Nome: Il Noma della Rosa
Editora: Perpetum
Autor: Miloslav Bahna, Radoslav Javor, Noro Grellneth
Ano de lançamento: 1993
Género: Aventura
Teclas: Não redefiníveis
Joystick: Não
Memória: 48K
Número de jogadores: 1
Link para descarga: Aqui
Il Noma della Rosa é uma obra literária, e também cinematográfica muito conhecida. Baseada numa das obras de Umberto Eco preferidas deste escriba (juntamente com o Pêndulo de Focault e A Misteriosa Chama da Rainha Loana), remete-nos para o século 14, em plena época medieval, onde a pseudo ciência, a superstição e o receio da verdade eram a Lei, muito por força de uma Igreja profundamente corrupta, que dominava a seu belo prazer a populaça, muitas vezes aterrorizando-a com uma malvadez e crueldade terríveis (inquisição, cruzadas, etc.). Qualquer semelhança com os dias de hoje é pura coincidência. Ou talvez não, pois estamos a regressar à idade das trevas...
Curioso também que esta obra de Umberto Eco tenha dado origem em 1988 a uma aventura, que é considerada um dos expoentes dos videojogos da cena Espanhola. O seu nome, La Abadia del Crimen.
Mas voltemos à aventura que aqui nos traz. Il Noma della Rosa, lançada em 1993 na Eslováquia, pelo Ocidente só muitos anos mais tarde se tornou conhecida. O facto de estar na língua dos seus criadores, impediu que tivesse alguma projecção em países como o Reino Unido, Espanha, ou até Itália, terra natal de Umberto Eco. Entretanto, e em boa hora isso aconteceu, o jogo foi traduzido para Inglês, permitindo a todos os mortais deliciarem-se com a qualidade gráfica deste jogo.
Para quem não conhece O Nome da Rosa, na obra assumimos o papel de Guilherme de Baskerville, um frei que tem como missão investigar os actos hereges que presumivelmente estão a acontecer num mosteiro Beneditino. No entanto, a realidade é muito mais terrível do que se pensava, pois em breve se vão dar uma série de mortes misteriosas. Cabe a Guilherme desvendar estes crimes hediondos e levar o responsável à justiça.
O jogo segue de perto a história, embora de forma muito superficial (é preciso notar que corre em apenas 48K, e com imagens e cenários muito trabalhados, provavelmente não se conseguiria aprofundar muito mais). Graficamente, como se pode ver nos ecrãs que aqui deixamos, tem pormenores riquíssimos. Aliás, sendo este um dos pormenores que capta logo a atenção do jogador, por outro lado, tanto detalhe acaba por também dificultar a vida.
Não o tínhamos antes referido, mas esta é uma aventura diferente do habitual, pois é do género "point'n'click", quem sabe a primeira ou uma das primeiras a surgir no ZX Spectrum (nos 16 bits este género é muito mais frequente). Assim, não é fácil conseguir encontrar os objectos escondidos no cenário e, por vezes, é difícil recolhê-los. Há um truque eficaz para isso: movam o cursor (seta) ao longo do ecrã, enquanto têm a função "use" ou "look at" activada, e mais rapidamente conseguem descobrir os objectos e demais elementos com os quais é possível interagir.
Embora não tendo muitos ecrãs, contámos apenas nove, excluindo os que fazem parte da belíssima introdução, e da conclusão quando se cumpre a missão, e cerca de uma dezena de objectos (nem todos são necessários), nem sempre a sua utilidade é intuitiva. Isso acontece em especial quando é necessário manipular dois ou três objectos para se conseguir chegar a um resultado. Quem já leu a obra (ou viu o filme), claramente estará em vantagem, pois tem uma ideia aproximada dos passos que deverá dar, mesmo que baseados numa versão muito sintética do livro.
Também a forma de controlo do personagem e das suas acções, conjugando os ícones, com o uso do cursor nos cenários, poderá ser para o jogador um pouco estranho ao início. Mas depois de algum tempo, uma pessoa habitua-se. Um pouco aquilo que aconteceu com ZX Larry, embora neste último caso, o sistema de controlo até estivesse menos afinado. Mas é tudo uma questão de hábito, o que até é muito adequado, pois o hábito também é uma veste muito usada no local onde a acção se passa.
Embora Il Noma della Rosa seja uma aventura interessante, na nossa opinião poderia ainda ter sido melhor. Tivesse usado em pleno a memória do computador, isto é, os 128K, criando mais cenários e mais tarefas, e poderia ombrear com Where Time Stood Still pelo estatuto de uma das melhores do género. Mas é também preciso esquecer que embora tendo tido versão física, saiu no mercado do Leste, sendo portanto praticamente considerada como uma homebrew, tendo os seus autores poucos meios e estando muito longe dos recursos que as editoras ocidentais possuíam. É portanto um trabalho muito meritório e original que merece ser explorado.
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