quinta-feira, 25 de junho de 2020

Time Scanner


Nome: Time Scanner
Editora: Activision
Autor: Gavin Wade, Chris Edwards
Ano de lançamento: 1989
Género: Acção
Teclas: Não redefiníveis
Joystick: Não
Memória: 48 / 128 K
Número de jogadores: 1

Foram muitos os jogos do Spectrum que apareceram a recriar as mesas de flippers, que embora agora tenham caído em desuso, eram bastante populares nos anos 80. Não foi assim de estranhar que a Activision tenha pegado no tema e tenha criado aquele que é para nós o melhor jogo do género. E o que distingue Time Scanner de todos os restantes simuladores de flippers? Em primeiro lugar o número de mesas. São quatro, qual delas a mais inspirada, e que corresponde a cada um dos níveis do jogo. Sim, níveis, pois apenas se pode passar para a mesa seguinte quando se completar todos os objectivos da que se tem em mãos.

A segunda novidade é que cada mesa é composta por dois patamares (ou ecrãs), um superior e outro inferior. Inicia-se no patamar de cima e é de todo conveniente permanecer por aí o máximo de tempo possível, pois é na parte de cima que estão a maior parte dos objectos que têm que ser tocados e que permitem passar para o nível seguinte. No entanto, se deixarmos a bola cair, e ao contrário do que acontece nos jogos tradicionais de flippers criados para o Spectrum, não se perde imediatamente a bola. Essa passa então para o patamar de baixo, e aqui sim, se a deixarmos cair, perde-se uma bola. Existe sempre a possibilidade de voltar ao patamar de cima, mas para isso tem que se cumprir com os objectivos da parte de baixo. Aliás, mais que uma possibilidade, é uma imposição, doutra forma não passamos para a mesa seguinte.


O primeiro nível, Volcano, é também o mais simples de todos. O objectivo é fazer o vulcão entrar em erupção, para isso fazendo a bola passar várias vezes pelas passagens transparentes. Só depois se poderá ir ao patamar de cima e colocar a bola no ponto que leva ao segundo nível.

O segundo nível não é tão fácil e imediato como o primeiro. Saqqarah é o seu nome e remete para as necrópoles egípcias e para as pirâmides. Não é assim de admirar que o principal objectivo seja erguer estas construções milenares, colocando várias bolas num ponto específico (terão que o descobrir por vós, mas este está bem assinalado). Só então o sarcófago se acende e levando a bola ao ponto de passagem de nível avançamos...


... Para o terceiro nível, Ruins. Este é ainda mais difícil, não só porque é o cabo dos trabalhos colocar a bola no buraco central do patamar de cima, mas porque temos que o fazer por várias vezes. Colocando a terceira vez, passamos então para o patamar de baixo, jogando simultaneamente com as três bolas que entretanto colocámos no ponto central, e tentando passar novamente para o patamar de cima. Aí teremos que colocar a bola no buraco que permite mais uma viagem no tempo.

Chegamos então ao quarto e último nível, e este é verdadeiramente diabólico. Em primeiro lugar porque temos que, no patamar de cima, destruir todos os blocos que perfazem a palavra "Special", num exercício semelhante ao "tiro à parede" (ou Arkanoid, para quem não conhece o primeiro). No entanto, se deixamos a bola ir para o patamar de baixo, temos que a fazer chegar ao de cima o mais rápido possível. É que esse é verdadeiramente diabólico e mal se consegue aguentar a bola na mesa por mais que uns segundos. Quando destruirmos todos os blocos do patamar de cima, seremos então coroados como o Ás dos Flippers, parafraseando os Táxi.

                 
Time Scanner tem então tudo o que as restantes propostas tentaram fazer, mas nunca atingindo a bitola deste. A jogabilidade é excelente e parece mesmo estarmos perante uma verdadeira mesa de flippers electrónica. O grau de dificuldade é crescente e isso faz com que exista uma curva de experiência (com alguma sorte à mistura) que permite irmos descobrindo as novas mesas. Já agora, estas terão que ser carregadas nível a nível (é multiload, não existem milagres), mas quando se perde, recomeça-se da mesa onde se perdeu o jogo anterior, não havendo necessidade de recarregar o nível.

Mesmo a nível gráfico e de som (melodia apenas no modo 128K), os programadores não deixaram nada ao acasom. Porventura estaríamos à espera de que simples mesas de flippers pudessem trazer alguma novidade ao nível gráfico? Basta olhar para as mesas (completas) que deixamos acima para se poder tirar as devidas ilações.

Se existe alguma falha a apontar, apenas a lentidão quando estão três bolas em jogo. Os cálculos matemáticos roubam a memória toda, diminuindo a capacidade de processamento, mas mesmo isso, que apenas acontece com muito pouca frequência (três bolas em simultâneo), não é o suficiente para fazer diminuir a qualidade desta proposta.

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