o jogo e tiverem arte para aqui chegar. Apenas por esta razão o jogo não obtém uma pontuação mais elevada.


quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

3D Lunattack


Nome: 3D Lunattack
Editora: Hewson Consultants
Autor: Graftgold
Ano de lançamento: 1984
Género: Shoot'em'up
Teclas: Redefiníveis
Joystick: Kempston, Interface Two
Número de jogadores: 2 (alternados)

Steve Turner da Graftgold é um dos nomes mais reputados do universo dos 8 bit. Responsável, entre outras, por obras-primas como Quazatron, Ranarama e Zynaps. É também um dos responsáveis por a Hewson ser considerada (justamente) como uma das melhores editores do universo Spectrum. E notícias recentes dão conta da Hewson ter voltado a mercado dos videojogos, o que se regista com muito agrado.

Este jogo faz parte da Seiddab Trilogy, que incluí ainda 3D Space-Wars (1983) e 3D Seiddab Attack (1984). É assim dos primórdios do Spectrum e por isso não revela ainda uma grande complexidade, sendo um simples shoot'em'up (tiro neles), no entanto com uma jogabilidade acima da média para a época. O objectivo é também extremamente simples: temos que atacar a base Seidabb, protegida por vários tipos de defesas, que ao mesmo tempo nos tentam deitar abaixo.


E é esta jogabilidade e simplicidade que nos cativa. A execução do jogo está perfeita, é rápido qb, os gráficos estão bem definidos, e a sensação das três dimensões está bem presente, levando-nos sempre a voltar a carregar o jogo. O único senão, e para quem não se ajeita com o joystick, é a ausência de teclas redefiníveis, sendo as pré-definidas muito pouco práticas, influindo assim negativamente na nossa apreciação global.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Wake me up!


Nome: Wake me up!
Editora: NA
Autor: JB
Ano de lançamento: 2016
Género: Aventura
Teclas: Não redefiníveis
Joystick: Não
Número de jogadores: 1

Não, não estamos perante a famosa música dos Wham!. É mesmo um novo jogo para o Spectrum, distribuído em freeware e a concurso no fórum ZX Dev'2015.

O mínimo que se pode dizer deste jogo é que é bastante estranho. De facto, é um misto de aventura e plataformas, com uma série de puzzles pelo meio para se completar. E a falta de instruções também não ajuda muito a perceber o que se pretende. Para sermos honestos, não conseguimos sequer passar o primeiro puzzle, o que vai enviesar a pontuação final dada ao jogo, dado que não conseguimos avançar muito de modo a explora-lo convenientemente.


Do que vimos, os gráficos são medianos, assim como o som, e também nos parece que o jogo é um pouco rápido de mais. O controlo do nosso personagem é demasiado sensível, levando muitas vezes a não conseguirmos ir para onde desejávamos.

Consta também que o jogo possui alguns bugs que ainda não foram resolvidos. Mas por isso mesmo, no menu inicial há uma opção para actualizar online o jogo (terá que ser carregado num emulador para se poder activar esta opção), coisa que nunca antes tínhamos visto e que pode inclusive abrir novos horizontes para os jogos do Spectrum.

sábado, 20 de fevereiro de 2016

La Abadia del Crimen


Nome: La Abadia del Crimen
Editora: Opera Soft
Autor: Paco Menéndez, Juan Delcán
Ano de lançamento: 1988
Género: Aventura
Teclas: Não redefiníveis
Joystick: Não
Número de jogadores: 1

Morreu na noite passada Umberto Eco, um dos grandes escritores do século XX e autor da obra onde se baseia este jogo, O Nome da Rosa, sendo considerado, justamente diga-se, uma das obras-primas feitas por nuestros hermanos. Tendo passado relativamente despercebido no Reino Unido, em Espanha foi um bem sucedido.

O programa segue muito de perto a obra em que se baseia (e desde já se aconselha a ler o livro, nem que seja para nos ambientarmos à atmosfera do jogo). Assumimos a pele de Guillermo de Occam, que acompanhado do seu fiel noviço Adso, vai tentar desvendar uma série de crimes que ocorreram (e que vão ocorrendo ao longo do jogo) num mosteiro medieval.

Tal como The Great Escape, de que aqui falamos há relativamente pouco tempo, além de termos que procurar pelas pistas que nos vão ajudar a desvendar os crimes, também teremos que cumprir com as tarefas rotineiras do mosteiro, sob pena de sermos expulsos e o jogo terminar.


A atmosfera do jogo é soberba. Os gráficos recriam exactamente o mosteiro, incluindo o labirinto, tal como o vimos no filme que foi baseado na obra (e que também se aconselha vivamente). Aliás, podemos mesmo dizer que o jogo faz jus ao brilhantismo do livro e do filme.

