Terry Lloyd dispensa grandes apresentações. Senão vejamos alguns dos jogos do seu brilhante portfolio: Auf Wiedersehen Monty, Future Knight, Jack the Nipper II, Krakout, Rick Dangerous, Rick Dangerous 2, Trailblazer... Satisfeitos? Deverão estar, pois esta lista incluí alguns dos jogos mais acarinhados pela comunidade.
Mas ainda antes de se tornar mega conhecido, no já distante ano de 1984, Terry Lloyd aventurou-se a fazer um pequeno jogo, inspirado em Manic Miner e Jet Set Willy. Inclusive, tentou que a Alligata Software, a Code Masters ou a Mastertronic o comercializassem, mas sem sucesso. Com isto, o jogo ficou esquecido e perdeu-se para o quase sempre. Mas eis que Terry Lloyd encontra um .z80 do seu jogo, partilhando-o com Planeta Sinclair e com o nosso amigo e contributor Steven Brown. Infelizmente, sendo um z80, perdeu-se parte do material, nomeadamente o ecrã de carregamento e as instruções, que provavelmente fariam parte de um bloco à parte. Quanto ao primeiro, não é possível recuperar-se, mas as segundas conseguimos encontrá-las no código.
Eis então as instruções, escritas pelo seu futuro colega Simon Phipps. Aconselha-se a lê-las, pois desvenda alguns dos segredos do jogo:
Okay! Life wasn't easy for our Norbert, but then is it for anyone? Although, given his lifestyle, it really wasn't surprising that he perhaps found it a little more difficult to get on with than most people find... The only slight problem was that Norbert wasn't exactly living more like existing if that’s even the right word. In short, Norbert was what most common organic life forms in the galaxy would call robot, automaton, android (plastic pal who's fun to be with), rust bucket or simply-pain in the neck... The megatrix XII 4th generation protocol operative (m4-gpo) is the proper terminology!
Norbert was having problems. It wasn't so bad being a robot, it was just having to cope with one simple problem, the fact that although Norbert had been created to solve many 'ordinary' problems, his brain power was so sophisticated that conversation with organic lifeforms was made as enlivening as that, which goes on between a single celled amoeba and a milliard on gargantubrain, which is pretty dull.
It simply gave Norbert a headache thinking down to such a level, and so, one July morning in the middle of winter, he left his operating post on Yuggrugg 9 for better things...
Getting off Yuggrugg was no real problem, just a bit of extreme violence and Norbert was on his way. His first and last stopping point in this universe was on Froogon 7, a little outpost on the western spiral arm of the galaxy. Norbert was soon in trouble, though and his surroundings were rapidly altered after an argument with a mutanoid cfeperculatron, over a stuffed aardvark and 3 used teabags.
Blasted by a multi-universal transmutron beam, Norbert found himself in the strange and weird don't matter universe on a planet called Migon. Norbert turned round on his treads to view the magnificent squalor that was full of hideous hanging branches bricks, conveyor belts and robots left behind, by a strange godlike figure given the sacred name of Eugellama.
The robots in the cave began to fire powerful beams of energy across the platforms on which Norbert stood, in a deadly but predictable pattern, and he decided to run and use the handy don't matter transporters (which simply transported things, after all, it don't matter where to!)
There were two levers in the cavern along with (25) scrungite crystals, collecting (50) would allow Norbert to the next cave. The levers change conveyor direction and release (25) more crystals on collection of the first lot.
There's also a strange lloydian device, known as a quirgatronic mono-directional destabilisation field rectification beam, in short, a rather sinister invisible field that zaps anything standing on it and places it on a remote platform in the cavern. To get back down well, you'll have to find that out for yourself.(snigger!)
Aquilo que ressalta imediatamente em Moons of Migos, tendo em conta que estamos perante um jogo desenvolvido em 1984, são os gráficos, muito interessantes. Os cenários são claramente inspirados em Manic Miner, mas a mecânica do jogo é bastante diferente. É verdade que o objectivo é recolher os objectos, o que de resto ressalta das instruções que deixámos acima. Mas os inimigos não se movimentam, sendo o principal problema as colisões com as paredes, uma vez que os controlos são muito sensíveis (demasiados, até, sendo a única lacuna desse jogo).
Mas também existe um outro perigo mortal à espreita: os lasers que periodicamente lançam um raio que destrói Norbert, se este tem a infelicidade de ser apanhado por esse. Felizmente que são disparados em padrões regulares, pelo que ao fim de algum tempo sabemos exactamente para que plataformas nos devemos deslocar.
A forma de se deslocar entre plataformas é através dos transportadores azuis. Permite-nos descer ou subir imediatamente, por vezes, se não nos lembramos do padrão dos raios laser, indo directos à boca do lobo. Mas as plataformas encerram também outro tipo de obstáculos, nomeadamente os tapetes rolante que se deslocam apenas num sentido. Há que saber fazer inverter a sua direcção. Mais complexo será encontrar a forma de chegar até aos pontos inacessíveis do ecrã. Só com muita persistência os iremos encontrar, mas parte do divertimento deste jogo consiste nisso mesmo, explorar tudo, mesmo aquilo que pareça menos óbvio. E não se esqueçam, depois de recolhermos os 25 objectos do ecrã, teremos que voltar a recolher mais 25, antes de nos deslocarmos a certo ponto que permite passar o nível. Qual o ponto? Terão que descobrir por vós.
Por fim, um agradecimento ao Rafael Lanita, grande aventureiro ("not"), que nos assinalou o jogo, e a Terry Lloyd, que nos permitiu partilhá-lo com a comunidade. Podem vir
aqui descarregar esta pérola, o jogo é gratuito, mas uma pequena doação ao seu autor é inteiramente justa. Veremos quem será o primeiro a descobrir o número de níveis de Moons of Mingo...