sábado, 8 de agosto de 2020

Last Train to Tranz-Central


Nome: Last Train to Tranz-Central
Editora: NA
Autor: Quantum Sheep
Ano de lançamento: 2020
Género: Plataformas
Teclas: Redefiníveis
Joystick: Kempston
Memória: 48 / 128 K
Número de jogadores: 1

Não faz muito tempo que Quantum Sheep trouxe um agradável jogo composto por duas partes (ver Jumpin' Jupiter), mas com uma ambiência comum. Presume-se que tenha sido uma forma de conseguir ultrapassar as habituais limitações de memória de ferramentas como o Arcade Game Designer e o Multi-Platform Arcade Game Designer, que apesar de permitirem uma grande flexibilidade e facilidade ao nível da construção dos jogos, mesmo para quem não domine inteiramente a arte da programação, "rouba" depois recursos importantes, isto é, memória disponível. Agora, para o seu novo jogo, Last Train to Tranz-Central (qualquer semelhança com a popular música dos KLF é pura coincidência), o programador utilizou exactamente o mesmo esquema, isto é, dividindo o jogo em duas partes. E tal como em Jumpin' Jupiter, também a primeira parte é mais fácil que a segunda, sendo quase um aperitivo para a refeição maior que se encontra na última parte.

Parte I: All aboard the Space Train!

A história é muito louca. Assim, na fronteira do Oeste Selvagem do futuro, os comboios espaciais cruzam as estrelas, pilotados por uma poderosa Inteligência Artificial (IA) da próxima geração, com uns incríveis 48k de memória cada. Tecnologia tão avançada sempre dá errado, certo? Certo... Após uma ligação a periféricos incompatíveis numa estação espacial remota, os IA foram corrompidos e enviaram vários comboios espaciais num curso intensivo para planetas povoados. Cabe a Maurice, o Cowboy de Espaço, alcançar o trapaceiro IA na sala de máquinas de cada comboio, antes que os postos avançados se tornem numa cratera do tamanho de Nebraska...

Parte II: The return of the Space Cowboy

Tranz-Central está a salvo! Mas pequenos fragmentos de código infectaram mais quatro comboios, indo a toda a mecha na direcção a novos alvos. Novos e velhos inimigos estão a bordo para impedir Maurice de alcançar o seu objectivo. Mas o Cowboy de Espaço voltou em grande forma e com a seis tiro carregada, saltando de comboio em comboio, esforça-se para corrigir o que antes correu mal.


Last Train to Tranz-Central é então um frenético jogo de plataformas passado num comboio, ao bom estilo de Stop the Express, mesmo se não tendo a icónica mensagem "Congraturation! You Sucsess" para apimentar a coisa. Inclui também muitos elementos dos jogos de plataformas, o que de resto já acontecia com o seu primeiro jogo. Aliás, nota-se perfeitamente o estilo de Quantum Sheep, nomeadamente ao nível do grafismo e dos cenários criados, muito embora o terreno de jogo seja agora muito mais terreno. Como supostamente rodamos num trem a toda a velocidade, no canto inferior e superior vê-se os carris e as linhas passarem rapidamente, pormenor que parece apenas ser mais um elemento acessório, mas que consegue criar um efeito bastante bem conseguido, dando realmente a sensação de velocidade.

E apesar do tema ser mais terra a terra (ou será "pouca terra, pouca terra"), o elemento espacial não foi esquecido, pois como já referimos atrás, assumimos o papel de um cowboy espacial, que tem que derrotar uma série de vilões, e por fim a IA que se encontra na sala de máquinas. Existem 64 ecrãs, 32 por cada uma das partes de Last Train to Tranz-Central, ao longo de oito níveis. Cada comboio tem 8 ecrãs, existindo também oito "bosses" para derrotar. Estes são bastante mais difíceis de eliminar que os restantes vilões, pois além de necessitarem de muitos tiros até perecerem, depois de levarem com certa dose de chumbo também disparam contra nós. Além disso, normalmente não se encontram desprotegidos e têm os seus "seguranças" privados, que também não têm qualquer pejo em vir contra nós.

Qualquer toque com os inimigos é fatal, e nem todos podem ser eliminados à lei da bala, havendo ainda outros que teimam em reaparecer, implicando o recomeço desse ecrã e perdendo-se todos os objectos recolhidos. É que ainda há mais essa, para podermos desbloquear a porta de saída (não esquecer de dar um tiro para rebentar a fechadura), é necessário que todos os objectos sejam recolhidos. Tal como seria de esperar, alguns encontram-se nos locais mais inconvenientes, implicando ter que tornear os inimigos, e por vezes até disparar contra mísseis. Vida dura, a deste cowboy espacial. Atrevemo-nos a dizer que a vida no Velho Oeste era bem mais calma e pacífica.


Sejamos sinceros, o jogo não tem nada de particularmente inovador que não tenha sido já antes feito, no entanto consegue manter o interesse até final. O programador consegue proporcionar um equilíbrio muito interessante ao nível do grau de dificuldade, que vai aumentando à medida que vamos ultrapassando os níveis, e até da primeira para a segunda parte. Existe assim uma curva crescente de dificuldade, que se conjuga com a própria experiência que vamos tendo à medida que vamos jogando, o que nos permite avançar sempre mais um pouco em cada nova tentativa. E já agora, para aqueles que não têm paciência para dar cabo dos "bosses", podem à mesma ir até ao final do jogo (existe a possibilidade de se alcançar a porta de saída sem os eliminar). Mas a missão fica incompleta e não será inteiramente bem sucedida, seguramente não tendo a mensagem do "congraturation"..."

Uma palavra final para a música de Yerzmyey, que como é habitual neste músico, é uma pequena maravilha sonora...

A primeira parte de Last Train to Tranz-Central é gratuita, mas quem quiser experimentar a segunda, terá que desembolsar £1.99. Será assim um importante estímulo para termos mais jogos e programadores interessados em contribuírem para a cena Spectrum. Para isso basta virem aqui à sua página.

All aboard! The Space Train...

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