Nome: Bruce Lee RX
Editora: US Gold
Autor: Ocean Software, L.T. Software, F. David Thorpe (1984), Allan Turvey (2019)
Ano de lançamento: 1984 / 2019
Género: Plataformas
Teclas: Não redefiníveis
Joystick: Kempston, Sinclair
Memória: 48 K
Número de jogadores: 2 (em simultâneo)
Bruce Lee, além de ter sido uma lenda nas artes marciais, é também uma lenda no Spectrum. Serão muitos poucos os que nunca o jogaram, e ainda menos os que o desconhecem. E são também poucos os jogos que se podem gabar da fama que esse alcançou. Daí que Allan Turvey, que tem o condão de pegar em clássicos, dar-lhe o seu cunho pessoal, e transformá-los em desafios muito divertidos (veja-se os casos de InvAGDers, Terrapins ou Roust), e que ainda recentemente tinha feito um MOD para Airwolf, achou que 35 anos depois do seu lançamento oficial, estava na hora de dar nova roupagem a Bruce Lee, quer ao nível gráfico, quer ao nível sonoro.
Mas porquê Bruce Lee? Podemos desde logo apontar algumas razões: É um dos clássicos do ZX Spectrum, tem uma jogabilidade imensa, apesar de ser daqueles jogos que mesmo os mais aselhas conseguem terminar, e porque tendo sido um jogo que foi na altura convertido de outros sistemas, os gráficos deixavam bastante a desejar. Não que isso fosse impeditivo de se ter um excelente jogo, até porque nas TV's da altura não se notava, como agora, algumas das deficiências nos cenários e sprites, em especial ao nível das cores. Comparando os dois ecrãs abaixo, rapidamente se notam as diferenças entre a versão original e a nova versão, contemplando a melhoria gráfica.
Bruce Lee (1984) Bruce Lee RX (2019)
Como se comprova, as cores são agora muito mais vivas, os caracteres melhor definidos, e o Bruce Lee realmente se parece mais com a lenda. Os fundos continuam pretos (não fazia sentido mudá-los), ajudando a realçar os sprites e cenários. Acima de tudo, o jogo ficou agora com um aspecto bastante mais moderno, ajudando a colmatar uma das suas lacunas (a vertente gráfica).
Turvey não mexeu substancialmente (para já) no código de jogo. Quer isto dizer que nesta versão não vão encontrar novidades ao nível da jogabilidade ou mesmo das opções iniciais, com ligeiras excepções. Continua a ser um exercício fácil, demasiado até, pois apenas tem 16 diferentes ecrãs, e ao final de apenas 15 minutos consegue-se dar a volta. De facto, o nosso personagem tem capacidade para aguentar algum dano sempre que é atingido pelos inimigos (aquilo que parece ser um lutador de Sumo, e um ninja minorca munido de um pau), mas basta mudar-se para um novo ecrã que o dano sofrido volta a zero. É assim possível estarmos apenas preocupados com as restantes armadilhas mortais, menosprezando os restantes inimigos.
Mais interessante se torna no modo de dois jogadores, sendo um responsável pelo Bruce e outro pelo lutador de Sumo. Neste caso, mais do que se tentar chegar ao fim do jogo, os jogadores tentam dar cabo um do outro. Foi outra das novidades na altura em que Bruce Lee foi lançado, pois eram poucos os desafios que permitiam ter dois jogadores em simultâneo.
Em alguns dos cenários encontram-se minas no piso, que, quando tocadas, provocam, cerca de um segundo depois, uma explosão (parece mais um jacto de água, mas adiante). Aparentemente este seria um obstáculo temível, mas na realidade, é algo que até joga a nosso favor, isto porque frequentemente, em vez de tentarmos eliminar os inimigos a golpe de karaté, tentamos fazer com que estes sejam atingidos pela explosão. Aliás, não é muito difícil levá-los até às minas, e, por vezes, até são os próprios inimigos que se eliminam um ao outro, quer através das minas, quer através de pancada. Não sabemos se propositado, mas parece aqui haver alguma rotina que não estava prevista ou que não funcionou a 100% (no código original, obviamente).
Apesar dos seus 35 anos, e das lacunas que fomos descrevendo, este é daqueles jogos que nos agarram imediatamente, e que apesar das facilidades, faz com que a ele voltemos frequentemente. No fundo tem as capacidades de entretenimento que apenas os melhores platformers conseguem alcançar, casos de Chuckie Egg, Manic Miner ou Bomb Jack. Afinal de contas, quem é que não deu já a volta a esses jogos vezes sem conta? Não se atrevam a dizer que Manic Miner não se completa com uma perna às costas...
Entretanto, Turvey tem ideias de criar uma versão estendida de Bruce Lee. A nós parece-nos uma excelente jogada, e deixamos algumas sugestões para esta futura versão, que contemplará mais níveis:
- Diminuir o número de vidas no modo de 2 jogadores
- Dano não voltar a zero quando se entra num novo ecrã
- O "boss" de final de jogo, ser apenas de final de fase (entrando depois os novos níveis)
- E já agora os projécteis que nos atira poderem mais facilmente atingir-nos
- Novos inimigos para os novos níveis
- Novos efeitos sonoros
Byevoltor
ResponderEliminarhttps://maps.speccy.cz/map.php?id=BruceLeeRX&sort=0&part=0&ath=
Thanks, you can see all easter eggs on those screens ;)
EliminarByevoltor
EliminarO original e esta versão, são duas gotas de água, não discuto a qualidade gráfica.
Mas para 2% o original vence.
Joguei cada jogo duas vezes novamente e ainda gosto do primeiro, o original.
Agora, se você adquirir Bruce Lee rx II, com o novo mapeamento, falaremos sobre outra jóia mítica para o zx spectrum.
Obrigado por sua análise e descrição desse grande retorno de Bruce Lee.
Nunca volte, nunca desista.