Nome: S.O.S. no Paraíso
Editora: Adada Soft Produções
Autor: Carlos Guimarães e Kiko
Ano de lançamento: 1988
Género: Aventura de texto
Teclas: NA
Joystick: NA
Memória: 48 K
Número de jogadores: 1
Link para descarga: Em breve
A parceria entre o João Cruz / Francisco Cruz e Planeta Sinclair continua a dar frutos. O João disponibilizou-nos a sua arca de raridades e conseguimos assim obter uma série de jogos que se pensava estarem dados como perdidos para sempre (City Connection 128K, por exemplo). O mais recente é S.O.S. no Paraíso e já tínhamos conhecimento do jogo através de uma menção que saiu num dos jornais da época. Além disso, o João recebeu a cassete enviada pelos programadores, embora nunca a tivesse conseguido carregar (toda a história aqui).
S.O.S. no Paraíso saiu também numa altura muito profícua em termos do desenvolvimento de aventuras de texto no nosso país. Por um lado, os jornais nacionais estavam a incentivar os programadores amadores nacionais a criarem as suas aventuras. Por outro, ferramentas como o GAC começaram a rodar com maior frequência nos lares Portugueses. E assim, dois jovens programadores criaram mais uma pequena pérola...
Devemos deixar logo de início algumas notas. Assim, este não é dos jogos mais indicados para os principiantes nas aventuras de texto. Damos de barato os erros ortográficos, até porque na altura não havia correctores ortográficos e estávamos perante dois adolescentes. No entanto, S.O.S. no paraíso tem alguns problemas ao nível da jogabilidade. E alguns bugs, também, pois em pelo menos um momento ficámos presos num local (WC do avião), o qual nem era suposto entrarmos.
Outro dos problemas está relacionado com os comandos. Normalmente apenas um comando específico desencadeia os resultados pretendidos, o que quer dizer que até o descobrirmos, andamos numa série de "tentativa e erro" que pode desmotivar muita gente.
Finalmente, um grau de dificuldade um tanto ou quanto elevado na fase inicial, nomeadamente quando estamos dentro do avião e no qual temos um número muito específico de jogadas para se conseguir escapar. Seria preferível o grau de dificuldade (e as mortes súbitas) ir subindo gradualmente.
Mas tirando estes problemas iniciais que, refira-se, vão fazer desmotivar alguns, o resto da acção desenrola-se com alguma fluidez. Assim, se conseguirmos escapar do avião, vamos aterrar directamente no paraíso. Mas este não é lá muito amigável. Desde lixeiras, cadáveres, punks, piranhas, aves de rapina terríveis, de tudo um pouco se encontra nesta aventura. Para já estamos encalhados na parte das piranhas, pois apesar de lhes atirarmos com o presunto estragado (mas não envenenado?), não há maneira delas morrerem. Assim como o presunto parece ser infinito, pois nunca desaparece do nosso inventário (bug?).
S.O.S. no Paraíso, não sendo do melhor que se fez no nosso país, tem o seu valor. É bem representativo de uma época em que os adolescentes e crianças, sem qualquer apoio externo, conseguiam dar asas à sua imaginação e criar as suas aventuras. Resta agora saber se Carlos Guimarães e Kiko chegaram a terminar a aventura seguinte que tinham em mente: O Pigmeu.
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