Nome: Perseus
Editora: RetroBensoft
Autor: Benja
Ano de lançamento: 2025
Género: Plataformas
Teclas: Redefiníveis
Joystick: Kempston, Sinclair
Número de jogadores: 1
Memória: 128 K
Link para descarga: Aqui
Tuerkas, the White Cat foi um dos nossos jogos preferidos de 2023. A fazer lembrar aqueles álbuns de música, que pouca gente conhece, quer seja porque não houve grande divulgação, quer seja porque as pessoas não o ouviram com a disposição e profundidade devida, mas que se tornam objecto de culto para uns tantos. O facto é que por trás de um simples jogo de plataformas, esconde-se um jogo imenso, com truques de programação prodigiosos. Reconhecemos que talvez possa ter um nível de dificuldade um tudo ou nada demasiado elevado, mas quem persistiu e chegou ao fim, certamente que foi recompensado. E depois, tinha gatos…
Foi também por uma unha negra que Tuerkas não chegou aos 10+ do GOTY, algo que estamos confiantes irá acontecer com Perseus, o mais recente jogo de Benja, mentor da Retrobensoft. Perseus utiliza o motor de Tuerkas 128K, desenvolvido pelo próprio autor, no entanto, numa versão mais aprimorada, resultando num nível de dificuldade mais acessível e numa melhor jogabilidade. Não que existam grandes semelhanças entre os dois jogos. Perseus faz-nos mais lembrar aventuras prodigiosas como Jack the Nipper II ou a saga Monty, e até jogos com temáticas místicas como Gift from the Gods, ou o mais recente White Jaguar. Assim, pode-se considerar que Perseus está também inserido no domínio das aventuras de arcada, além do género de plataformas. Na realidade, engloba muitos estilos, e isso tudo contribui ainda mais para a riqueza e brilhantismo deste jogo, sem dúvida um dos melhores do ano (e esperemos que agora a comunidade lhe faça a devida justiça, algo que sentimos que não foi feito com Tuerkas).
Perseus também tem uma história a condizer, e é bom lê-la em primeiro lugar, pois nas entrelinhas, estão algumas dicas que serão uteis no final. Vamos então a ela…
Acrisius, rei de Argos, consultou o Oráculo no sétimo dia da sétima lua. Os corvos voaram, e o presságio foi interpretado pelos profetas: Acrisius morreria às mãos de seu neto.
Para desafiar o destino que os deuses lhe tinham reservado, Acrisius mandou fechar a sua filha Danae na torre mais alta do palácio e ordenou que a entrada fosse vigiada dia e de noite.
No entanto, Zeus ouviu falar da beleza de Danae e desejou ter um filho com ela. Quando descobriu onde estava aprisionada, conseguiu alcançá-la sob a forma de chuva de oiro e concebeu uma criança.
O recém-nascido recebeu o nome de Perseus, e quando Acrisius descobriu a sua existência, quis ver-se livre dele. Como não tinha coragem de o matar, lançou-o ao mar, juntamente com Danae, numa arca de madeira.
A mãe e o filho conseguiram sobreviver e chegaram à costa da ilha de Serifos. Aí, foram resgatados por um pescador chamado Dictys que, juntamente com a sua mulher, cuidou deles.
Dictys era o irmão de Polydectes, o rei da ilha. Certo dia, Polydectes conheceu Danae, apaixonou-se por ela e decidiu que ela seria a sua esposa.
Por esta altua, Perseus já se tinha tornado forte e poderoso, e o rei temia que ele tentasse ocupar o seu lugar no trono. Mas Polydectes conhecia o carácter orgulhoso de Perseus e sabia tirar partido disso.
Polydectes pediu a Perseus a cabeça da Medusa como prenda de casamento, algo que nenhum guerreiro na Grécia tinha conseguido. Perseus respondeu que seria o primeiro a realizar o feito.
Como já perceberam, vamos assumir o papel de Perseus, na sua demanda pela Medusa. O que depois faremos com ela, será um dilema moral que, apenas quem conseguir chegar ao fim, irá perceber na sua verdadeira essência.
