domingo, 31 de agosto de 2025

Jogo do Mês: Cubix

Investigação Digital: Como Identificar Processadores Vintage pelos seus "Defeitos" Únicos


Um novo software consegue identificar o fabricante e modelo exactos de processadores Z80 antigos explorando peculiaridades nos chips dos anos 80.

Um fascinante software emergiu da comunidade de retro computing que consegue identificar processadores Z80 antigos com uma precisão notável. O programa explora comportamentos inesperados ocultos nos chips dos anos 80 para determinar exactamente quem os fabricou.

Originalmente desenvolvido por Sergey Kiselev, o sistema foi adaptado para computadores ZX Spectrum pelo programador português Rui Ribeiro em 2025. Esta colaboração internacional aplica técnicas forenses modernas ao hardware antigo.

Durante os anos 80, o processador Zilog Z80 alimentava desde o ZX Spectrum, aos primeiros computadores empresariais. Contudo, nem todos foram fabricados pela Zilog. Empresas na União Soviética, na Alemanha Oriental, no Japão e noutros locais criaram versões próprias, cada uma com diferenças subtis. Para os entusiastas na actualidade, isto constitui um mistério: como determinar que processador está realmente instalado quando as marcações se deterioraram ao longo das décadas ou os Chineses as falsificaram a laser?

A descoberta resultou de compreender que diferentes fabricantes construíram os seus processadores de formas distintas. O sistema utiliza três testes engenhosos que exploram estas diferenças: um detecta processadores U880 da Alemanha Oriental através de uma peculiaridade no seu funcionamento, outro distingue entre tecnologias NMOS e CMOS através de comportamentos não documentados, e um terceiro executa análises estatísticas para criar impressões digitais únicas de cada fabricante.

O sistema identifica processadores da Zilog original, chips soviéticos КР1858ВМ1, variantes U880 alemãs, e fabricantes japoneses como a Toshiba, a NEC e a Sharp com comportamentos característicos.

Este sistema serve propósitos relevantes: preservação histórica para museus, autenticação para coleccionadores, projectos de restauro, e investigação sobre como diferentes países abordaram o fabrico de semicondutores durante a Guerra Fria e pirataria industrial no Japão e bloco do Leste.

O sistema adapta-se inteligentemente às limitações de hardware, recorrendo a métodos visuais quando testes electrónicos sofisticados não são viáveis, tornando-se infalível em todas as variantes de hardware.

Cada processador narra uma história sobre onde foi fabricado e quando. Este software transforma chips anónimos em peças documentadas da história da computação, preservando conhecimento que, de outro modo, se perderia.

O software de detecção de processadores Z80 funciona em computadores ZX Spectrum originais e sistemas compatíveis. O código fonte e binários encontram-se aqui.

Nota: o nosso agradecimento ao Rui Ribeiro por todas as informações prestadas. 

Resultados do YRGB 2025


Já foram tornados oficiais os resultados da grande competição YRGB 2025.

Na categoria jogabilidade, o grande vencedor foi Cubix, ficando Asymmetry em segundo lugar e Travel Unlimited em terceiro lugar.

 Na categoria Gráficos, a ordem inverteu-se, com Asymmetry a vencer a categoria, Cubix em segundo lugar e Travel Unlimited em terceiro.

Na categoria de Som, Cubix voltou a vencer, ficando Asymmetry em segundo lugar, mas no terceiro lugar há novidades, com Kubanoid e Cindy Block a partilharem a última posição do pódio.

Finalmente, a escolha do público confirmou as opções do júri, com Cubix a vencer este prémio especial.

Se não viram a cerimónia, ainda têm oportunidade de o fazer, bastando vir aqui. Um enorme agradecimento a todos os participantes, todos vencedores, na nossa opinião.

JND: Micromania (P&B) - 33

Chegado o último mês de 1988, a Micromania lançou um inquérito aos leitores para eleger os melhores jogos do ano em várias categorias.

Nesta edição de 4 de dezembro, como sempre, não faltaram análises, dicas, pokes e carregadores. Também tenho presente em memória a vez em que li a análise de Overlander. Eu, então, um muito jovem fã de Mad Max, procurei este jogo avidamente até encontrar uma cópia pirata cedida por um amigo.

A digitalização de Miguel Brandão pode ser descarregada através deste link.

sábado, 30 de agosto de 2025

Pascal (MIA)


Pascal é um utilitário que Steven Brown conseguiu recuperar. Este programa foi lançado pela GCE Tutoring em 1984, e apesar de já há muito estar referenciado, ainda estava dado como perdido. Mas na arrecadação de Steven, encontram-se todos os tipos de preciosidades...

Poderão aqui descarregar Pascal.

