Os primeiros backers começaram a receber, passados dois anos de promessas vãs e muitas mentiras e polémicas pelo meio, a consola Vega +. A RCL, responsável pela sua produção, tinha prometido a semana passada entregar as primeiras 400 unidades. Aparentemente apenas cerca de 10% desse número chegou aos backers, podendo isto dar a entender que o que foi enviado foram os protótipos em seu poder e não um produto manufacturado. Ainda mais porque no passado dia 2 de Agosto houve uma reunião de sócios em Londres, estando em cima da mesa a destituição de David Levy da gerência da empresa, sendo portanto muito conveniente que a actual Direcção conseguisse provar que a consola existia e estava a ser entregue.
Para que a destituição fosse possível, Paul Andrews e Chris Smith, os cérebros da consola, que foram destituídos da gerência da empresa antes das polémicas todas começarem, e que representam 50% das quotas, necessitariam do apoio da SRL (Sinclair Research), de Clive Sinclair, amigo de longa data de David Levy. No entanto a SRL absteve-se, fazendo que não existissem alterações estatutárias, mas fragilizando bastante a posição da própria SRL, que inclusive já começou a sentir alguns efeitos nefastos ao nível da sua credibilidade.
Polémicas à parte, não sendo nós (felizmente) backers deste produto, teremos que nos cingir áquilo que quem o recebeu, foi escrevendo nas redes sociais:
- As consolas enviadas são diferentes entre si, dando a entender que estamos perante, não um produto manufacturado, mas sim de protótipos. São também diferentes das fotografias tiradas supostamente na unidade fabril onde estava a ser produzida, pelo que os backers não receberam aquilo que ainda a 29 de Junho tinha sido prometido.
- Apesar das mil e uma promessas de uma embalagem condigna e de um manual, nada disso foi entregue. Aliás, a embalagem faz lembrar uma caixa de sapatos, fazendo com que a consola viesse mal acondicionada e a baloiçar. A porta-voz da RCL justificou como sendo uma embalagem ética (seja lá isso o que for), apenas não explicou o porquê desta ser muito maior do que a consola, levando a mais desperdício de papel.
- Alguns dos ecrãs vinham riscado. Se já estavam assim aquando do envio ou se foi pelo fraco acondicionamento, não se sabe. Estamos tentados a dizer que a primeira opção é a válida, mais uma vez remetendo para os protótipos.
- A consola não tem os mil jogos prometidos, apenas dezassete, sendo uma boa parte deles da autoria de Jonathan Cauldwell, confesso apoiante deste produto. Sem instruções os backers também não sabem como a carregar com mais jogos.
- Os botões não têm qualquer maneabilidade, levando a que seja necessário uma grande pressão para que funcionem, tornando a consola simplesmente injogável. Aliás, esta é uma das principais queixas de quem já a recebeu.
- A consola não vem acompanhada de cabos ou sequer um carregador. Dispensamo-nos sequer de fazer comentários.
- O logo é feito em papel, facilmente deteriorável, mas também não admira, pois a RCL está prestes a perder o direito a usar o nome Sinclair nos seus produtos, tal como a Sky, detentora da marca, já referiu, e apesar da própria RCL não o ter admitido inicialmente.
- Apresenta graves problemas de ventilação, desde logo prometendo muitos chips queimados. O que aliás aconteceu logo no primeiro dia de uso a alguns backers.
- Não tem garantia.
- Etc., etc....
Ou seja, se não estivermos perante os protótipos, estaremos perante um subproduto, muito diferente daquilo que foi prometido aos backers ao longo de mais de dois anos. Estes já deram a entender que não vão ficar calados, pelo que não estaremos longe da verdade se dissermos que a procissão ainda vai no adro.
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