Nome: Em busca do Mortadela
Editora: Team SigloXXI
Autor: Alfonso Fernandez Borro
Ano de lançamento: 2017
Género: Aventura
Teclas: Não redefiníveis
Joystick: Kempston, Interface Two
Número de jogadores: 1
É com todo o orgulho que Planeta Sinclair faz a análise ao primeiro jogo a sair da renovada Topo Soft, neste lançamento sob a sigla Team SigloXXI, pois contribuímos activamente para a tradução para português e para o seu lançamento físico por cá. Já não se via um jogo (oficial) traduzido para a nossa língua desde os tempos em que a Timex ainda colocava cassetes no mercado, ou seja, há mais de 30 anos.
Por outro lado, é de saudar o regresso da Topo Soft, editora mítica espanhola que tão boas recordações deixou entre os gamers portugueses, que tinham acesso mais facilitado ao que vinha do país vizinho em detrimento do que vinha do país de Sua Majestade...
Apesar de ser um jogo ao qual estamos ligados, tentaremos ser o mais imparcial possível na nossa análise, sem puxar a brasa à nossa sardinha (o que até seria desculpável). Assim, em primeiro lugar deveremos dizer que Em Busca do Mortadela foi criado através do motor 3D Game Maker da CRL. Já aqui falámos por diversas vezes de algumas das lacunas que os jogos criados com este motor enfermam. Algumas inultrapassáveis, como seja o caso da movimentação da nossa personagem ou a ausência de teclas redefiníveis. No entanto, outras, Alfonso Fernández Borro (também conhecido por Borrocop e por ter criado os gráfico para Zona 0, por exemplo) conseguiu ser muito bem-sucedido a ultrapassá-las, como por exemplo o número de vidas com que começamos esta aventura (quatro), ou o inacreditável número de salas disponíveis (256, num total de 257 ecrãs).
Já devem assim ter percebido que estamos perante uma aventura isométrica, à semelhança de Deep Blue e Abu Sinver Propagation, e desta vez são utilizados dois personagens da BD famosos nos anos 80: Salamão e Mortadela.
A história deste jogo também vai buscar a fonte de inspiração às próprias histórias destas personagens. Assim, Mortadela foi sequestrado pela tenebrosa A.B.U.E.L.A.. Se chegaram a ler esta BD, devem lembrar-se que tal e qual nos filmes de James Bond, havia um professor (Bacterio), que criava os mais mirabolantes inventos, testados sempre com efeitos imprevisíveis e hilariantes pelos nossos heróis. Para a presente aventura, e dado ser anterior à era do telemóvel, era um sapato que servia para esse efeito (o sapatomóvel), e Mortadela conseguiu alertar Salamão para o rapto que estava prestes a sofrer. Cabe agora a Salamão entrar na mansão da organização inimiga e libertar Mortadela.
Em relação aos dois outros jogos recentemente lançados com recursos ao 3D Game Maker e que aqui falámos, nota-se desde logo uma muito maior profundidade na acção. Assim, além do enorme número de salas da mansão, autêntico labirinto e a exigir desde logo que a mapeemos, também os obstáculos são em muito maior número e mais variados, contribuindo para a maior longevidade do jogo.
Os gráficos também são uma maravilha e em nada ficam atrás dos grandes jogos do género criados pela Ultimate (Knight Lore e Alien 8 à cabeça), ou até mesmo grandes aventuras isométricas que saíram posteriormente da mente de Ritman e Drummond (Batman e Head Over Heels). Nota máxima para esta vertente, portanto, a que nem o facto de serem (necessariamente) monocromáticos lhes retira brilho.
O som é o normal nos jogos criados através deste motor, mas é funcional e q.b. para que seja recriado um ambiente envolvente para a aventura. A versão que testámos foi a de disco para o +3, mas Em Busca de Mortadela será compatível com o 48 K e 128 K.
Em breve estará disponível uma versão gratuita para download, mas aconselha-se fortemente a adquirir a versão física, nomeadamente a portuguesa, pois será uma forma de incentivar os programadores a criarem mais jogos para o Spectrum.
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