Cerimónia de atribuição de resultados YRGB 2025


A votação do público, e também dos jurados, na competição YRGB 2025 terminou, e vamos hoje saber os resultados numa cerimónia que ocorrerá durante às 18 horas (horário local).

Os anfitriões da cerimónia serão Mikhail Sudakov, curador do Museu Yandex e possuidor da maior coleção de jogos oficiais para o ZX Spectrum na Rússia, e Oleg Senin, diretor da área histórica do Museu, artista de pixel art e músico de chiptune.

Do programa da cerimónia consta:

  • Novidades da competição
  • Informação sobre os jogos participantes
  • Informação sobre os membros do júri, com um vídeo dos próprios 
  • Vencedores de cada nomeação
  • Conversa com os autores dos jogos vencedores

Pode-se assistir à transmissão na página oficial YRGB (aqui), na página do Museu VKontakte Yandex (aqui), ou no canal do YouTube do Museu Yandex (o link estará disponível mais tarde).

Boa sorte a todos os participantes!

sexta-feira, 29 de agosto de 2025

Travel Unlimited

Jogo: Travel Unlimited
Programadores: MANU & KIT
Género: race'n'chase
Origem: Rússia

Travel Unlimited is a spin-off of the Travel Through Time series. There’s no storyline here, but the speeds are even higher, and there are options to upgrade your cars. And, of course, plenty of classic cars. In addition, the game also runs on 48K.

Em 2021, com Travel Through Time Vol.1: Northern Lights, a comunidade do ZX Spectrum abriu a boca de espanto com aquilo que a Zosya conseguiu fazer, com o jogo a correr sempre no mínimo a 25 FPS (Frames per Second), independentemente do número de viaturas no ecrã. Isso torno-o muito fluído. Além disso, toda a história envolvente e diversidade de missões, levou a que fosse considerado o melhor race'n'chase para o ZX Spectrum, pelo menos por nós, suplantando mesmo WEC le Mans. 

No ano seguinte saiu Rubinho Cucaracha, e apesar de mais uma vez estarmos perante um jogaço, o factor novidade já se tinha dissipado. Não que o impedisse de ganhar o GOTY, mas pelo facto de usar o mesmo motor de Travel Through Time, a nosso ver estava uns (poucos) furos abaixo.

Surge agora Travel Unlimited, o terceiro episódio da série Travel Through Time, e aquilo que apontámos na altura a Rubinho Cucaracha, aplica-se na íntegra a este jogo. Em vez dos 16 níveis deste último, são 60 níveis, divididos entre competições com outros concorrentes nos qual temos que terminar acima de certa posição, corridas contra o tempo, ralis, etc.. Existem também vários carros, desde o mítico Renault 5, até às verdadeiras bombas, como o Ferrari, Porsche, ou Lamborghini. Podemos ir assim seleccionando o bólide que queremos conduzir, sabendo que apresentam características diferentes (talvez seja uma forma de aumentar ou diminuir o nível de dificuldade).

A mecânica mantém-se a mesma, no entanto, de memória parece-nos que a condução foi um pouco aprimorada. Parece agora mais crítico abrandar nas curvas, com muitos obstáculos a obrigarem-nos a acelerar e travar constantemente.

A maior diferença, no entanto, encontra-se na possibilidade de após cada nível terminado com sucesso, obtermos algum dinheiro conforme a nossa performance, utilizando-o para na garagem adquirir novos equipamentos para a viatura. E isso faz toda a diferença, pois sem obter alguns dos novos equipamentos, muito dificilmente se consegue ultrapassar determinados níveis. Resta a vocês descobrirem quais.

E por falar em dinheiro, descobrimos um pequeno bug, que embora raríssimo, não deixou de ser estranho. Assim, terminámos uma corrida mesmo em cima do tempo limite (0 segundos).À partida não deveríamos ter dinheiro de bónus, mas o computador "ofereceu-nos" mais de três mil créditos, e isso foi o suficiente para comprarmos mais equipamento para a viatura e avançarmos mais desafogadamente nos níveis. Não nos queixamos...

E assim terminamos de fazer uma pequena análise a todos os concorrentes da competição YRGB 2025. A qualidade de todos os trabalhos foi excepcional e independentemente do resultado final, que saberemos amanhã, todos são verdadeiros vencedores. Uma pena não termos um concorrente nacional, certamente iria sair prestigiado.

Pontos positivos: enorme fluidez, altamente viciante e divertido, gráficos esplendorosos, diversidade de missões e viaturas.

Pontos menos positivos: falta de originalidade, por vezes um pouco repetitivo.

