Chegamos à edição de "Os Jogos no Computador" publicada no Correio da Manhã, a 13 de outubro de 1991. O desaparecimento do ZX Spectrum desta rúbrica já era evidente há muitos meses. Sem qualquer presença nas análises, relegado a meia dúzia de pokes & dicas, e com alguns anúncios de revenda.
Mas agora, sem pokes, dicas ou anúncios de revenda, o "rústico Spectrum" sofre o desprezo vetado aos velhos equipamentos. Não obstante a "certeza" de Paulo Ferreira sobre a impossibilidade de "passar os jogos do Spectrum" para o PC, parecia ser recorrente a angústia de alguns leitores, em quererem levar alguns dos seus jogos favoritos para as novas plataformas, aliás como também se pode ler na edição 104.
A ironia é que quando esta edição foi publicada, a emulação já começava a amadurecer como resposta a esta "angústia". Foi o gérmen do cenário de preservação que viria a expandir-se a partir de meados dos anos 90, e que formaria os alicerces das atuais comunidades de retro-computação.
Talvez em 1991 fosse difícil de acreditar que, três décadas depois, o ZX Spectrum continuasse vivo, como objeto de culto de uma geração. Quanto mais imaginar que fossem criados centenas de jogos por ano, publicados inúmeros livros e revistas sobre o Spectrum, e até existisse um Museu exclusivamente dedicado a esta máquina. Seja como for, naquela época já havia quem desejasse perdurar o Speccy, mesmo que não tivesse a menor ideia de como o fazer...
Graças ao Mário Moreira podem obter esta edição neste link.
Para mim, a emulação foi a salvação. Isso aconteceu decentemente em 1994 ou 1995, quando comprei um 486DX4 100 e baixei jogos do ftp.nvg.unit.no após ler um artigo na Microsistemas. Foi uma lufada de ar fresco de nostalgia.
ResponderEliminarComentário acima do Nilson De Lourenço
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