domingo, 12 de abril de 2020

Cuadragon


Nome: Cuadragon
Editora: Duefectu Corp.
Autor: Duefectu
Ano de lançamento: 2020
Género: Labirinto
Teclas: Não redefiníveis
Joystick: Não
Memória: 48 K
Número de jogadores: 1

O Senhor Esfero de Circalia, filho do Grande Círculo, pai de pequenos círculos e senhor das esferas redondas. Também criador de elipses e tangentes, flagelo dos quadrados e trapézios, terror dos diamantes, pesadelo dos polígonos e arestas, e finalmente, senhor da sua casa, está sozinho. Do cavaleiro que foi um dia, já resta pouco. Desanimado e desolado, está agora abandonado numa cela escura e húmida do castelo de Cuadragon, feudo de seu pior inimigo. Como lá foi parar não se sabe, a única coisa que agora interessa é como escapar. Se o conseguirmos ajudar, teremos a sua eterna gratidão.

É desta forma que a história de Cuadragon se vai desenrolando ao longo de um papiro. Porquê um papiro, não se sabe, já que na realidade pouco tem a ver com a temática, mas também pouco importa. O que interessa é que nos encontramos agora numa cela, no meio de um labirinto de salas, e temos que dar com a saída. Pelo meio passamos por dois tipos de masmorras, palácio, jardim e finalmente o deserto.


O primeiro problema surge assim que iniciamos o jogo. Estamos na cela, apenas com uma ratazana gigante à vista. Vê-se também uma porta, mas se tentarmos abri-la, não conseguimos, pois falta-nos a chave. A única alternativa é então ir à luta, quem sabe o que daí se consegue. Enfrentamos o rato e abre-se uma janela, em castelhano, mas perfeitamente perceptível, pelo menos para os portugueses. A janela permite-nos três opções, sendo que apenas uma delas nos dá a vitória, as restantes equivalem a uma derrota na batalha, e se tivermos pouca energia, o jogo acaba mesmo por ai. Se por outro lado, vencermos a batalha, e consoante o dano que infligimos ao nosso adversário (podemos não vencer logo à primeira), ficamos na posse dos seus bens, nomeadamente da chave que permite abrir a porta.

Convém aqui abrir um parêntesis para explicar os seis ícones que se encontram no cimo do ecrã:
  • Vida: representada por um coração cheio. Os corações vazios indicam o número máximo de vidas que podemos alcançar, aumentando à medida que vamos derrotando os inimigos
  • Experiência: representada por duas pequenas flechas para cima, vai também aumentando à medida que vamos saindo vitoriosos das batalhas.
  • Ataque: representado por uma espada de cor verde, indica o nosso poder de ataque. Importante para as batalhas.
  • Defesa: escudo azul que representa o nosso nível de defesa. Importante para as batalhas.
  • Chaves: permitem abrir as portas trancadas. É necessário algum cuidado, pois as chaves gastam-se de cada vez que as usamos, as portas fecham-se atrás de nós, e poderemos ter que passar por elas várias vezes. Convém decorar quais os inimigos que têm chaves na sua posse.
  • Poções: permitem recuperar a energia quando perdemos um combate. Quantas mais tivermos, mais hipóteses temos de vencer a guerra.
Quanto aos inimigos, é importante conhecê-los, pois teremos que necessariamente começar pelos mais fracos, e apenas enfrentarmos os mais fortes quando tivermos adquiridos experiência e os restantes recursos em número suficiente. Estes são, por ordem ascendente de força:
  • Rata Mugrienta: ratazanas gigantes, fracas, mas as masmorras estão infestadas delas.
  • Blob Viscoso: massa viscosa estranha que nos tenta consumir lentamente. 
  • Caballero Cuadrado: soldados de Cuadragon, patrulham o castelo e arredores.
  • Romboide Infernal: de evitar se não tivermos experiência e força suficiente, apenas os mais corajosos ousam enfrentá-los.
  • Esfera corrupta: a pior coisa do castelo é ter que enfrentar os próprios lacaios do Senhor, pois foram sequestrados e transformados em máquinas de matar, que não hesitam em apunhalar-nos.

O aspecto que menos apreciámos em Cuadragon, fora a natural lentidão devido à linguagem de programação utilizada (nos emuladores é de fácil solução, basta duplicar a velocidade de processamento), é o aspecto aleatório das questões. Percebe-se que teria que haver um sistema para gerar as batalhas, mas não nos parece que este seja o mais indicado. talvez fosse preferível utilizar-se um processo mais estratégico, à semelhança de outros jogos do género, isso é, selecção dos adversários à medida das nossas capacidades, com apenas um pequeno factor de "sorte" ou "aleatoriedade" à mistura. Da forma como o processo foi montado, dá ideia que se depende apenas da sorte ou da nossa capacidade de memória para decorar as questões.

Por outro lado, o factor da longevidade também não é muito forte, pois após encontramos a saída, e nem é assim tão difícil dar com ela, poucos motivos temos para voltar a carregar o jogo. No entanto, justiça seja feita, os cenários e os sprites são engraçados, tendo em conta que foram criados em Basic compilado. 

Não sendo uma maravilha, Cuadragon é entretenimento suficiente para um par de horas, no entanto não deverá ter grandes hipóteses de vencer a competição BASIC 2020.

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