SibCity


Jogo: Sibcity
Programadores: Andrew771
Género: Estratégia
Origem: Rússia

You are called to lead Tobolsk — the first city in Siberia, founded by Russians in 1587 at the confluence of the great Tobol and Irtysh rivers. It was here that the first stone church and the only kremlin east of the Urals appeared. Until the 20th century, it was the center of the Siberian Governorate, which once stretched from the Urals to the Pacific Ocean. Your task is to restore the city’s former glory and turn it into a modern metropolis. Build housing, infrastructure, transportation, and industry, and the population will grow, bringing wealth and prosperity to the city!

De todas as entradas na competição YRGB 2025, Sibcity foi de longe a que mais nos surpreendeu. De facto, ver novamente Sim City recreado no ZX Spectrum era algo que nos parecia como altamente improvável. Mas isso aconteceu, e talvez com o programador mais adequado para um jogo com estas características, ou não fosse Andrew771 o autor do motor Euphoria 2D, que permite desenvolver jogos de estratégia como este SibCity.

Além disso, este autor gosta, e bem, de dar um cunho mais pessoal aos seus jogos, introduzindo sempre elementos históricos relevantes, como aconteceu em Russian Railway Magnate, por exemplo. O mesmo acontece em SibCity, no qual tomamos as rédeas da gestão de uma cidade Siberiana (daí o título do jogo), levando a prosperar, ou a definhar, conforme a nossa arte para o ofício. É que isto de ser um bom Governante não é para todos, como está o nosso mundo recheado de infelizes exemplos.

A mecânica desenrola-se ao longo de um enorme mapa da região, que já vem com algumas infraestruturas básicas e uma população de meros 928 habitantes. A partir daqui podemos (e devemos) ir construindo as novas infraestruturas, subdivididas em cinco temas: habitação, infraestruturas públicas, transportes, indústria e recreação. Cada um destes temas tem depois uma panóplia grande de construções que podem ser escolhidas e que vão permitir captar mais população para a cidade. É fundamental encontrar-se um equilíbrio saudável em termos de emprego, ambientais, turismo, transportes, etc., doutra forma a população começa a fugir e, com ela, os seus muito importantes impostos. No final de cada ano, temos acesso a algumas estatísticas base, entre as quais as migrações da população e o resultado económico.

SibCity é bastante imersivo e serão necessários muitos dias para se conseguir preencher toda a região de uma forma equilibrada e sustentada. No entanto, comparativamente com Sim City (é inevitável fazer as devidas comparações), sentimos a falta principalmente de três coisas: eventos, que permitem quebrar a monotonia da accão, animações (por exemplo, vermos a forma como os edifícios se encontram povoados), e o som. Não fosse estes pormenores, e Sib City poderia ombrear com o seu irmão mais velho...

Pontos positivos: complexidade e originalidade, referências históricas, sistema de menus, jogo altamente imersivo, longevidade.

Pontos menos positivos: "Enter" para aceitar opções e "Space" para recusar é contra-intuitivo, ausência de som, eventos e animações.

Captain's Blog: Final Entry?


Quem gosta de reviews, tem agora mais uma revista digital para o ZX Spectrum: Captain's Blog: Final Entry?

São 213 páginas repletas de análise de jogos. Mas, mais uma vez, o foco e inspiração vem da Crash, para nós a mais fraca e chata das revistas vindas do UK (sempre fomos fiéis à Your Spectrum / Your Sinclair, e, pro vezes, a Sinclair User).

Poderão aqui descarregar esta revista, é gratuita.

quinta-feira, 28 de agosto de 2025

Runaway Nose


Jogo: Runaway Nose
Programadores: Chentzilla
Género: Aventura
Origem: Rússia

The adventures of a nose that ran away from its owner. Influence people and more using scents. A short but versatile game with nonlinear gameplay and multiple endings.

Já existia as aventuras de um fio de cabelo (Mr. Hair), pois agora temos as aventuras de um nariz. Ainda por cima, um nariz fedorento e fugitivo...

Apesar da sua simplicidade e de quebra-cabeças relativamente lineares, esta pequena aventura é cativante. E não estando referido nos créditos a grande obra de Patrick Süskind, O Perfume: História de um Assassino, em tudo este jogo nos fez lembrar o livro, nomeadamente a parte em que Jean-Baptiste Grenouille, através do cheiro, influencia as ações dos restantes personagens. Curiosamente, estávamos precisamente no momento em que escrevemos esta pequena análise, a reler o livro, o que até serviu para criar a ambientação perfeita para apreciar a aventura.

Vamos também dar aqui um pequeno cheirinho daquilo que se pode encontrar em Runaway Nose. Assim,o objectivo do nariz é conseguir escapar ao seu dono. Aproveitando que este dormia, o nariz foi à sua vida. E logo no segundo ecrã encontra um cão. Se se aproximar dele, apropria-se do seu odor, permitindo-lhe ultrapassar o gato que bloqueia o caminho. Claro que tem a alternativa de dar a volta ao gato, mas o resultado é ir parar à prisão, que de resto pode escapar sem grandes problemas, mas que tem consequências ao nível do final (o jogo tem vários finais, consoante as nossas acções).

