Nome: Pi-Dentity
Editora: NA
Autor: Sebastian Braunert, Uwe Geiken, Andy Green, Lobo, Pedro Pimenta e Rich Hollins
Ano de lançamento: 2020
Género: Shoot'em'up
Teclas: Não redefiníveis
Joystick: Sinclair
Memória: 48 K
Número de jogadores: 1
Sebatian Braunert, o mentor de Team Moritz, colectivo que já conta com perto de uma dezena de membros, está sempre com novas ideias para jogos, não sendo de estranhar que esta equipa seja provavelmente aquela que mais jogos lança actualmente para o Spectrum (a par de Amore). Desta vez voltou a pegar no SEUD e trouxe um shoot'em'up com três níveis, muito semelhante ao que já tinha sido feito em Moritz to the Moon. O jogo faz também parte do novo número da revista Fusion (Chris Wilkins), sendo esta a primeira versão, para 48K, com música de Rich Hollins. Está previsto em breve sair a versão 128K, com música de Pedro Pimenta, e com mais alguns extra que ficaram de fora por agora.
Desta vez o herói não é o simpático Moritz, canito que contra todas as expectativas conseguiu chegar a uma idade muito respeitável. E Sebastian, demonstrando o carinho que tem por ele, homenageou-o da melhor forma, criando inúmeros jogos onde figura como principal personagem. Em Pi-Dentity o herói é o número que desde a antiguidade traz uma área de mistério à sua volta, e que resolveu explorar o mundo estranho e mágico da matemática. Mas tal como o mundo da música, que tem os seus heróis-vilões, também o mundo da matemática sofre do mesmo mal. Assim, não estranhem ver o próprio Einstein a aparecer através da célebre imagem com a língua de fora, que é como quem diz, toquem-me, para ver o que acontece.
Mais estranho ainda as munições que Pi dispara. De cada vez que se toca no gatilho, sai da arma não uma bala, mas sim o número 3.14. Isso mesmo, os primeiros dígitos de pi, que são a cura para todos os restantes dígitos e inimigos que em padrões regulares, vão subindo o ecrã e que se nos tocam, roubam uma das nove vidas com que iniciamos o desafio. Aliás, tudo é muito estranho neste mundo da matemática, e coincidências não existem nesta ciência exacta. Basta olhar para a figura do nosso herói, que apesar do formato de pi, revela semelhanças com outro célebre herói do Spectrum cuja letra começa por "H", que por sua vez também se parece com o próprio símbolo do número mágico. Quase tão incrível como a própria constante cosmológica de Einstein...
As munições são limitadas, pelo que não é muito aconselhável desatar a disparar continuamente, se bem que a tentação seja grande. Felizmente que existem recargas em abundância. Estas têm a forma de uma torta ("pie"), mais uma vez revelando o sentido de humor da equipa programadora. E ainda foi concedida uma outra ajuda: assim, quando se vê o símbolo do infinito, é correr até ele, pois concede imunidade, não por tempo infinito, mas por alguns segundos. E esta imunidade é bem necessária, pois este novo jogo da equipa Moritz é um pouco mais difícil que os restantes "tiro neles" que criaram, se bem que não seja impossível. Mas confessamos que levou um pouco mais de tempo até derrotarmos o monstro final, que revela algumas semelhanças com certo figurão. Certamente mais uma das muitas coincidências do mundo mágico da matemática...
Aquilo que mais gostámos no jogo foi a relativa loucura dos sprites. Ora nos aparece uma figura bem conhecida, ora sequências maldosas de números, e até coelhos supostamente fofinhos contribuem para dar um aspecto nonsense a todo este conjunto, à boa maneira dos Monty Python. Nos painéis laterais, uma das características do motor com que o jogo foi criado, aparece uma imagem aparentada com o Homem Vitruviano, que de resto também já aparece no ecrã de carregamento, fazendo a devida homenagem a outro famoso cientista.
Pi-Dentity, tal como os restantes jogos criados com o SEUD, e pelas próprias limitações de memória do motor, apenas tem três níveis, e que nem são muito longos. Um shooter experimentado irá achar pouco, pois certamente terminará rapidamente o desafio. Obviamente que o jogo concorre numa liga diferente de Xecutor's, Slap Fight's, Terra Cresta's, e quejandos, só para referirmos alguns dos shoot'em'ups verticais mais famosos. Também não era o pretendido, tão somente apresentar um mini-jogo que divertisse durante umas horas. E isso consegue, não obtendo nota mais elevada, porque falta-lhe alguma originalidade em termos conceptuais, isto é, tudo o que aqui é apresentado, já a equipa tinha feito anteriormente.
Vamos agora aguardar pela versão 128K para ver as novidades que traz e ouvir a melodia AY criada pelo Pedro Pimenta.
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