Nome: Funky Fungus Reloaded
Editora: NA
Autor: Alessandro Grussu
Ano de lançamento: 2013 / 2020
Género: Plataformas
Teclas: Redefiníveis
Joystick: Kempston, Sinclair
Memória: 128 K
Número de jogadores: 1
Relativamente ao original, são muitas as novidades: desde novos ecrãs e redefinição de alguns sprites, à inclusão de música AY, e muito importante, um nível de dificuldade um pouco menos penalizador (uma das maiores pechas do original). Não se pense, no entanto, que quem pegar nesta versão a irá terminar com uma perna às costas, tal como um dos adversários que volta e meia aparece. Nada disso, o jogo continua a ser muito difícil (ainda demasiado, no nosso entender, em especial na batalha final contra Seto Taishō), mesmo tendo em conta o sistema de passwords utilizado, que permite iniciar o jogo num mundo mais avançado, sem ter que percorrer os anteriores.
Iremos abster-nos de contar a história de Funky Fungus do início, até porque está muito bem documentada no manual que acompanha o jogo, e em português, como é habitual neste programador (é o próprio que faz as traduções, não estranhando assim que seja mais um misto de "portunhol"), além da própria introdução quando se carrega o programa (também já habitual nele). Diremos apenas que a acção se passa na Fungilândia, terra dos fungos, explicando o facto do nosso personagem ser um cogumelo. A missão é libertar a aldeia, que foi invadida por Seto e o seu exército, e temos assim que ao longo de quatro mundos, e mais a batalha final, apanhar a estrela que permite eliminar os inimigos. No total são cerca de 50 níveis, alguns bastante fáceis, mas a maioria com um grau de dificuldade elevado e a exigir um estudo detalhado dos movimentos adversários.
Apenas é possível passar-se ao nível seguinte depois de todos os inimigos serem eliminados em cada ecrã, mas tem que se evitá-los enquanto não recolhemos a estrela, pois até ai encontramo-nos indefesos. Só depois os podemos enfrentar, enviando-os então para o seu lugar de origem após os atingirmos por diversas vezes (alguns ripostam assim que nos vêem). E isto tudo num tempo muito curto. Terminando o nível, passamos para o seguinte, mas sem a estrela, que terá que voltar a ser apanhada.
Alguns inimigos, os mais fáceis, movem-se em padrões regulares (mesmo os que disparam os seus machados contra nós), mas existem outros bem mais complicados. O que se parece com o Saci Pererê anda aos saltos, e temos que passar por entre os pingos da chuva, a abóbora vai voando de forma quase aleatória, exigindo uma enorme gincana da nossa parte para a evitar, mas pior é aquele que é atraído por nós, independentemente do local onde se encontra. A nosso favor, além da estrela, que permite atingir os inimigos, os bónus que por vezes surgem quando eliminamos um dos adversários: a super-carga, que aumenta o poder de fogo da estrela (são necessários menos disparos para eliminar o inimigoo), a ampulheta, que reinicia o contador de tempo, o cogumelo, que concede uma vida extra, e o crânio (esse não é uma ajuda, como facilmente verificarão).
Sendo Funky Fungus um dos primeiros jogos de Alessandro, facilmente se percebia que viria a ser um programador que ia dar cartas no panorama do Spectrum. A sua imaginação é prodigiosa, não sendo assim de admirar que aquilo que mais gostámos no jogo sejam os cenários criados. Por vezes a fazer-nos lembrar clássicos como Bubble Bobble ou até o mais recente Black & White, embora com menos detalhe, são um convite a tentar-se sempre mais um jogo. Aliás, a curva da experiência é muito importante, pois à medida que vamos avançando, vamos aprendendo as movimentações adversárias e conseguindo avançar mais um pouco.
Apesar de tudo, preferíamos um exercício um pouco menos exigente, e apenas por isso não concedemos, desta vez, o estatuto de Mega Jogo a Funky Fungus Reloaded. Mas andou lá muito perto, e podemos de qualquer forma garantir que está aqui divertimento para muita horas.
Uma nota final: Seto é gigante, um dos maiores sprites alguma vez vistos no Spectrum. Só por isso vale a pena tentar ultrapassar todas as dificuldades e atingir a batalha final. Vencê-la, isso já é outra história...
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