Quando nos apropriamos de determinado odor, este permanece durante 30 segundos, permitindo-nos ultrapassar certos personagens. O mais urgente, de início, é conseguir passar despercebido no meio dos soldados, evitando assim ir parar à prisão. Os restantes quebra-cabeças, vão sendo resolvidos à medida que nos vamos deparando com eles.

Altamente original, Runaway Nose é perfeito para quem pretende uma aventura fácil e rápida, mas ao mesmo tempo cativante. Foi um das belas surpresas de YRGM 2025.

Pontos positivos: simplicidade, fluidez, originalidade, humor.

Pontos menos positivos: sem ecrã de carregamento, som básico.

Night Train Deluxe


Jogo: Night Train Deluxe
Programadores: Undefined Crew
Género: Simulador
Origem: Rússia

A relatively realistic train dispatcher simulator with building capabilities. Build your own railway empire!

Provavelmente, dos programas que entraram na competição YRGB 2025, Night Train Deluxe era aquele que mais necessitava de instruções detalhadas, e foi precisamente o que os programadores optaram por não as deixar, não obstante um pequeno tutorial que se encontra dentro do próprio programa. Mas está longe de ser suficiente, e isso é consensual com todas as pessoas com as quais falámos sobre Night Train Deluxe, que não entenderam nada do programa. E é uma pena, pois parece ter muito potencial, ainda mais tendo em conta que haverá uma versão estendida e melhorada em breve, ou pelo menos está planeada, segundo os autores.

Por outro lado, fica a dúvida se Night Train Deluxe é mesmo um jogo, ou um simulador, que permite criar pistas que apenas têm como limite a nossa imaginação. Por aquilo que fomos experimentando, será o segundo caso, e pese embora os enormes méritos do programa, entrar numa competição de jogos, nos quais parâmetros como a jogabilidade, gráficos e som são avaliados, as hipóteses de ficar nos primeiros lugares são muito ténues. Pelo menos parte claramente em desvantagem.

Por outro lado, e mesmo com gráficos vectoriais e básicos, e som nulo, o programa destaca-se pela sua enorme originalidade. Em tempos havia uma editora especializada em lançar simuladores de linhas de comboios, a Ashley Greenup, com dezenas de títulos, alguns dos quais fomos preservando e disponibilizando pela comunidade, fazendo-nos Night Train Deluxe lembrar um pouco esses programas (os "Powerbox"). De fora da equação ficam os galardoados Southern Belle e Evening Star, pois esses eram de outro campeonato, e permitiam uma experiência completamente diferente, assemelhando-se muito mais a um verdadeiro jogo.

Assim, tendo em conta a parca experiência que tivemos com este programa, parece-nos que está razoavelmente implementado, com alguma lentidão e um menu com comandos mais ou menos intuitivos, mas a necessitar de ser refinado (talvez fique para uma próxima versão, pois pelo que sabemos, ainda estão muitas funcionalidades por serem implementadas). Night Train Deluxe é apenas destinado a um nicho muito específico, e talvez esses consigam usufruir do programa em todas as suas funcionalidades.

Pontos positivos: o mais original dos programas da competição.

Pontos negativos: não é um jogo, apenas uma demo, som nulo.

quarta-feira, 27 de agosto de 2025

Kubanoid


Jogo: Kubanoid
Programadores: Stardust
Género: Puzzle
Origem: Rússia

It’s very simple: connect colored cubes in a row to make them disappear. A row must consist of at least three cubes and can be diagonal, and consecutive combos double your points. Every 100 cleared combinations, the level increases, shapes move faster, tension rises, and the fun grows! And if you make it to the leaderboard, you’ll be able to watch a replay of your game.

Kubanoid está longe de ser original, já tendo o género sido amplamente explorado para o ZX Spectrum. Mas esse é talvez o seu único defeito. E diga-se, nunca foi tão bem implementado como agora.

Os adeptos do Tetris, nos quais nos incluímos, vão ficar deliciados com esta nova entrada no YRGM 2025. O objectivo é fazer combinações de três ou mais peças (dados) iguais, horizontal, vertical ou diagonalmente. Quando isso acontece, as peças que fazem parte da sequência desaparecem, concedendo pontos e libertando o tabuleiro, dando-nos mais espaço e tempo para continuar a fazer mais combinações.

Um dos apspectos interessantes no jogo, e que não acontece no Tetris, pois neste caso desaparecem linhas completas, é ver outras combinações que não esperávamos serem feitas, pois quando os dados são eliminados, os que estão por cima caem até ao patamar seguinte, podendo dar origem a novas combinações. Isto concede a Kubanoid um factor estratégico extra, pois deveremos pensar não só na peça que está a cair, mas também nas combinações posteriores.

