quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

Eclipsia


Nome: Eclipsia
Editora: NA
Autor: Luís Peres
Ano de lançamento: 2023
Género: Aventura de texto
Teclas: NA
Joystick: NA
Memória: 48 K
Número de jogadores: 1
Link para descarga: Em breve

Bem tínhamos dito que tínhamos mais aventuras do Luís Peres para partilhar (ver o que dissemos aquando da review de Space 1999). E preparem-se, pois muitas mais virão a caminho e talvez nem todas sejam aventuras de texto / gráficas. Just saying...

A contrário de Space 1999, no qual o Luís manteve a estrutura base de todo o jogo desenvolvido em 1990, apenas tendo sido corrigidos alguns erros que se impunham, um dos quais impedia-o de ser terminado, em Eclipsia o autor criou um jogo inteiramente de raiz, por isso optimizando muitas das coisas que se optou por não fazer ou corrigir no primeiro (privilegiou-se a manutenção do jogo tal como tinha sido criado em 1990). Isso nota-se imediatamente, não só ao nível gráfico, que até utiliza uma estrutura de um jogo que para já se encontra perdido (Shatered Worlds), mas principalmente ao nível da fluidez da acção e da interacção com as diversas personagens. Sendo este apenas o primeiro jogo desenvolvido pelo Luís nesta nova fase, e tendo agora percebido plenamente a mecânica do motor GAC, estamos em crer que as próximas aventuras serão ainda melhores e com uma melhor optimização. Para já, do que vimos em Eclipsia, o resultado é fantástico. 

As aventuras que o Luís desenvolve, ou são baseadas em livros e BDs que o próprio já escreveu, ou, por outro lado, irão dar origem a novos livros. No fundo, criando estas aventuras no GAC, e tal como já nos confidenciou, é uma forma de estruturar as mesmas de modo muito prático e eficaz.

Para já, o Luís depara-se ainda com um problema de falta de memória (o GAC apenas tem 22K disponíveis para a aventura), mas até isso está em vias de ser resolvido e poderemos ter boas novidades no futuro. Por enquanto, não estando ainda o problema resolvido, e sendo Eclipsia enorme, optou-se por criar três fases em três ficheiros autónomos, sendo a segunda e a terceira fases acessíveis através da palavra-passe fornecida quando se completa a fase anterior. Mas vamos então ao jogo, ou melhor, aos vários capítulos do jogo...

Capítulo 1: ECLIPSIA


Como podem ver acima, o Luís também criou os mapas para cada um dos capítulos. E além de ilustrarem na perfeição a aventura, são também muito úteis. Apesar do mundo por onde vamos andar não ser labiríntico, antes pelo contrário, as ligações são todas lógicas, sabendo que existem várias dezenas de locais a visitar, é sempre mais cómodo termos à nossa frente o mapa.

Este primeiro capítulo é praticamente uma introdução à aventura. Começamos no nosso quarto, e, para já, desconhecemos por inteiro aquilo que vamos ter que enfrentar ou qual a nossa missão. Mesmo o nosso avô, figura central de todo o jogo, nesta fase não nos é de grande apoio (mais à frente vamos perceber a razão).

Existem lugares muito díspares, incluindo um rio, mas teremos que os correr todos, pois vamos encontrando objectos que nos permitem depois avançar na aventura. Está sempre subjacente nesta primeira fase ajudarmos alguns personagens, que, em retorno, nos dão algo que vai ter utilidade mais tarde. Os quebra-cabeças, embora simples, exigem algum tempo de reflexão, existindo também algumas armadilhas mortais, mas perfeitamente identificáveis à partida.

Esta primeira parte é apenas um aperitivo para o que se vai encontrar nas fases subsequentes...


Capítulo 2: AWAKEN


Neste segundo capítulo, o cenário é substancialmente diferente do capítulo anterior, agora num ambiente bastante mais industrial, não obstante, teremos que forçosamente ir visitar uma ilha. No entanto, a mecânica é semelhante, tendo algumas tarefas e missões intercalares que serem cumpridas, se queremos avançar na aventura.

Tal como na fase anterior, devemos examinar muito bem os locais por onde andamos. Por vezes, o cenário parece não ter qualquer objecto útil e, quando o observamos mais pormenorizadamente, encontramos algo que nos permite desbloquear determinada situação, nem que seja num outro local.

Ficamos também a saber mais alguma coisa sobre o nosso avô. E também vamos perceber porque é que os guardas não morrem, antes ficam inutilizados (caso tenham pensado que existia uma "gralha" no capítulo 1). Além disso, encontram-se alguns easter eggs e até referências a jogos famosos. Seremos capazes de os descobrir?

Sendo o nível de dificuldade neste capítulo naturalmente um pouco mais elevado, as charadas continuam a ser bastante intuitivas, não frustrando nenhum iniciado nestas lides das aventuras de texto. Se cumprimos com a missão, é-nos então fornecida a palavra passe para o último capítulo.


Capítulo 32: STARLOST


Por fim chegamos ao epílogo, e ficamos a perceber logo nos primeiros ecrãs o sentido de toda a aventura e a nossa missão real. São muitas as surpresas que vamos encontrar à medida que vamos avançando, e ainda mais quando chegarmos ao final, nomeadamente o papel do nosso avô em toda a trama. Obviamente que não vamos ser spoilers e contar de antemão o enredo, podemos é dizer que é surpreendente e muito bem imaginado pelo Luís, enquadrando-se às mil maravilhas numa obra literária.

Aliás, o forte destes jogos do Luís são o enredo e história a eles associados, mas também a vertente gráfica, com ecrãs maravilhosos e que constituem uma lufada de ar fresco nas aventuras de texto (veja-se os ecrãs "duplos", por exemplo). Não é à toa que  Luís Peres é um ilustrador de excelência, com dezenas de livros e BDs desenvolvidos, que aliás podem ver na sua página (aqui).

Esta terceira parte é um pouco mais difícil que as anteriores, mas quem jogou o Space 1999 irá notar algumas similaridades na mecânica. A interacção com as personagens é muito mais forte, sendo mesmo fulcral para se chegar ao fim. E mesmo tendo em conta as limitações do GAC ao nível da descrição dos cenários e do próprio enredo, o resultado final é brilhante, compreendendo-se o sentido de tudo. Além disso, o ambiente e o mundo criado pelo Luís envolve-nos completamente, levando-nos a lutar até ao fim para conseguirmos deslindar os mistérios de Eclipsia.

Para já apenas existe em formato digital, no entanto, o Luís deixou alguns extras, nomeadamente uma capa para  jogo e os mapas ilustrados de cada um dos episódios. Ansiamos agra por uma versão física contemplando todos estes materiais. Iremos ter sorte?

5 comentários:

  1. As surpresas nunca acabam...

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    1. Nem imaginas o que vem a caminho :)

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  2. Parabéns Luís. Belo jogo que criaste.
    Está a ser incrível ser transportado de novo ao tempo em quem os jogos me faziam jorrar rios de imaginação na minha mente.

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