quinta-feira, 27 de agosto de 2020

Poke for ZX


Nome: Poke for ZX
Editora: NA
Autor: +3Code
Ano de lançamento: 2020
Género: Aventura
Teclas: Não redefiníveis
Joystick: Kempston
Memória: 128 K (+3)
Número de jogadores: 1

Inevitavelmente que ao falarmos do novo jogo de +3Code, teríamos que falar da Spectrum Computing. Isto porque não só este autor é um dos maiores contributores daquela que é para nós a mais importante página sobre o Spectrum, mas também porque este lançamento foi exclusivo da Spectrum Computing.

Segundo o seu autor, Poke for ZX não nasceu como um jogo, antes como uma experiência (a "proof of concept"), tanto que até contém algumas gralhas ("thaks", por exemplo), mas como detém uma jogabilidade interessante, resolveu lançá-lo. E em boa hora o fez, pois a aventura é engraçada, tem gatos à mistura (qualquer jogo com gatos ganha sempre pontos connosco), uma introdução caótica e divertida e, apesar de ser um mini-jogo, contém suficientes motivos de interesse para se passar uma hora muito agradável.


A aventura é então passada no mundo dos gatos mutantes amarelos japoneses. Assumimos o papel de Poke, o infame campeão mundial de karaté da liga dos felinos. Mas infame porquê, uma vez que éramos adorados por todos? Porque entretanto uma nave alienígena chegou ao nosso Mundo e começou a emitir estranhos sinais. Estes sinais, conhecidos com Ruído ("The Noise), tornou todos os humanos em impiedosos guerreiros, com o único objectivo de lutar e destruir. Felizmente que os cientistas conseguiram arranjar uma forma de bloquear este sinal. Assim, conectaram bloqueadores de sinais de rádio às centrais nucleares movidas a soja, de modo que dentro das cidades o Ruído não tivesse efeito. Mas em campo aberto os bloqueadores não funcionam, e as viagens entre cidades tornaram-se muito perigosas. Agora, todos os líderes do mundo chamaram-nos para resolvermos a situação e derrotar os aliens. O problema é que nós somos uma fraude, ao invés de um gato karateca campeão do mundo, mais não somos que um autêntico Garfield, gordo e bonacheirão, sem poder com uma gata pelo rabo (está explicada a razão da nossa desonrosa fama).

Isto tudo agora pouco interessa. Fomos convocados para a missão de salvar a Terra e temos que a cumprir. O nosso dono, o notável professor Sitagacha, laureado Nobel em proctologia (dispensa-se piadas sobre a profissão do nosso dono, por favor), e um dos inventores dos bloqueadores de Ruído, tem a solução para o problema. Para isso temos que o encontrar, para afastar de vez a infeliz alcunha que nos colocaram.


A nossa missão começa em Ximoville, uma das cidades seguras. Esta é composta por várias casas e pelos seus habitantes. Deveremos falar com todos, pois vão-nos dar importantes dicas que nos vão ajudar a avançar na aventura. Também convém pesquisar todas as caixas, pois algumas contém objectos indispensáveis ao cumprimento da missão, nomeadamente as três partes da máquina que bloqueiam o Ruído. Pelo meio temos que encontrar o nosso dono, pelo que é fundamental memorizar o mapa e o local das cidades e do castelo (uma das peças encontra-se ai).

Em campo aberto estamos sujeitos ao Ruído e este vai-se ouvindo de forma bastante enervante. Quando aumenta, está armado o baile e somos então "convidados" a entrar em combate. Podemos tentar escapar, mas nem sempre é possível, e por vezes não nos resta outra alternativa senão lutar. Temos então três hipóteses que vão influenciar o decurso da batalha, e a nossa escolha deve ser tomada tendo em conta a energia que nos resta, assim como a do inimigo. Se vencermos a batalha teremos direito aos despojos, desde dinheiro, até uma cama que nos permite o merecido repouso e recuperar da energia gasta. Se perdermos, bem...

A aventura é claramente inspirada em Xelda, com uma forte vertente exploratória, intercalado com cenas de combate tipo RPG. No entanto, e pese embora as batalhas constantes, tem um nível de dificuldade baixo (isto era apenas uma experiência, não se esqueçam). Os próprios gráficos e som são pouco mais que básicos, se bem que bastante funcionais.

Assim, até pela temática envolvida, é indicado para um público mais juvenil que queira tomar contacto com o mundo do Spectrum, e que através de um jogo simples em Basic, consiga visualizar algumas das potencialidades do computador. O ser divertido, bem, este é um bónus que +3Code nos concede de forma muito generosa.

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