Tal como no Tetris, à medida que vamos eliminando peças e subindo de nível, a velocidade com que as peças caem, vai aumentando, até se tornar impossível de continuar. No entanto, se conseguirmos chegar ao topo da tabela de high-scores, temos a possibilidade de ver a repetição do jogo feito, algo que nos parece que é totalmente inovador no género, pelo menos no ZX Spectrum.

Por fim, o grafismo das peças é o mais adequado, sendo os dados perfeitamente visíveis e muito coloridos, permitindo identificar rapidamente as pintas. E ainda revelando o cuidado colocado neste lançamento, existem duas melodias e a possibilidade de se desligar a música.

Pontos positivos: Grande jogabilidade, nível de dificuldade ajustado, viciante, grafismo.

Pontos menos positivos: Falta de originalidade, pequeno bug que corrompe o limite lateral do tabuleiro.

Gunman Messiah


Jogo: Gunman Messiah
Programadores: Krappygamez
Género: Shoot'em'up
Origem: Espanha

The Messiah is back on earth and now comes packed with two guns! The goal is simple: shoot anything that moves. Just don't let the guns overheat! Gunman Messiah is a vertical shooter / mild bullet hell game for Spectrum 16K (or better).

Um bullet hell de proporções bíblicas, é aquilo que Krappygamez nos oferece na sua entrada na competição YRGM 2025. E apenas  para 16K!!!!

De facto, este programador Espanhol especializou-se em jogos para o 16K, e é incrível aquilo que consegue fazer com tão pouca memória. E a história repete-se em Gunman Messiah, onde ao longo de cinco níveis de frenética acção, somos convidados a eliminar tudo aquilo que vem na nossa direcção. Obviamente que os níveis são todos muito semelhantes entre si. Este programador faz magia, mas mesmo com a temática messiânica, ainda não faz milagres. E milagres por milagres, sempre preferimos aquele de transformar água em vinho.

Mas mesmo tão pouca memória, ainda houve espaço para colocar um boss no final de cada nível. Obviamente que as dimensões são as mesmas dos restantes inimigos, mas o que mais impressiona é que nessa fase, mesmo com o ecrã repleto de inimigos e de balas, a velocidade mantém-se sempre constante (e muito rápida).

Outro dos pontos que achamos que se encontra bastante bem conseguido é o scroll (vertical). Sempre bastante fluído, contribui para satisfazer todos aqueles que gostam de um shoot'em'up rápido e simples (apenas existe a possibilidade de duplicar o poder de fogo).

O nível de dificuldade é infernal, mas quem está habituado ao género bullet hell, também já o espera, e com a temática de Gunman Messiah, também já seria previsível. É altura então de nos tornarmos crentes e rezar a um qualquer Deus que nos dê agilidade de dedos suficiente para chegar ao fim.

Pontos positivos: velocidade da acção, corre em 16K, boa jogabilidade, gráficos básicos, mas claros.

Pontos menos positivos: som, repetitivo, poucos power-ups e bosses.

Magenta Sky


Acabou de sair Magenta Sky, o primeiro episódio da série u_nvrz.

A história é distópica (ou nem tanto). Assim, em 2035 as coisas estão negras. O mundo é governado por governos corruptos e megacorporações, a maior parte da humanidade sofre da escravatura de dados e a singularidade iminente lança uma sombra sombria sobre a vida quotidiana. Ainda por cima, Clark, o nosso rebelde herói (mas com causa), estava a ter um mau começo de ano, com a namorada a deixá-lo, ser despedido e até a loja de tacos onde costumava comer, ser tomada por um franchising. Nesta situação desesperada, Clark não tem outra escolha: junta-se a um grupo de rebeldes clandestinos para lutar contra os opressores e pelos seus sonhos. 

Começa aqui a nossa missão, não qual temos que ir recuperando drives ao longo de vários edifícios, repletos de obstáculos e alguns inimigos. À medida que vamos completando a missão, sempre com um tempo limite muito curto, as dificuldades vão crescendo.

Daquilo que vimos, o jogo está bastante interessante e até tem uma intro num ficheiro à parte para fazer a ambientação. Apenas achámos que o método de subir as escadas não é inteiramente responsivo e necessita de uma afinação.

Para o descarregarem, basta aqui virem. É gratuito, mas aconselha-se fortemente a fazer uma pequena doação aos sues autores.

terça-feira, 26 de agosto de 2025

Generals


Jogo: Generals
Programadores: Makurin Boris Vasilievich
Género: Estratégia
Origem: Rússia

"Generals" is a strategy game for 1–2 players. The goal is to capture all the Cities on the map. The player must explore the map, discover Cities, Mines, and Factories, capture them, build armies, wage war, and prove that they are the best General. To start the mission, press the "L" key.

