sábado, 4 de outubro de 2025

S1NCLA1R C1TY


Nome: S1NCLA1R C1TY
Editora: Javier Fopiani & Furillo Productions 
Autor: IADVD, Molomazo, Javier Fopiani
Ano de lançamento: 2025
Género: Aventura
Teclas: Não redefiníveis
Joystick: Kempston, Sinclair
Número de jogadores: 1
Memória:  128 K
Link para descarga: Aqui

A equipa Furillo, isto é IADVD e Molomazo, e Javier Fopiani, uniram esforços durante cerca de ano e meio e lançaram S1NCLA1R C1TY. É isso mesmo, tudo em maiúsculas e números, pois representa os displays, também conhecidos como "split-flap", muito comuns nos aeroportos e nas grandes estações de autocarros. Para quem não sabe do que falamos, pensem naquelas sinaléticas estilo anos 70 e 80, nas quais estão escritos os destinos dos autocarros, e cujas letras vão saltando sempre que se pretende mudar o descritivo. É isso que basicamente representa, ou seja, a chegada do jogador a S1NCLA1R C1TY.

A temática é bastante futurista, trazendo à memória Blade Runner, Dark City e outras obras sci-fi do género. Aliás, o jogo está repleto de referências a obras cinematográficas, mas também a antigos jogos do ZX Spectrum, como a saga Wally, Frankie Goes to Hollywood ou Bruce Lee, não faltando sequer o revelador mamilo na figura feminina do ecrã de carregamento, algo que também era frequente nos jogos Espanhóis, e da própria autora do Boys (Summertime Love) ou Boys, Boys, Boys, como preferirem. Pois é, a memorável Sabrina faz parte deste jogo!

O menu inicial, apesar da sua forma simplista, está bastante composto, permitindo várias configurações de teclas, de joysticks, e até um sistema de passwords que permite avançar imediatamente para o nível pretendido. Notem, no entanto, que apesar de permitir evitar passar pelos níveis anteriores, não é transferido o dinheiro que entretanto tenhamos adquirido até aí, e esse é um grande ónus, pois apenas com dinheiro podemos fazer aumentar a nossa energia ("health"), constantemente delapidada pelas chuvas ácidas e fumos tóxicos, e pelos inimigos que nos emboscam quando menos esperamos (é bom não andarmos pelas ruas com a energia em baixo). Por outro lado, nem tudo é mau, pois começamos o nível com a energia no máximo.

Para quem quiser desde logo começar a jogar sem ler as instruções, isso também é possível, até porque apesar de uma aparente complexidade, o jogo é bastante simples e intuitivo. Além disso, entre cada fase aparece uma sinopse explicando o que se tem que fazer nesse nível, além de que ao conversarmos com as diversas personagens, vamos também apanhando o fio à meada e percebendo o que temos que recolher. Tudo muito limpinho e exemplarmente executado. De qualquer forma, aqui vão algumas dicas...

O jogo tem três níveis: os becos, o porto e o edifício da Corporação CPC. Após terminar-se o nível, existe uma fase intermédia, que faz a passagem entre as três regiões (uma breve corrida de C5, tendo que se evitar os inimigos, que rodam na nossa direcção). O objectivo é percorrer as ruas, numa sequência a fazer lembrar o já referido Blade Runner. Essas ruas são labirínticas, e mudam de jogo para jogo, mas felizmente que existe um muito útil mapa na parte inferior do ecrã, que vai revelando os locais por onde vamos passando, assim como os pontos de interesse. Esses incluem algumas lojas com personagens bem conhecidas e carismáticas do ZX Spectrum, e que necessitam de algo. Quando encontramos o item que necessitam, dão-nos então o objecto que têm na sua posse. Depois de aplacados todos os desejos dos diversos personagens, assim como daqueles que se encontram no local onde iniciamos a missão, é-nos dado a viatura C5 que permite passar ao nível seguinte, numa nova fase diferente de todas as outras. Mas ainda antes, temos que encontrar o traficante, que se encontra sempre nas junções das ruas, e que tem um passe C5-ID, fulcral para se poder avançar. Notem que os traficantes apenas aparecem quando não existe a malfadada chuva ácida ou fumos tóxicos.

