sábado, 24 de junho de 2023

Lobo Solitário


Nome: Lobo Solitário
Editora: NA
Autor: Cláudio Graça
Ano de lançamento: 1986
Género: Aventura de texto
Teclas: NA
Joystick: NA
Memória: 48 K
Número de jogadores: 1
Link para descarga: Em breve

Foi-nos referido que Lobo Solitário foi um jogo que teve alguma divulgação junto da comunidade Portuguesa nos idos anos 80. Vamos ser sinceros, nunca tínhamos ouvido falar deste jogo até o vermos referido na correspondência a que tivemos acesso do Clube Nacional de Aventura (CNA). Foi aí que vimos que este jogo andou a rodar pelo clube. Claro que o nome chamou-nos a atenção e até em conversas com o João Cruz, o fundador do CNA, pusemos a hipótese de ser um jogo nacional. Mas também se poderia dar o caso de ser alguma adaptação pelos piratas nacionais de alguma das aventuras de Lone Wolf. De qualquer forma, não tivemos muito tempo na dúvida, pois passado uns dias de o termos visto ser mencionado pela primeira vez, o João Cruz encontrou-o numa das suas cassetes. Em boa hora o fez, pois seria uma pena este jogo ter-se perdido para sempre...

Assim, Lobo Solitário, apesar de ser uma aventura de texto, e sabemos que há muita gente que não é fã deste tipo de jogo, é recomendado para todo o tipo de jogadores. Que entendam a língua Portuguesa, bem entendido, pois este está mesmo na nossa língua materna. 

Para começar não temos que digitar os comandos, como é habitual nas aventuras de texto. As várias opções (normalmente duas ou três), vão aparecendo no ecrã e apenas temos que seleccionar a pretendida. Algumas opções levam a uma morte certa e, com a experiência, até nos vamos apercebendo das armadilhas, mas na maioria das vezes leva-nos a avançar pelos caminhos até Holmgard, o destino final do nosso herói, a descobrir objectos que nos irão ser úteis mais à frente, ou a depararmo-nos com inimigos (ou amigos, em alguns casos), e, por vezes, ter que enfrentá-los.

As batalhas, mais cedo ou mais tarde são inevitáveis. Podemos escapar de algumas, e temos que ter em atenção que a nossa força vai diminuindo à medida que vamos lutando contra os inimigos, pelo que teremos que dosear muito bem os nossos esforços. Mas seja porque para acedermos a Holmgard teremos que derrotar um inimigo formidável, seja porque para se conseguir alguns objectos, teremos que derrotar o inimigo, ou mesmo porque por vezes o próprio computador nos impõe a batalha, nessas alturas entramos mesmo em combate. Vemos então textualmente os nossos ataques e os do inimigo a serem desferidos e a força a diminuir. Quando a força chega a zero, um dos oponentes morre.

É também caso para dizer que todos os caminhos vão dar a Roma. Independentemente da direcção que sigamos, mais tarde ou mais cedo, se sobrevivermos, claro, iremos ter a Holmgard. Claro que se o tentarmos fazer pela forma mais directa, estaremos condenados ao insucesso, pois não iremos estar munidos dos objectos que necessitamos para atingir o destino final, nomeadamente a senha secreta, ou porque não ingerimos alimentos suficientes que permitem fortalecer-nos com vista ao combate final.

A comida e os demais objectos que vamos encontrando ao longo do caminho (e podemos assegurar que todos têm uma utilidade, mesmo que seja para algo que não iremos enfrentar nessa partida específica), são obtidas após alguma exploração ou quando cumprimos certas tarefas. Por exemplo, dentro de um caldeirão ou de uma arca, poderemos encontrar comida, que ingerimos, ou um talismã (ou outro objecto qualquer). A certa altura, um determinado inimigo pode aparecer à nossa frente. Se tivermos o talismã, conseguimos escapar-lhe sem lutar. Se não o tivermos, teremos que enfrentá-lo, provavelmente perdendo mais alguma força. É esse tipo de desafios e de decisões que vamos ter que tomar ao longo de todo o jogo.


Mas se bem que Lobo Solitário é muito divertido, também sofre dos seus pecados. E o maior será a longevidade, que não é assim tão grande. Isso porque os inimigos, armadilhas e objectos encontram-se sempre no mesmo lugar, não de forma aleatória, e inevitavelmente iremos decorar os caminhos "bons" e "maus", ou o local onde se encontram os objectos necessários para conseguirmos chegar a Holmgard. Será então apenas uma questão de persistência e algum mapeamento até conseguirmos cumprir com a missão que nos foi incumbida (em pouco mais de uma hora conseguimos concluir o jogo).

Por outro lado, as opções também não são assim tantas e algumas são mesmo "impostas", sem que tenhamos possibilidade de alterar o nosso destino, por vezes dando a sensação que somos meros artífices de uma força maior que nos empurra para determinado local. Não deixa de ser verdade, mas é preciso ver que estamos perante um jogo de 1986, Português, sem qualquer equipa ou tipo de apoios por detrás, e que aquilo que Cláudio Graça desenvolveu já está a um nível bastante alto. Até mesmo o único ecrã do jogo, e que ocupa a parte de cima do ecrã (apenas o caminho que vamos fazendo vai sendo traçado ao longo do mapa), confere uma atractividade bastante interessante a Lobo Solitário.

Foi assim(re)descoberta mais uma pérola da programação Portuguesa graças ao João Cruz. Para breve iremos disponibilizar o jogo aos nossos leitores, portanto fiquem atentos...

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