Tal como a generalidade dos jogos espanhóis, o grau de dificuldade é bastante elevado. Mas ao contrário do que se passa na maior parte desses jogos, aqui é extremamente motivante e absorve-nos por completo. Estamos assim perante um jogo a não perder, de forma alguma.


sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Preview: Car Wars


Car Wars vai ser o novo jogo de Javi Ortiz, embora ainda sem data de lançamento oficial. Mas pelo vídeo que vimos e que aqui deixamos, seguramente que iremos estar perante um jogo bastante divertido, a fazer lembrar um outro espanhol, o Rock'n Roller.

O objectivo é recolher uma série de objectos, tentando evitar sermos abalroados ou atingidos pelos inimigos. Estão previstos três diferentes cenários: cidade, deserto e neve.

O jogo destina-se apenas aos 128 K, pelo que se o correrem num emulador, terão que selecionar essa opção.

Mais novidades assim que o jogo seja lançado.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Aliens


Nome: Aliens
Editora: Electric Dreams Software
Autor: Software Studios (Mevlut Dinc, Mark Eyles), Pennsoft, Soft Machine, Focus Creative Enterprises
Ano de lançamento: 1986
Género: Acção
Teclas: Não redefiníveis
Joystick: Kempston, Interface Two
Número de jogadores: 1

O filme Aliens deu origem a várias conversões para o Spectrum, sendo esta, porventura, a mais famosa. No jogo tomamos conta de 6 personagens do filme, a inevitável Ripley, Gorman, Hicks, Vasquez, Burke e o andróide Bishop, cada um deles com características próprias, seguindo o enredo do filme muito de perto.

Assim, estamos dentro da nave Nostromo, verdadeiro labirinto e capaz de nos deixar completamente perdidos nas primeiras tentativas. Fazer um mapa das 255 salas da nave (ou estudar o mapa mais abaixo) é logo a primeira das tarefas. Sem sabermos onde estamos e para onde queremos ir, não vamos conseguir avançar no jogo.

Depois, temos também que ter dedo rápido no gatilho. Os aliens aparecem quando menos se espera, e além de termos em primeiro lugar que escolher a personagem que está sob ataque, temos apenas 1 tentativa para conseguir atingir o inimigo. Senão é morte certa e deixamos de ter acesso a essa personagem (a câmara que a segue desliga-se). Podemos conseguir à mesma terminar a missão, mas não nos devemos esquecer que cada uma das personagens tem características muito próprias e todas são importantes para sermos bem sucedidos.


No final, e com a ajuda da pequena Newt, única sobrevivente da antiga colónia e que vagueia pela nave aleatoriamente, teremos que encontrar a câmara da Rainha-mãe, que fica exactamente na parte mais inacessível da nave.

O ambiente do jogo é do melhor que já se viu em termos do Spectrum. Quase que ficamos no coração na mão quando ouvimos o alarme de inimigo por perto. Os gráficos são excelentes, o som frenético, a velocidade do jogo perfeita e apenas tem uma (grande) fragilidade: o teclado não é redefinível. E quando temos que usar as teclas de cursor, mais a tecla de fire (0), mais a tecla para entrar nas portas (space) e ainda uma tecla para aceder a cada um das personagens, o resultado é desastroso e implica muitas vezes não termos capacidade de reacção ou precisão para atingir os aliens. Só por isso o jogo não leva nota máxima.


terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

The Sinclair ZX Spectrum Vega Plus Console


Há cerca de um ano foi lançado um gadget que muita polémica deu: o ZX Spectrum Vega. Foi uma consola que trazia cerca de 1.000 jogos para o Spectrum, mas que não era mais do que isso, uma simples consola para jogos. Longe vão os tempos que poderíamos programar ou utilizar o Spectrum como um verdadeiro computador. Aliás, este foi mesmo a principal queixa dos puristas do Spectrum, que acham que as cerca de 100 libras que custava a consola seriam muito melhor empregues na compra de um verdadeiro ZX Spectrum.

Claro que este tipo de gadgets tem um público muito específico. E dado o sucesso da primeira versão, surge agora a nova versão (Plus), portátil e com grandes melhoramentos ao nível estético, ou não fosse desenhada por Rick Dickinson, o desenhador original do Spectrum.

Tal como a primeira versão, além dos jogos que vêm com a consola, é possível carregar os mais de 14.000 jogos existentes para o Spectrum, uma boa parte deles disponíveis no site World of Spectrum. Para quem estiver interessado em ser um dos backers, poderá fazê-lo no site oficial, aqui disponibilizado. O preço desta consola é de 100 libras (acrescentem mais 10 libras em portes para Portugal).