O nosso guerreiro começa desarmado, apenas a força dos seus punhos permitirá desembaraçar-se de alguns dos seus inimigos. Mas não todos, pois alguns são simplesmente imunes, quer à força das mãos de Perseus, quer à única arma que este vai ter em seu poder (depois de a encontrar, naturalmente): uma faca. Com um número limitado de “disparos”, não obstante encontrar-se algumas recargas pelo caminho, é bom que sejam apanhadas, pois quando se juntam dois ou três inimigos pelo caminho, é muito mais cómodo disparar de longe contra eles, do que os deixarmos aproximarem-se e roubar-nos um pouco de energia. E qualquer contacto mais duradouro com eles, implica um roubo ainda maior de energia, sem contar que se entramos em contacto com alguns inimigos ou obstáculos, imediatamente morremos. Tendo em conta que apenas temos uma vida, é de todo inoportuno que isso aconteça. Perseus é corajoso, mas não é doido…
Fundamental para se conseguir avançar, é dominar o sistema de controlo do nosso guerreiro. Esta será talvez a única lacuna que detectámos em Perseus, pois, por vezes, existe alguma lentidão na resposta aos comandos, em especial quando são exigidas duas teclas em simultâneo. Quando isso é necessário, pode acontecer que em vez de rebolarmos ou dar um saltar longo para conseguir escapar a um inimigo, ficamos parados, à mercê desse, normalmente levando a uma morte certa. Leiam assim as instruções com atenção e dominem os vários movimentos do personagem, antes de se aventurarem a desafiar os inimigos.
O mundo de Perseus é também labiríntico, com vários trajectos possíveis. Além disso, algumas zonas estão bloqueadas inicialmente, enquanto que outras parecem inacessíveis. Quanto às primeiras, existem algumas alavancas que têm um objectivo óbvio. Já aqueles pontos que parecem inacessíveis, não iremos soprar a solução, terão que a descobrir por vós. Observem tudo muito bem, a resposta está à vista de todos…
Irão também reparar que de cada vez que derrotamos um inimigo, este deixa para trás umas moedas, à boa maneira de Castlevania. Adivinharam, são para ser amealhadas, pois há quer recolher os fragmentos de conhecimento, e esses exigem, cada um deles, 50 moedas para poderem ser recolhidos. Como recolher os fragmentos, esse é mais um dos muitos mistérios de Perseus.
Outro aspecto magnífico deste jogo são os muitos e variados cenários, bem representativos de cada uma das zonas. Assim, as profundezas distinguem-se perfeitamente do reino dos céus, da floresta, do palácio, e até da zona envolvente, onde uma penumbra incómoda ajuda a dificultar um pouco mais a nossa missão. O grafismo é excelente, com um toque muito “old school” que, aliás, rodeia todo este jogo. Pegarmos em Perseus é como voltarmos a 1986 ou 1987, com todo esse sentimento de nostalgia que nos acompanha.
Chega-se então ao fim do jogo, após ultrapassar as muitas e variadas dificuldades. Nesse momento surge então um dilema moral. Pensem bem naquilo que devem fazer, pois um passo em falso, pode levar a um final menos feliz. Se dermos o passo certo, seremos recompensados com mais uma dúzia de ecrãs e, finalmente, o final certo e digno da grandeza de Perseus (e nossa). Estaremos à altura da situação?
Perseus é então uma maravilha em todos os aspectos. Com uma pormenorização fabulosa, o seu autor não se esqueceu sequer da versão em Português. É agora nosso dever acarinhar devidamente este belíssimo jogo e dar a devida recompensa ao criador. Para isso basta aqui virem descarregá-lo. Além disso, e como é habitual, o nosso amigo Javi Ortiz teve honras de fazer a apresentação do jogo em primeira mão. Podem aqui vir vê-la, quem sabe apanham alguns truques que vos vão ajudar a chegar ao fim.





Como se chama a bruxa das mamas ??
ResponderEliminarlol não sei
EliminarGraficamente muito variado e interessante.
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