quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

Drunk Policeman


Nome: Drunk Policeman
Editora: Automata
Autor: José M. A. Piloto
Ano de lançamento: 1985
Género: Plataformas
Teclas: Não redefiníveis
Joystick: Não
Memória: 48 K
Número de jogadores: 1
Link para descarga: Aqui

Quem diria que continuaríamos a encontrar surpresas nacionais nos repositórios do ZX Spectrum? E o mais recente foi encontrado pelo Pedro Pimenta (Pedro, tens que nos dizer como descobriste isto)...

Drunk Policeman até teve honras de lançamento numa compilação pela prestigiada Automata UK, uma das míticas editoras dos primórdios do ZX Spectrum, responsável por Deus Ex Machina e pela personagem π. É bem verdade que em 1985 já estava a cair em esquecimento, de qualquer forma, que tenhamos conhecimento, a par dos jogos de Marco & Tito na Wizard, e sem falar de elementos Portugueses em equipas mais abrangentes (Gyron, Elite), terá sido das primeiras incursões internacionais de programadores do nosso país.

Pelo que pesquisámos, terá também sido o único jogo desenvolvido por José Piloto, de quem nunca ouvimos falar, e também não encontrámos qualquer referência a trabalhos seus nas revistas da época. Por onde andará?

Drunk Policeman é o típico jogo inspirado em Manic Miner / Jet Set Willy, no qual o tempo e precisão de salto é fundamental para se conseguir chegar a algum lado. Por um lado, o sistema de colisão é mais generoso do que nos jogos de Matthew Smith, por outro, nem por isso o grau de dificuldade é menor. E nem o facto do jogo ter "apenas" 20 ecrãs, torna a tarefa mais fácil.

Uma facilidade muito interessante é que existe a opção de se gravar o jogo no ponto em que estivermos. De facto, para se chegar ao fim, é necessário muita destreza e persistência, e, por vezes, para se descobrir a forma de abordar um ecrã, teremos que tentar inúmeros caminhos. Não basta recolher os objectos, estes deverão ser recolhidos numa certa sequência (primeiro temos que recolher o círculo vazio, depois o círculo preenchido, e assim por diante). Além disso, embora generoso, existe um tempo limite para se recolher os objectos em cada ecrã (mais uma semelhança com Manic Miner), só após todos serem recolhidos, o cadeado das portas se abrem, permitindo o acesso a outras salas.

Além dos círculos, também temos que recolher as garrafas que se encontram em alguns ecrãs, em locais nada fáceis de alcançar (serão garrafas de vinho, daí o título do jogo?). À medida que vamos apanhando os objectos, a palavra "Spectrum" vai-se formando no ecrã inicial, e só quando esta estiver completa, completamos o jogo. Tudo isso vai-nos ocupar por um bom par de horas, pela que a possibilidade de gravar o jogo é bastante útil.

Os inimigos são muitos, alguns claramente inspirados em Jet Set Willy. Evitá-los é a palavra de ordem, embora muitas vezes necessitemos deles para chegar a alguns pontos do ecrã. Ao contrário do que é habitual nos jogos do género, se "aterrarmos" em cima dos inimigos, não morremos e temos assim possibilidade de saltar para outros pontos aparentemente inacessíveis. Junte-se a isso plataformas móveis, portas que nos transportam para outros locais, e um intrincado labirinto de salas, e vemos que é um jogo com mais complexidade do que o primeiro trabalho de Matthew Smith. No entanto, fica longe do brilho de Manic Miner.

O principal problema está ao nível da jogabilidade. Enquanto que nos jogos em que Drunk Policeman se inspira, cada fatalidade dá-nos ânimo para fazer um pouco melhor da próxima vez, neste, a frequência com que morremos é tão grande, que se acaba por tornar um exercício frustrante ao fim de alguns minutos. O grau de dificuldade definitivamente não está bem ajustado, o que é uma pena, pois por debaixo da falta de originalidade do jogo e de alguns erros de concepção, residem algumas ideias bem conseguidas, que poderiam ter sido melhor exploradas. 

Estamos em crer que se o jogo não tivesse sido trabalho de um único programador e este conseguisse ter ajuda em algumas vertentes (e um beta tester), Drunk Policeman poderia ser muito mais do que um produto menor, atirado para o meio de uma obscura compilação. De qualquer forma, faz parte do nosso património histórico do ZX Spectrum e está aqui um belo achado por parte do Pedro Pimenta.

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