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Sports Hero


Nome: Sports Hero
Editora: Melbourne House
Autor: Beam Software
Ano de lançamento: 1984
Género: Acção
Teclas: Redefiníveis
Joystick: Não aplicável
Número de jogadores: 1

O termo de comparação para os simuladores de desportos é sempre o Daley Thompson's Decathlon. Foi um dos primeiros a aparecer e que balizou os jogos futuros. Este título apareceu sensivelmente na mesma altura, mas fica muito a perder em relação ao primeiro. isto apesar de ter sido programado por uma editora insuspeita, como é o caso da Melbourne House, famosa por grandes utilitários e aventuras de texto.

Sports Hero é assim mais um jogo que pretende simular uma série de eventos olímpicos, sendo a rapidez de movimentação das teclas factor essencial para se conseguir avançar no jogo. Mas ao contrário do Daley Thompson's Decathlon, que simulava os 10 eventos do decatlo, aqui apenas temos 4 eventos: 100 metros, 100 metros barreiras, salto em comprimento e salto à vara. Para se avançar de um evento para outro teremos que nos qualificar, doutra forma o jogo termina aí mesmo.


O  som é praticamente inexistente, e os gráficos cumprem perfeitamente com a missão. No entanto, estando apenas perante quatro eventos destruidores de teclas, a longevidade do jogo é bastante limitada. Sendo assim, aconselha-se este jogo apenas para os apreciadores do género e não tem o já referido Daley Thompson's Decathlon. Basicamente é um jogo sem história e que também não deixa grandes saudades.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Auf Wiedersehen Monty


Nome: Auf Wiedersehen Monty
Editora: Gremlin Graphics Software
Autor: Shaun Hollingworth, Peter M. Harrap, Chris Kerry, Steve Kerry, Colin Dooley, Greg A. Holmes, Terry Lloyd, Ben Daglish
Ano de lançamento: 1987
Género: Plataformas
Teclas: Não redefiníveis
Joystick: Kempston, Interface Two
Número de jogadores: 1

A par do mineiro Willy, a toupeira Monty foi um dos heróis mais brilhantes do Spectrum, dando origem a uma série jogos inesquecíveis. Este é o quarto jogo da série, e na nossa opinião o melhor.

O ponto de partida é o final do terceiro jogo da série, em que Monty tinha sido encarcerado em Gibraltar. Agora, perseguido por todos, a única escapatória para conseguir ter uma vida livre e sossegada, é desempenhar uma série de tarefas e recolher dinheiro suficiente para comprar a ilha de Montoss na Grécia. Para isso tem que deambular Europa fora, recolhendo objectos, comprando viagens de avião para se deslocar para locais doutra forma inacessíveis, e evitar os muitos inimigos e obstáculos com que se lhe deparam na sua caminhada.

Estamos assim perante um típico jogo de plataformas, que vai beber muito a Matthew Simth e aos jogos da série Manic Miner / Jet Set Willy. Ou seja, aquilo que não nos mata é para apanhar, estando alguns dos objectos nos locais mais inimagináveis.


Mas o jogo não se limita a um mero exercício de precisão. As células cinzentas também vão ser exercitadas, já que temos que ir recolhendo os objectos de um país para outro, à semelhança do que acontece nos jogos de aventura. E se tivermos em conta que Monty só pode carregar quatro objectos de cada vez, incluindo as passagens de avião que lhe permitem deslocar-se entre os aeroportos, chega-se à conclusão que a tarefa é bem árdua.


Os gráficos são uma pequena maravilha, bastante coloridos mas sem problemas de colour clash, o som é bom e o resultado final é um dos melhores jogos que já foram feitos para o Spectrum, combinando o melhor dos jogos de plataformas e aventuras.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Raw Recruit


Nome: Raw Recruit
Editora: Mastertronic Added Dimension
Autor: Software Creations
Ano de lançamento: 1988
Género: Acção
Teclas: Redefiníveis
Joystick: Kempston, Interface Two
Número de jogadores: 2 (alternados)

Em 1984 a Ocean imortalizou, com Daley Thompson's Decathlon, um estilo de jogo famoso por dar cabo dos teclados do Spectrum, onde tínhamos que movimentar as teclas direccionais alternada e o mais rapidamente possível. Desde aí que apareceram centenas de jogos a simular todo o tipo de desportos, alguns até que não existem. Mas também salvo raras excepções, a qualidade ficou muito aquém do já referido Daley Thompson's Decathlon.

Raw Recruit é apenas mais um jogo do género do "vamos lá dar cabo do teclado ou do joystick e que não acrescenta nada ao já muito saturado mercado do Spectrum, ainda mais no ano em que foi lançado. O jogo consiste em participar em 6 eventos desportivos: tiro de rifle, corrida, ginástica (fitness), corrida de obstáculos, tiro de pistola (com reféns pelo meio que convém não acertar???) e o jogo de puxar a corda. Para se poder participar nos eventos teremos que nos qualificar no evento anterior, o que é uma clara regressão em relação a outros jogos do género. Se a isso aliarmos a dificuldade de cada evento, serão poucos os que vão ter paciência para tentar chegar ao fim.


