sábado, 4 de abril de 2020

Reverse Pong


Nome: Reverse Pong
Editora: NA
Autor: Miguetelo
Ano de lançamento: 2020
Género: Acção
Teclas: Não redefiníveis
Joystick: Kempston, Sinclair
Memória: 48 K
Número de jogadores: 1

Miguetelo tem sempre o condão de nos surpreender, e desta vez, além de ter pegado num velho tema, desenvolvendo uma nova abordagem, criando assim um jogo muito original, ainda por cima fê-lo em Boriel Basic, sem que perca qualquer eficácia relativamente a linguagens de programação mais evoluídas ou complexas.

Todos devem conhecer Pong, um dos primeiros videojogos da histórias e que apresenta um desafio para dois jogadores em simultâneo, quer seja um oponente humano, quer seja o próprio computador ou consola, e no qual controlamos uma raquete usada para rebater uma bola que vai circulando pelo terreno de jogo. O objectivo é fazer com que a bola seja enviada para o terreno adversário e esse não a consiga rebater, marcando-se assim um ponto.

Em Reverse Pong, e tal como o nome indica, os papéis invertem-se. Não controlamos a raquete, mas sim a bola, sendo o objectivo fazer com que esta passe sob certos objectos dispostos no terreno, neste caso moedas, evitar outros tantos (minas e espigões), ao mesmo tempo tentando fazer com que a bola não saia do terreno de jogo. Para isso tem que se temporizar a bola, fazendo-a mudar de direcção (apenas existem as teclas para cima e para baixo), de modo a que seja rebatida pelas raquetes, que se vão movendo numa trajectória vertical a ritmo constante.


Iniciamos o desafio com nove vidas, e rapidamente as começamos a perder, quer seja porque estamos formatados para tomar conta da raquete e não da bola, quer seja porque se aplica o dilema do macaco e da banana, situação equiparada a jogos tipo Arkanoid, em que para se obter o "prémio", se perde a possibilidade de rebater a bola. É precisamente o que acontece em Reverse Pong, pois temos que a todo o momento optar entre tentar apanhar as moedas, estando com um olho na bola, e fazer com que esta não perca a possibilidade de ser rebatida pela raquete. Ou seja, temos que estar sempre com um olho no burro e outro no cigano, como diz o provérbio popular.

A ideia à partida tem tudo para dar certo, no entanto inicialmente achámos que o desafio tinha um grau de dificuldade demasiado elevado. Mesmo havendo a possibilidade de se repetir os níveis, quando ficamos sem vidas (recomeçamos depois com três), a partir do terceiro nível, devido à disposição das moedas no tabuleiro, apenas com muita persistência e alguma sorte conseguimos avançar, por vezes tornando-se até frustrante. Talvez um pouco menos de velocidade aumentasse as chances de sermos bem sucedidos, mas a sensação que deu, é que poderia haver níveis que não tinham possibilidade de serem terminados, dependendo da direcção que a bola tomava ao arranque, quase parecendo uma cópia de Play for Peace.


Mas persistimos, e em boa hora o fizemos, pois a partir de certa altura a coisa começou a rolar de forma bem mais fluída, e os níveis começaram a ser ultrapassados com maior ou menor dificuldade. Foi nesta altura que o jogo foi crescendo dentro de nós e surgiu a vontade de seguir até ao fim. Como temos a possibilidade de ir repetindo os níveis, começámos então a perceber qual a trajectória mais indicada para fazer a bola tocar nas moedas. Algumas das moedas não conseguimos tocar sem perder a vida, e quando se recomeça o nível, as moedas que recolhemos voltam a aparecer no tabuleiro. Quer isso dizer que existem movimentos "suicidas", e nessa altura só existe uma solução: guardar essa moeda para o fim, sendo necessariamente a última a ser atingida.

Ainda não conseguimos terminar o jogo, pelo que não sabemos quantos níveis é que tem. Mas não temos dúvidas que iremos pelo menos tentar chegar até ao fim, pois este é daqueles jogos que começamos por odiar, tal a frustração que incute, mas aos poucos, vai-nos viciando, até um ponto que não conseguimos parar. Às vezes os desafios mais simples são assim...

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