Depois de Attack, Generals é o segundo jogo de Makurin Boris Vasilievich a participar na competição YRGB 2025. E sem conhecermos o processo de desenvolvimento deste jogo, diríamos que Attack terá sido criado em primeiro lugar, tendo depois sido aproveitado o motor para desenvolver Generals. Isto porque este último jogo é mais complexo e, com uma IA que nos parece mais refinada, constituindo um melhor desafio para os estrategistas, tendo assim bastante mais motivos de interesse e uma maior longevidade.

Aconselhamos a começarem pelo nível mais fácil, pois é através desse que vão apreender os conceitos do jogo. Se começam pelo nível mais difícil, sem antes terem "experiência de combate", podem contar com uma tareia das antigas.

Deixamos ainda algumas dicas, até porque as instruções, apesar de estarem no próprio jogo, não são inteiramente claras. Assim, em primeiro lugar deve-se criar unidades de infantaria de nível 1, isto é, perfeitamente dispensáveis. Com elas começam por explorar os recantos mais próximos da base. Se o mapa for favorável, até se poderá ter logo acesso a fábricas e minas, fundamental para se conseguir ir aumentando o esforço de guerra. Só se deverá começar a atacar o inimigo quando já tivermos unidades com nível mais elevado (o máximo é o 9), sabendo que estas demoram sempre mais tempo a serem criadas. Além disso, é fundamental obter-se as restantes unidades de combate, aviões, jipes, mísseis, etc.

Outra dica importante: quem ataca em primeiro lugar, tem vantagem. Não esquecer que a tecla "F" permite disparar, obtendo-se assim algumas vantagens em termos de batalha. De resto, é ir experimentando todas as opções, ajustando-as ao nosso nível de estrategista.  

Generals muito dificilmente irá ganhar a competição. No entanto, este é mais um daqueles jogos que para nós foi um prazer explorar. Não é todos os dias que temos wargames, e este, apesar de simples, está muito bem feito. Gostaríamos agora de ver mais jogos do género criado com esse motor e, quem sabe, ter missões com vários ecrãs.

Pontos positivos: Simplicidade, originalidade, capacidades adictivivas e viciantes, bom nível de IA, permite dois jogadores em simultâneo

Pontos menos positivos: Faltam animações, alguma lentidão

Calpac Patterns (ZX81 MIA)


Deste vez Steven Brown teve a companhia de Steve Cook, para a preservação de mais uma pérola para o ZX81. Trata-se de um jogo muito simples, que avalia a nossa capacidade de observação. E se pensam que é fácil, experimentem jogar no nível mais difícil...

Poderão aqui descarregar Calpac Patterns.

segunda-feira, 25 de agosto de 2025

Galacic Nexus


Jogo: Galacic Nexus
Programadores: Tartessos Games
Género: Shoot'em'up
Origem: Espanha

The sky tore open, and horror emerged from space. But we had the Galacic Nexus, a ship of unparalleled power, which, piloted by a valiant hero, brought hope back to Earth. Its mission: to traverse the stellar voids toward the core of evil to destroy the threat at its source.

Independentemente de se gostar ou não de jogos criados com o MK1, temos que tirar o chapéu à Tartessos Games, pois, à semelhança da Furillo Productions, tem vindo a demonstrar toda a versatilidade deste motor. Além disso, tem mostrado uma boa evolução, em especial nos seus dois últimos trabalhos, com jogos bastante mais "fora da caixa", como foi o muito interessante Master Piece, e agora Galacic Nexus, um shoot'em'up puro.

Apesar das muitas virtudes deste jogo, e já lá iremos, infelizmente enferma de um elevado nível de dificuldade. Bem sabemos que os Espanhóis gostam dos jogos difíceis, mas quando se tornam quase impossíveis, como é aqui o caso, tornam-se frustrantes, desencorajando a continuar. Devemos dizer que dos jogos que fazem parte da competição YRGM 2025 e que têm um final, foi dos poucos que não terminámos, optando antes por ver um walkthrough completo no YouTube.

Quanto às suas virtudes, além do uso de um motor não adaptado para este tipo de jogos, como já referimos, gostámos bastante da sua fluidez e velocidade. Não foi por acaso que referimos a Furillo Productions, pois também têm alguns mini-jogos que fazem lembrar Galacic Nexus. 

O grafismo, em especial dos bosses do final de cada nível (são seis), estão muito bem conseguidos. Inspiram-se talvez no melhor jogo do género para o ZX Spectrum, R-Type, pois claro, salvaguardando as devidas diferenças, pois este último foi um mega projecto desenvolvido por uma larga equipa, o que não é aqui o caso.