A chuva ácida (ou os fumos tóxicos, no último nível), caiem aleatoriamente, e quando entramos numa rua que por ela esteja a ser assolada, resta-nos avançar rapidamente para a rua seguinte (ou entrar nalguma loja). A chuva e os fumos vão delapidando a nossa energia a um ritmo demasiado rápido, daí que tenhamos que ir obtendo dinheiro ao longo do jogo, para o gastarmos em comida no bar Paradise, ou nos locais onde iniciamos a missão em cada um dos níveis, única forma de repor a saúde, mesmo que isso implique ingerir alimentos pouco saudáveis. Claro que é sempre possível comprar um pouco de energia aos traficantes, mas a um preço elevadíssimo, pelo que apenas se deve avançar para essa opção, se estivermos no limite das nossas forças.

Outra forma de se perder a energia, é ser-se apanhado nas emboscadas que surgem periodicamente ao longo dos nossos passeios pelas ruas. Entramos então numa sequência de puro tiro ao alvo, a fazer lembrar The Untouchables ou Prohibition. Esta fase sempre serve para desentorpecer os dedos, assim como dar algum dinheiro extra e um útil objecto, claro está, se a completarmos com sucesso (atenção para não andarmos na rua com pouca energia, podemos ter uma surpresa desagradável). Além disso, serve para quebrar a monotonia e concede mais motivos de interesse a este excelente jogo, nomeadamente aos adeptos dos jogos de acção e tiro ao alvo.

Os traficantes vendem ainda melhorias na forma de balas "bullets", que permite fazer um "upgrade" à arma que temos em nosso poder e que usamos nas emboscadas. Podemos comprar uma melhoria por nível, e é fundamental fazê-lo, pois é o que nos permite fazer maior dano aos nossos inimigos na fase da emboscada, em especial no terceiro e último nível, onde a nossa energia decresce a um ritmo alucinante. É assim uma prioridade adquirir-se esta melhoria logo no início de cada nível. Existem mais algumas pequenas nuances, mas estas estão todas explicadas na página do jogo.

Já devem ter percebido que gostámos, e muito, deste jogo. Em primeiro lugar, é enorme, totalmente absorvente, com maravilhosos gráficos e música esplendorosa, algo que já é imagem de marca na equipa Furillo e em Javier Fopiani. Para se conseguir colocar isto tudo na memória, o jogo foi desenvolvido quase por inteiro em Assembly. Foi um enorme passo dado por esta equipa e que explica também um pouco o ano e meio que levou a desenvolver S1NCLA1R C1TY.

Mas tudo está tão bem implementado, que é um delírio para os sentidos ir-se avançando nesta ilustrada e iluminada aventura, apesar dos seus tons negros e depressivos. A diversidade é tanta, que acaba por não haver momentos mortos durante o jogo, até porque temos que estar sempre a correr de um lado para o outro.

Haveria muito mais a dizer deste excelente jogo, mas convidamo-vos a verem o directo que o nosso amigo Javier Ortiz, el Spectrumero, está a fazer no momento do seu lançamento (ver aqui), e depois virem aqui descarregar S1NCLA1R C1TY, dando uma pequena e mais que justa contribuição aos seus autores por este belíssimo trabalho (o custo do jogo é de apenas 2,5 USD). E 12 macacos me mordam se este jogo não vai parar ao próximo GOTY...

5 comentários:

  1. Dear Andre, thank you very much for your words and constant support to the community. We hope everyone enjoys this game. Cheers! :)

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    1. You welcone my friend, regards frim Albania :)

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  2. Engenheiro José Sócrates5/10/25 18:05

    Albânia... nem vou perguntar! :)))

    Excelente jogo e excelente análise - venham mais!

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  3. In Albânia we thrust !!! 😊

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