Nome: Starquake
Editora: Bubble Bus
Autor: Stephen J. Crow
Ano de lançamento: 1985
Género: Labirinto
Teclas: Redefiníveis
Joystick: Kempston, Sinclair
Número de jogadores: 1
Memória: 48 K
Descarga: Aqui
É verdade que há muito, muito tempo já tínhamos feito a análise a Starquake. No entanto, este é daqueles jogos a que voltamos com bastante regularidade, além de que já se impunha uma actualização, contemplando a grelha mais actual de pontuações. Além disso, estávamos a preparar a sessão para o Lisboa Games Week, onde, na altura em que escrevemos isto, estávamos a pensar apresentar os 10 jogos preferidos do autor deste artigo (não os que consideramos como melhores, pois essa lista já foi apresentada em Planeta Sinclair), pelo que aproveitámos para colocar uma nova review, embora baseada na antiga. Fazemos aquilo que na altura nos dá na telha, como já perceberam...
Assim, da mente de Stepehen Crow, conhecido por Wizard's Lair (um competente clone de Atic Atac) e Firelord, entre outros, saiu em 1985 uma deliciosa aventura, sendo Starquake dos jogos do ZX Spectrum mais apreciados pela comunidade, mas também dos mais difíceis.
Nesta aventura controlamos BLOB (Bio-Logical Operated Being) e a nossa missão é salvar a Terra de um planeta opressor. Para isso teremos que estabilizar o núcleo desse planeta, encontrando as várias peças que, depois de colocadas numa sala específica, o permitem estabilizar. Como isso vai impedir os habitantes desse planeta de virem invadir aqui o nosso cantinho azul, é que já não sabemos. A história é estranha, mas pouco importa, já que deambular pelas quinhentas e doze salas que compõem o cenário é simplesmente delicioso. Mas também podem imaginar que com tanta sala (uma grelha de 16 X 32), a tarefa é hercúlea.
Como se o mapa não fosse já gigante, e para dificultar ainda mais a nossa missão, o planeta está infestado com inimigos, alguns que se colam a nós como autênticas lapas, roubando a nossa energia. Os piores são uns seres semelhantes a pinos, cujo toque é fatal, além de muitos objectos estáticos do cenário que também matam ao simples toque. Além disso, há salas apenas acessíveis através de um cartão de acesso especial ou de uma chave e convém que os mesmos sejam encontrados logo de início, em especial o cartão, doutra forma não iremos longe (o cartão encontra-se muito próximo do local onde começamos a missão).
É também engraçado que quarenta anos depois do jogo ter sido lançado e de o termos experimentado pela primeira vez, continuamos a encontrar coisas que nunca antes tínhamos visto. Assim, num ponto muito específico de uma sala, apenas acessível se tivermos o referido cartão, existe uma passagem secreta que nos leva para um outro ponto do planeta. E agora que descobrimos isso, fomos ver um mapa antigo do jogo, que saiu numa das revistas da época, e lá está a passagem secreta. Mas também não admira, com 512 salas, não seria fácil detectar um simples ponto num mapa.
Mas BLOB também tem os seus trunfos. A começar num laser que destrói todos os inimigos, assim como um fornecimento de pontes / plataformas que nos permite alcançar pontos mais elevados do cenário. Mas atenção, que tal como a energia do nosso herói, também as munições e as pontes têm stocks muito limitados, embora existam bastantes recargas ao longo do caminho. Mas melhor ainda é apanharmos a pequena nave que nos permite voar por todo o cenário. O único problema é que quando estamos montados nessa nave, não poderemos apanhar objectos, implicando deixar a nave nas respectivas estações e voltarmos ao local onde se encontram esses objectos (normalmente componentes que permitem estabilizar o núcleo ou itens que poderão ser trocados por esses componentes nas pequenas pirâmides, que não são mais que muito úteis pontos de troca), ficando, no entanto, mais vulneráveis aos inimigos, que surgem a todo o instante.
Existem ainda teletransportadores que nos permitem ir para outras zonas do planeta. Para isso necessitamos de conhecer os respectivos códigos. A zona onde se encontra o núcleo e onde teremos que nos deslocar inúmeras vezes para colocar os componentes é Quake. Os restantes são Verox, Tulsa, Delta, Exial, Ultra, Amiga, Soniq, Algol, Irage, Asoic, Ramic, Amaha, Kyzia e Oktup. E perguntam vocês: como se descobrem os códigos ou a zona onde nos encontramos? É fácil, basta entrar num qualquer teletransportador, esse indica o ponto onde nos encontramos, tal e qual como se fosse uma estação de comboio, e apenas temos que colocar o destino. Além disso, a partir de certa altura conseguimos identificar a área onde nos encontramos, pois cada uma delas tem gráficos e cenários distintivos das restantes.
Starquake é daqueles jogos que entranham até à medula. Apesar do elevado grau de dificuldade, a jogabilidade é imensa e é um delírio conduzir BLOB pelo planeta. Os cenários são extremamente imaginativos, ligados as diversas zonas entre si de forma perfeita, e criando um ambiente encantador. Os gráficos, mesmo que fortemente inspirados por alguns jogos da Ultimate, são do melhor que já se viu, ainda mais tendo em conta que estávamos em 1985. Quanto ao som, é outra pequena maravilha, revelando que nada neste jogo foi deixado ao acaso e que todos os pormenores foram muito bem trabalhados pelo seu autor.
Pode-se assim dizer que Starquake não tem pontos fracos e que é obrigatório experimentar. Quem não o fizer, não sabe o que perde. Além disso, e porque estamos a libertar esta review no dia de Natal, fica aqui uma óptima sugestão para passar uma tarde em família a jogar. Deixem-se encantar, tal como o autor deste artigo se deixou encantar em 1985...





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