Nome: Double Tennis
Editora: Team Siglo XXI
Autor: Víctor Morilla
Ano de lançamento: 2024
Género: Simulador
Teclas: Redefiníveis
Joystick: Kempston, Sinclair
Memória: 48K
Número de jogadores: 2
Descarga: Aqui
A Team Siglo XXI está de regresso, e só não é uma completa surpresa este novo lançamento, porque já o tínhamos referido há algum tempo em Planeta Sinclair (ver aqui). De qualquer forma, este é daqueles jogos que não esperávamos ver alguma vez recuperados e a dar origem a uma nova versão para o ZX Spectrum. Em boa hora isso aconteceu, até porque corrige alguns dos problemas da versão de 1990, nomeadamente ao nível da jogabilidade. De resto, podem consultar aqui a entrevista com o seu autor, Victo Morilla, onde é desvendada a história deste jogo e muito mais.
O que desde logo salta à vista em Double Tennis é a infinidade de opções e o seu realismo. De resto, este é mesmo o seu ponto mais forte, pois não só é possível jogar com (ou contra) os grandes jogadores de final dos anos 80, com o grande Ivan Lendl à cabeça, os Grand Slam (Wimbledon, Roland-Garros, EUA e Austrália), e até a Taça Davis, neste caso estando ao serviço do nosso país. E podemos jogar em singles, em pares (a mais divertida de todas as variantes), com ou contra o computador, ou na companhia de um humano. Além disso, é possível escolher o tipo de piso (relva, argila / terra batida ou cimento / piso duro), cada um deles com um comportamento diferente na bola, e a côr do terreno e até do border, podendo ser configurado à nossa medida, ou então usar as definições por defeito, isto é respeitando as características de cada torneio. Como podem ver, é inacreditável o número de variantes que o jogo tem, constituindo divertimento para muito, muito tempo.
Se ao nível das opções estamos falados, como se porta Double Tennis no terreno de jogo? Vamos ser sinceros, quando experimentámos a versão de 1990 há muito tempo, não nos cativou por ai além. Não que achássemos o jogo fraco, muito pelo contrário, mas porque não era fácil entrar num desafio e começar a dar alguma luta, respondendo às bolas do adversário, quanto mais ganhar pontos. Mas agora, ao testarmos esta nova versão, talvez porque também a jogabilidade efectivamente sofreu algumas melhorias, conseguimos ao final de algum tempo começar a dar luta e até a ganhar alguns sets. Para já ainda não conseguimos vencer nenhum torneio, até porque à medida que vamos passando os adversários, o nível destes vai subindo, e a estratégia que usámos para vencer o adversário anterior, não irá servir para o novo.
Claro que podemos tentar facilitar a missão, escolhendo o nível mais fácil (apenas para as partidas particulares), assim como a velocidade da bola. Aconselha-se de todo a começar com a velocidade mais lenta, só quando começarmos a dominar a forma de bater a bola e a posição ideal do nosso jogador para a rebater, é que nos podemos atrever a mudar para uma velocidade mais rápida. Doutra forma iremos andar literalmente aos papéis e a levar cabazadas de todo o tamanho.
Talvez o aspecto mais difícil do jogo, com excepção de encontrar a posição que permite rebater a bola, seja dominar os vários tipos de golpes possíveis. Senão vejamos aqueles que temos à disposição: drop shots, volleys, lobs e smashes. Percebermos o momento certo para aplicar determinado golpe, é a forma mais rápida de se conseguir ganhar o ponto. Assim, se no momento de batermos na bola, pressionarmos a tecla de direção no sentido da rede, faremos um serviço forte e que permite desde logo ganhar alguma vantagem face ao adversário (mas a probabilidade de falhar o golpe também é maior). Para se fazer um Drive / Backhand, temos que acertar na bola quando esta estiver perto do jogador. Se estivermos a mover-nos em direção à rede nesse momento, daremos um golpe forte. Se estivermos a afastar-nos da rede, faremos um drop shot ou um lob, dependendo se estamos mais perto ou mais longe da mesma. Por fim, é possível fazer um smash, quando o nosso adversário fizer um balão. É altamente eficaz, mas de grande dificuldade técnica (a trazer à memória os smashes em Konami Ping Pong).
Com tanto golpe possível, os primeiros desafios estão condenados ao insucesso. Só começamos a usufruir verdadeiramente deste jogo quando começarmos a dominar os vários parâmetros dos golpes e da posição do jogador no terreno. E quando isso acontece (talvez ao final de meia hora a apanhar papéis), o jogo começa a entranhar e começamos a tirar todo o partido dele. Nesta altura, quem gosta do género, seguramente estará já viciado em Double Tennis.
Outros pontos que gostámos particularmente em Double Tennis, e no qual ganha pontos (sets) a quase toda a concorrência, são as animações e os gráficos, mais uma vez bastante realistas. Não é por acaso que temos o grande artista gráfico Borrocop a dar apoio nessa vertente, sendo sempre garantia de jogos muito atractivos graficamente. Além disso, graças a este nosso amigo, temos a possibilidade de o jogo estar traduzido para Português. Foi uma honra para nós tratar desta parte.
Assim, será que Double Tennis consegue destronar Match Point do pódio? Não nos atrevemos a dizer tanto, mas fica lá perto, e isso já é dizer muito deste jogo. Foi de facto uma pena Double Tennis não ter sido lançado oficialmente em 1990, pois estamos seguros que teria sido sucesso garantido, mesmo sabendo que as vendas de jogos nesse período já estavam a decair fortemente e as editoras em fase de desinvestimento no ZX Spectrum e a passar para os 16 bits. Talvez por isso nunca tenha tido a oportunidade que merecia, mas ainda vai muito a tempo. Experimentem...
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