Nome: Rival Gangs
Editora: NA
Autor: Andy Precious
Ano de lançamento: 2021
Género: Acção
Teclas: Não redefiníveis
Joystick: Kempston, Sinclair
Memória: 128 K
Número de jogadores: 1
Andy Precious, ou Presh, como é conhecido, já nos tinha surpreendido com Hell Yeah!. O jogo era divertido, mas acima de tudo foi uma surpresa, em primeiro lugar porque Andy tinha aprendido CM muito pouco tempo antes (o confinamento tem dessas coisas), e depois, porque não utilizou nenhum motor de raiz para o desenvolvimento do jogo. E o mesmo volta a acontecer com Rival Gangs, um jogo que não faz nada o estilo do autor desta análise, mas que consegue perceber todo o hype criado à sua volta. De facto, Rival Gangs está muito bem polido e para quem gosta do género, de certeza que se sente plenamente satisfeito com o resultado final (tivemos várias opiniões de peritos a dizerem-nos isso mesmo). Assim, por isso, e pelos muitos aspectos inovadores deste jogo, iremos valorizá-lo como tal, até se perdoando o facto do som ser pouco mais que básico e não ter ecrã de carregamento (esta sim, uma grande lacuna, em especial para quem gosta de correr os jogos da maneira old school, como é o nosso caso).
Rival Gangs inspira-se no mega-famoso GTA. Confesso que não conheço o original, mas pela temática envolvida, não será dos jogos mais edificantes. Mas essas questões morais pouco interessam para aqui, o que interessa será avaliar o jogo como fonte de divertimento, e neste aspecto, é bastante interessante.
Assumimos então o papel de um agente contratado pelo Município para resolver a problemática da luta de gangues, neste caso entre os Darksiders e os Chameleons (que raio, o que é que a banda mais perfeita da pop tem a ver com gangues????). Seja como for, cabe a nós escolher um dos lados e aniquilar os membros do gangue adversário. Não há inocentes nem alvos inocentes, pelo que não necessitamos de estar muito preocupados com o controlo de danos, se no meio da refrega acertamos uns balázios nos membros da nossa facção, ou se os passamos a ferro quando conduzimos as viaturas que vamos roubando pelo caminho.
O objectivo passa numa primeira fase por eliminar o máximo possível de elementos do gangue inimigo e sempre que isso acontece, o nosso score, medido em termos percentuais, aumenta um pouco. Quando chegamos aos 100%, temos então que nos infiltrar na mansão do chefão adversário e só ai a missão termina (isso se não morrermos antes, claro).
Para eliminar os adversários, temos duas formas: recolher as armas que se encontram espalhadas pela cidade (esta é vista de cima), disparando então contra eles, ou então, se conseguirmos tomar posse de um carro, seja do nosso gangue, ou do adversário, podemos fazer muitos estragos (é um delírio ver os inimigos a fugirem sob a perspectiva de serem atropelados). Pelo meio ainda surgem alguns desafios que nos permitem aumentar o prestigio (i.e., score), como por exemplo matar cinco inimigos num curto espaço de tempo. Para isso basta apanhar os ícones que nos concedem direito a esta "diversão" extra.
O grau de dificuldade inicial é baixo, enquanto o nosso score não aumenta. Os membros do gangue adversário normalmente andam desarmados e são pouco agressivos. No entanto, à medida que a nossa fama de mercenário aumenta, esses tornam-se mais perigosos, normalmente saudando-nos imediatamente com as suas armas. A cidade entra então em ebulição e em todos os recantos temos que estar com a atenção no máximo. Claro que podemos sempre sequestrar uma viatura (atenção para não serem passados a ferro, pois os outros condutores não estão pelos ajustes), e quando o conseguimos, além de nos permitir chegar mais rápido a outros pontos da cidade, também nos encontramos menos expostos aos disparos adversários. No entanto, acidentes acontecem...
Sempre que somos atropelados ou levamos com um balázio, somos transportados para o hospital mais próximo e perdemos 5% da pontuação. Além disso, no hospital não são permitidas armas, pelo que saímos desarmados e indefesos, sendo urgente encontrar o local mais próximo onde se encontra uma arma à nossa disposição.
Embora a perspectiva seja diferente daquela que se encontra em Turbo Esprit (não contem com 3D), o jogo tem algumas semelhanças, pois também aqui a cidade parece que tem vida própria, mesmo sendo habitada por pessoas não recomendáveis. Fez-nos ainda lembrar Miami Vice, embora a jogabilidade seja imensamente superior. Seja como for, quem gosta do género, não vai ficar indiferente a esta proposta, que mesmo não sendo assim tão difícil de se completar, a ela voltamos com regularidade, nem que seja para ir passeando pelas ruas da cidade, atropelando pacíficos transeuntes (hum, não, ninguém é inocente por aqui)...
Rival Gangs é então a prova que estamos perante mais um valor seguro da programação, Andy Precious, que além de trazer desafios novos, diferentes da maioria das propostas que vão surgindo no ZX Spectrum, o faz de forma bastante competente. Resta agora emparceirar com alguém que o ajude a criar um ecrã de carregamento decente e uma melodia engraçada...
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