domingo, 26 de abril de 2020
La Pulguita
Nome: La pulguita
Editora: NA
Autor: Carmelo Muñoz
Ano de lançamento: 2020
Género: Plataformas
Teclas: Não redefiníveis
Joystick: Não
Memória: 48 K
Número de jogadores: 1
Há muitas, muitas luas, tinha havido um jogo com um pulga como personagem principal, Bugaboo the Flea, criado por Paco Suarez Garcia e Paco Portalo Calero. Com uma personagem tão "amorosa", e um sistema de controlo que primeiro estranha-se e depois entranha-se, rapidamente se tornou um dos mais populares jogos nos primeiros tempos do Spectrum. Foi este clássico que Carmelo Muñoz pretendeu agora homenagear, aproveitando o seu confinamento para voltar a programar. Assim, ao longo de duas semanas, conseguiu criar dez níveis em Basic puro, a tempo de concorrer à competição Basic 2020, com uma proposta que, embora tenha poucas hipóteses de a vencer, de certeza que não desprestigia o seu autor nem o jogo no qual se inspira.
A tarefa desta pequena pulga, que se desloca aos saltos é muito simples: recolher as pepitas de ouro em cada ecrã (que raio fará uma pulga com ouro?), abrindo-se então um portal que permite avançar para o nível seguinte. Para o evitar, vários inimigos, desde a mosca peçonhenta, que corre atrás da nossa desafortunada pulga (ficará afortunada depois de recolher as pepitas), mas também outra pulga saltitante e até uma cobra rastejante.
Para que consigamos ser bem sucedidos, teremos que dominar a mecânica de salto, para isso calculando exactamente a sua força, medida através de duas barras na parte inferior do ecrã. Força a mais e corremos o risco de ricochetear por todo o lado, perdendo o Norte, ou pior, enfiando a nossa pulga na boca do lobo (ou da mosca, depende da perspectiva). Força a menos, e provavelmente somos caçados por algum inimigo menos bem intencionado. A juntar a isso, o terreno não é plano, mas sim composto por várias plataformas, e até água, que terá o efeito que imaginam numa pulga.
No sexto nível existe ainda uma surpresa, mas não a iremos dizer, terão que descobrir por vós a forma de chegar à última pepita e derrotar o pulgão final, podendo finalmente a pulga namorar à vontade perante a sua amada. Ou não, pois o programador ainda reservou uma surpresa final. É que se recomeçarmos o jogo, iremos dar com um desafio extra, isto é, quatro novos ecrãs (quatro), a fazerem lembrar o Lego, uma ideia que Cristian M. Gonzalez utilizou em Manic Pietro, em que só após se vencer o primeiro desafio, se conseguiria ter acesso a um segundo bloco de níveis que até ai permaneciam escondidos. Palminhas para o programador, como se costuma dizer...
Obviamente que sendo a linguagem utilizada o Basic, esta revela todas as suas fragilidades, nomeadamente ao nível da rapidez, ou neste caso na lentidão dos movimentos das personagens. Não existe a fluidez de Wudang, por exemplo, mas também julgamos que ninguém o esperaria. De qualquer forma, mesmo com estas lacunas, a jogabilidade é interessante, com um nível de dificuldade crescente, mas permitindo que todos, com menos ou mais habilidade, e também com alguma sorte â mistura, em especial para evitar a imprevisibilidade do vôo da mosca, consiga chegar ao fim.
Outro aspecto no qual dificilmente se poderia pedir milagres era ao nível gráfico e sonoro. Apesar de tudo, os cenários estão bem imaginados e disfarçam o facto dos gráficos serem praticamente todos construídos por blocos. Aliás, a ideia das peças de Lego (ou semelhante) ajusta-se perfeitamente a esta ideia.
La Pulguita é então um jogo agradável, que consegue manter o interesse até ao final (ou até aos dois finais, para sermos mais precisos). É um digno concorrente na competição Basic 2020 e que abre boas perspectivas para futuros trabalhos de Carmelo Muñoz.
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