quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020
Derinkuyu
Nome: Derinkuyu
Editora: NA
Autor: Oscar Miralles
Ano de lançamento: 2020
Género: Plataformas
Teclas: Não redefiníveis
Joystick: Não
Memória: 48 K
Número de jogadores: 1
Fazer um jogo de plataformas exclusivamente em Boriel Basic não é para todos, embora não seja campo virgem. Ainda devem estar lembrados da saga de Max Pickles, que de forma brilhante, tendo em conta a linguagem com que foi programada esta trilogia, conseguiu apresentar um desafio divertido e com uma jogabilidade interessante. O mesmo acontece com Derinkuyu, que, para quem não sabe, é também uma cidade subterrânea na Turquia e que encerra grande valor arqueológico. O autor do jogo, Oscar Miralles, não fez também por menos, pois juntamente com esse, disponibilizou pela comunidade diverso material, ideal para quem se está a iniciar na arte da programação. E também as instruções, revelando um pouco da história de Derinkuyu (do jogo, não da cidade, obviamente), e até o próprio mapa onde se desenrola a acção.
Estranhas criaturas raptaram então a princesa Evelina e aprisionaram-ma numa jaula no fundo da cidade subterrânea de Derinkuyu, trancando-a numa jaula. Assumimos o papel do seu amante que a tem que resgatar. Para isso, temos que atravessar a floresta, evitando os ataques dos pássaros, atravessar o templo, saltando por cima das cobras e ratos, e descer à cidade subterrânea, onde muitos outros perigos esperam por nós, incluindo morcegos, estalactites e piranhas.
A acção desenrola-se ao longo de 25 ecrãs e começamos a missão com quatro vidas, apenas, muito embora ao longo do caminho se possa encontrar mais algumas. No entanto, as primeiras tentativas estão destinadas ao fracasso, pois além dos muitos perigos que espreitam em cada canto, o caminho é um pouco labiríntico e cedo iremos perceber que algumas saídas levam a becos sem saída, ou pior, a poços sem fundo. Além disso, para podermos aceder a novos pontos dos subterrâneos, teremos que recolher as chaves que abrem as portas de acesso. Precisamente no último ecrã encontra-se a nossa amada.
Derinkuyu vai beber muito da sua inspiração a clássicos como Manic Miner ou Abu Simbel Profanation, dois dos jogos mais difíceis de sempre a aparecer para o ZX Spectrum, exigindo um timing e precisão de salto perfeitos para se poder passar os obstáculos, e mesmo assim não sendo garantia de sucesso. Felizmente que Derinkuyu não tem esse grau de dificuldade, em primeiro lugar porque sendo programado em Basic, as próprias limitações da linguagem iriam torná-lo injogável, mas também porque o seu autor achou que os quarentões, a idade média daqueles que ainda se dedicam ao Spectrum, já não estão dispostos a exercícios de grande dificuldade. Isso fica para os mais jovens.
Claro está, e tal como se esperaria, os movimentos revelam alguma lentidão, em especial quando saltamos. Quanto a isso pouco haveria a fazer, pois com Basic, mesmo que compilado, não é possível grandes milagres, no entanto, e após uns primeiros momentos em que se estranha a dinâmica da movimentação, rapidamente entramos no esquema e começamos a galgar terreno. O facto de ser em Basic ajuda também a temporizar melhor as nossas acções, e é preciosa, pois só assim conseguimos passar alguns dos inimigos, nomeadamente os morcegos.
Os gráficos são os possíveis, estando os cenários bem imaginados e dando uma atmosfera lúgubre e bastante adequada à temática. A fazer lembrar os primeiros tempos do Spectrum, no qual as técnicas de programação ainda estavam pouco desenvolvidas, centrando-se o trabalho fundamentalmente na jogabilidade (para finais dos anos 80 centravam-se na parte gráfica, em detrimento da jogabilidade, com claro prejuízo para os programas criados).
Derinkuyu é então mais um candidato a vencer a competição BASIC 2020, que conta já com 16 jogos de grande qualidade, tendo em conta obviamente a própria temática e características do concurso.
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