Também a música leva nota muito alta. Além dos sons ingame, as melodias que acompanham o jogo são bastante agradáveis, encaixando-se na perfeição e criando uma permanente tensão e sentido de urgência no jogador. 

Pontos positivos: Música fenomenal, bom grafismo, bons movimentos e fluidez geral

Pontos menos positivos: Excessivo grau de dificuldade, que limita bastante a jogabilidade

Frostland


Jogo: Frostland
Programadores:  Skorik Roman
Género: Estratégia
Origem: Rússia 

Try to establish a settlement on an icy island and survive among snow and blizzards. Melt the ice, build houses, hire people, and fight cyclones. Turn a lifeless frozen wasteland into a paradise.

Um dos aspectos que mais nos agradou nesta edição da competição YRGB 2025, é o elevado número de jogos de estratégia. Quase um terço dos jogos insere-se nessa categoria, e tendo em conta que estamos  perante um nicho muito específico, ainda mais que o das aventuras de texto, é de facto notável. Bem sabemos que muito dificilmente um jogo com as características de Frostland irá vencer a competição, até porque a vertente gráfica e sonora é menos importante do que em jogos de arcada, e, portanto, menos valorizável, mas que é um trabalho excepcional, disso não temos dúvidas. Também daqui a meio ano irá haver o GOTY, e estamos certos que este jogo não irá lá faltar.

Em Frostland, o objectivo é apenas um: tornar uma ilha gelada habitável. Para isso temos que em primeiro lugar derreter o gelo, depois construir casas e torná-las habitáveis. Para construir casas é necessário pessoas e madeira, as pessoas necessitam de ser alimentadas, para isso tendo que caçar nas florestas, cultivar os campos ou fazer o pastoreio, ou ainda pescar. Se isto vos trouxe à memória Colonization ou Civilization, estão inteiramente correctos, pois é de gestão de recursos que estamos a falar.

Até aqui tudo estaria bem, pois bastava um pouco de matemática para se fazer uma gestão adequada dos recursos e expandir a civilização. Mas surgem então os eventos e o factor "calor", responsável por tornar os campos gelados e matar as pessoas. E relativamente aos eventos, mais uma vez é necessário ter em conta os efeitos climáticos, pois um ciclone vai surgindo no horizonte, destruindo e tornando árido tudo por onde passa e se chega à nossa base, o jogo termina. Para combater o ciclone, temos que construir um localizador e, preferencialmente, uma torre meteorológica de longo alcance (a de curto alcance não necessita de localizador, será usada para colocar apenas em locais mais afastados da base). E tudo isso consome recursos, pois claro, dificultando a sua gestão.

Frostland desenrola-se com bastante ritmo e é possível terminar um jogo (com sucesso) em cerca de uma hora. Mas até lá chegarmos, é necessário muito treino, uma boa estratégia, e alguma sorte à mistura nos terrenos que nos vão surgindo, pois mesmo no nível mais fácil (tem dois), a tarefa é bastante complicada. Quem não está habituado ao género, por esse motivo, poderá desistir, e é uma pena.

Pontos positivos: bastante original, género de jogo menos frequente de aparecer, bom ritmo no desenrolar da acção e dos eventos.

Pontos menos positivos: grau de dificuldade muito elevado, podendo desencorajar muitos jogadores, alguns (pequenos) bugs.

domingo, 24 de agosto de 2025

Booom!!!


Briefer666 acaba de lançar os seu novo jogo, Booom!!! 

O objectivo em Booom!!! é conseguir recolher o máximo possível de bombas, sem que estas explodam. À medida que se vai avançando nos níveis, os objectivos vão ficando mais ambiciosos. De resto, é uma corrida pelo máximo possível de pontos, pois o jogo não tem fim, pelo menos, um final feliz (sem qualquer duplo sentido). Mais tarde ou mais cedo acabamos sempre por dar o booom!!!

Poderão aqui descarregar o jogo e dar uma pequena contribuição ao seu autor.

Escape from the Twilight Castle


Jogo: Escape from the Twilight Castle
Programadores: Miguetelo
Género: Puzzle
Origem: Espanha

Brave knight, in the heat of your final battle, death has swept you away. You were able to bargain with her to bring you back to life in exchange for your soul, and she agreed. But to do so, you must escape the castle of twilight and its many halls filled with creatures that will want to kill you if you don't eliminate them first. Good luck on your quest, knight. The die is cast.

Miguetelo lança um novo jogo bem ao seu estilo. Quer isso dizer que estamos perante um desafio repleto de quebra-cabeças inteligentes, cenários muito bem conseguidos, gráficos muito coloridos e atractivos, tudo complementado com uma melodia bastante orelhuda e adequado ao jogo. Não é assim tão original como algumas das suas propostas mais antigas, mas quando aquilo que se apresenta tem a qualidade deste Escape from the Twilight Castle, então não se pode pedir mais.