Embora o som seja aceitável, os gráficos são fracos, mesmo para um jogo de categoria budget, como é o caso. Este é daqueles jogos que carregamos uma única vez e que depois deixamos de lado, pois de facto pouco interesse tem.

sábado, 6 de fevereiro de 2016

Abu Simbel Profanation


Nome: Abu Simbel Profanation
Editora: Dinamic Software
Autor: Victor Ruiz Tejedor, Florentino Pertejo, Santiago Morga B., Snatcho
Ano de lançamento: 1985
Género: Plataformas
Teclas: Não redefiníveis
Joystick: Kempston
Número de jogadores: 1

Uma das primeiras investidas da Dinamic pelo mercado do Spectrum trouxe-nos um dos jogos mais frustrantes de que há memória. Como é apanágio desta editora, a dificuldade é máxima. Exige um nível de precisão tão grande nos nossos movimentos e saltos, que a maior parte das vezes abandonamos o jogo completamente enfurecidos. E é pena, pois o potencial até era grande.

O nosso herói, como não podia deixar de ser, com o nome de Jones, está encerrado numa pirâmide. Para daqui sair com vida tem que descobrir o segredo de Abu Simbel. Assim, ao longo de perto de 50 salas, temos que ir ultrapassando todos os obstáculos (aranhas, cobras, gotas de água e mais alguns não identificáveis). Tratando-se de um jogo de plataformas, o timing e precisão correctos são os elementos a ter em conta. E é aqui que o jogo tem os seus maiores defeitos. Além do nível de dificuldade ser enorme, fazendo que muitos jogadores o abandonem sem antes sequer terem passado da primeira sala, o sistema de detecção de colisões é no mínimo estranho. Acontece frequentemente estarmos em contacto com um inimigo e não perdermos a vida. Aliás, esta é mesmo a única forma de ultrapassar certos obstáculos.


Outro ponto extremamente irritante e o facto de que de cada vez que perdemos uma vida, reaparecemos no início dessa sala, o que quer dizer que poderemos ter que voltar a negociar uma série de obstáculos que já tínhamos ultrapassado. E aquilo que parecia uma enormidade, o começarmos com 10 vidas, rapidamente as veremos desaparecer.

Tirando os referidos defeitos, e para os mais persistentes, o jogo até é bastante agradável. Os gráficos são adequados e representam convenientemente os corredores e salas da pirâmide, o som cumpre e o jogo tem aquele toque de "vamos lá jogar mais uma vez".

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Spy vs Spy


Nome: Spy vs Spy
Editora: Beyond Software
Autor: Incentive Software
Ano de lançamento: 1985
Género: Acção
Teclas: Redefiníveis
Joystick: Não
Número de jogadores: 2 (simultâneo)

Quem leu a revista MAD conhece muito bem as aventuras e desventuras do espião branco e espião preto. E estamos aqui perante um divertido e original jogo que combina acção com estratégia. Utiliza também um sistema inovador, o Simulvision, que permite que dois jogadores estejam simultaneamente a jogar, dividindo-se o ecrã em dois (este sistema foi utilizado posteriormente e com alguma frequência em simuladores de automóveis).

O nosso herói, assim como o adversário, encontram-se presos num edifício (o tamanho do mesmo varia conforme o nível de dificuldade escolhido). Para podermos escapar temos que encontrar 4 itens (passaporte, dinheiro, chave e os planos secretos), assim como a pasta para os transportar. Se não tivermos a pasta em nosso poder, apenas conseguimos transportar um item de cada vez. Depois de encontrarmos todos os itens, teremos que encontrar a porta do hangar que permite escapar do edifício. Mas o problema é que o nosso adversário tem exactamente o mesmo objectivo, pelo que o confronto será inevitável mais tarde ou mais cedo.


Aliás, este é mesmo o aspecto mais divertido do jogo. Além de podermos mandar o adversário para os anjinhos quando este se encontra na mesma sala que nós, sendo-lhe retirado algum tempo para cumprir a missão (sim, cada missão tem um tempo limite para ser cumprida), podemos também ir armadilhando o próprio edifício, levando o nosso adversário a cair nessas armadilhas e a perder mais tempo precioso, além dos itens que tenha em seu poder.

O som e os gráficos são espartanos, essencialmente monocromáticos, mas a jogabilidade é excelente, em especial quando jogamos contra um adversário humano, tendo assim divertimento garantido para muito tempo. Por vezes damos mesmo connosco apenas a colocar armadilhas e a bloquear as armadilhas do nosso adversário, e esquecemo-nos que temos um objectivo maior para cumprir, tal o prazer de ver o outro espião ser electrocutado, levar com uma bomba em cima, ou simplesmente um tiro.