Os 26 níveis têm um grau de dificuldade crescente, perfeitamente ajustado, isto é, nem demasiado fácil, nem demasiado difícil, e à medida que vamos avançando, os novos inimigos vão sendo apresentados. Assim, sempre que surge algo de novo no cenário, antes de começar o nível é dado uma pequena explicação, permitindo um melhor enquadramento do jogador. É apenas um pequeno pormenor, mas que revela o cuidado que o autor sempre dedica aos seus trabalhos.

Cada inimigo tem uma diferente característica e forma de ser eliminado. Assim, antes mesmo de se começar a movimentar o nosso personagem, há que estudar com toda a atenção ao cenário e a colocação das armadilhas. É fundamental imediatamente delinear a estratégia mais adequada, para se escolher quais os inimigos a tratar primeiro, mas sempre sob a pressão de um relógio cujos ponteiros andam demasiado depressa. Em níveis mais avançados vamos encontrar os temíveis magos, que se nos encaram, disparam um feitiço, feitiço este fundamental para se eliminar algumas barreiras, e mesmo para o fim, até aparecem os famosos fantasmas de Pac-Man. 

Encontrámos um pequenos bug, mas que não é impeditivos de se continuar a jogar ou de arruinar o prazer que se tira deste jogo. Assim, se por acaso o momento em que a chave aparece (depois de eliminarmos todos os inimigos), algum adversário estiver a cruzar o mesmo espaço, esta desaparece e torna a missão um pouco mais fácil, pois evita termos que a ir buscar para abrir a porta de saída.

Pontos positivos: quebra-cabeças inteligentes, grande diversidade de inimigos, nível de dificuldade ajustado, cenários muito coloridos, melodia harmoniosa.

Pontos menos positivos: uso de motor standard (MPAGD?), com as consequentes limitações.

JND: Micromania (P&B) - 32


A edição da Micromania de 27 de novembro de 1988 abriu espaço aos 16-bit. Para os representar, a rubrica escolheu o Atari ST, dedicando-lhe o último domingo de cada mês. Ainda assim, o ZX Spectrum continuou a ter maior destaque, mantendo-se como a plataforma favorita dos leitores. Isso não impediu, contudo, que os trabalhos enviados abordassem outras máquinas, sobretudo em torno de um tema sempre popular: como inserir pokes.

Podem descarregar a digitalização de Miguel Brandão neste link.

sábado, 23 de agosto de 2025

DS. Bodyguard


Jogo: DS. Bodyguard
Programadores: Sega-man
Género: Acção
Origem: Rússia 

The goal of the game is to protect your charge. You play as a sniper bodyguard. The game is made in the classic Spectrum style. It contains references to various computer games and media products.

O autor de DS. Bodyguard, que para já nos era desconhecido (Ivanov Sergey Evgenyevich), refere cinco jogos como influenciadores da sua entrada na YRGB 2025: Lode Runner, Action Force II, Transformers, Rick Dangerous e Batman: the Movie. Confessamos que não vemos qualquer semelhança das três últimas referências com DS. Bodyguard, mas as duas primeiras são bastante óbvias. 

Assim, de Lode Runner retira toda a vertente gráfica e ambiência. De Action Force II, toda a mecânica. Para sermos sinceros, este último nunca foi jogo que nos tivesse puxado muito, pese embora reconheçamos o seu enorme mérito, o que aliás, levou a que fosse amplamente elogiado pela crítica na altura. E DS. Bodyguard retém a mesma jogabilidade, colocando uma tensão permanentemente no jogador, tentando antecipar de onde virá a próxima situação de perigo, entre armadilhas e soldados inimigos a tentarem abater o nosso guarda-costas, amplificado por uma melodia hipnótica, mas que na nossa opinião se torna repetitiva ao final de pouco tempo.

Onde este jogo acaba por perder um pouco é na vertente gráfica. Enquanto que Action Force II brilhava bem alto, com gráficos magníficos, e que cativava mesmo quem não apreciasse o género, o grafismo mais minimalista e de pequenas dimensões de DS. Bodyguard, se bem que funcionais para o género, retira-lhe atractividade, levando a que apenas quem aprecia shoot'em'ups e exercícios mais frenéticos, se sinta motivado para correr todos os níveis do jogo, que apesar de terem diversos tipos de armadilhas e obstáculos a ultrapassar, são muito iguais entre si.

Pontos positivos: fluidez e mecânica da acção, sem tempos mortos, quebra-cabeças estimulantes.

Pontos menos positivos: grafismo e melodia minimalista, níveis demasiado semelhantes entre si, ausência de ecrã de carregamento.