Nome: Nevermore
Editora: NA
Autor: Rafał Miazga
Ano de lançamento: 2020
Género: Aventura
Teclas: Não redefiníveis
Joystick: Kempston, Sinclair
Memória: 48 /128 K
Número de jogadores: 1
Já há bastante tempo que Rafal Miazga prometia O Jogo. E conseguiu-o agora, curiosamente inspirando-se abertamente numa das personagens mais famosas do Spectrum: Dizzy. Pois, o que Rafal nos oferece é uma aventura à boa maneira das protagonizadas por Dizzy, mas quando essa tem a qualidade de Yoyo's Great Adventure, consegue calar todos os críticos (se existirem).
O nosso personagem não é então Dizzy, mas Yoyo. Tem uma forma oval e bem pode ser um ovo, ou algo semelhante, para o caso pouco interessa. O que é relevante é que Yoyo viveu sempre feliz e em paz com os seus amigos na Terra da Fantasia. Mas um dia, sem qualquer razão aparente, tudo mudou. A atmosfera tornou-se maléfica e Yoyo foi atingido por um relâmpago mágico. Este funcionou como um tele-transportador entre as várias dimensões e o nosso personagem acordou na Polónia Antiga (o programador não esqueceu as suas origens, e fez muito bem). Conseguirá Yoyo perceber o que se passou e regressar à sua terra? Esta é a nossa missão, e se a aceitarmos, teremos uma tarefa que seguramente irá ocupar-nos durante muitas horas até conseguirmos encontrar a solução.
A mecânica de jogo é em tudo semelhante à que se encontra nas aventuras de Dizzy. Yoyo não rebola como o famoso ovo depois de dar um salto, mas move-se com a mesma graciosidade e até abre os braços sempre que se eleva, quem sabe para o amparar na queda (não é frágil, portanto não temos que estar preocupados com as alturas).
Logo no ecrã inicial surge o primeiro personagem. São muitos e todos entram em diálogo connosco, sendo fundamental prestar o máximo de atenção à conversa, pois dão-nos dicas muito importantes para resolver os quebra-cabeças (tal como o nome dos ecrãs - atenção a este pormenor). E todos os personagens têm um problema, tendo que ser resolvido por nós. Quando a solução é encontrada, como forma de agradecimento, concedem-nos um objecto que vais ser útil noutro ponto da aventura, ou em alternativa, provoca um qualquer efeito num outro personagem. Nem sempre o resultado de colocarmos um objecto no local correcto implica recebermos algo palpável em troca.
Mas apesar de Dizzy ser a principal fonte de inspiração, houve espaço para algumas inovações. Assim, a mais importante são os portais que surgem do nada. Estes permitem entrar em novas dimensões (ou camadas, como preferirem), descobrindo-se novos cenários. Existem três "camadas" acedidas directamente através dos portais e uma outra através de um símbolo que se encontra no cenário (salta bem à vista, e aliás, se estivermos com atenção aos diálogos, também facilmente o descobrimos). As camadas vão sendo desbloqueadas à medida que vamos resolvendo os quebra-cabeças, sendo que a última delas permite a entrada no castelo do Rei, onde uma parte significativa da acção é passada. Aliás, todos os quebra-cabeças, além de intuitivos, têm que ser resolvidos numa certa sequência, doutra forma ficamos bloqueados.
A maior dificuldade em Yoyo's Great Adventure é mesmo encontrar os locais correctos para colocar os objectos que vamos recolhendo. Existem alguns inimigos, como os insectos, que roubam um pouco de energia de cada vez que lhes tocamos, mas não é difícil contorná-los. Os obstáculos naturais, como a água, também são facilmente ultrapassáveis, e a partir de certa altura, depois de já termos percorrido todos os caminhos vezes sem conta, quase que os contornamos de olhos fechados. E por fim, os obstáculos maiores, como o touro, o urso ou o dragão, a sua ira é aplacada com determinados objectos. Se nos aproximarmos demasiado, sem antes os termos acalmado, perde-se uma vida. Há que ter ainda em atenção que alguns objectos são usados múltiplas vezes, portanto cuidado onde os deixamos...
Gráficamente, Yoyo's Great Adventure não fica atrás das aventuras de Dizzy, com excepção naturalmente do remake de Crystal Kingdom Dizzy (mas esse também é praticamente imbatível, veremos o que Wonderfil Dizzy nos traz). Os cenários criados são excelentes, assim como os quebra-cabeças que lhes estão associados, e o facto de não se conseguir aceder à maior parte dos ecrãs de início, apenas cria motivação para se ir avançando na resolução dos quebra-cabeças.
Assim, quem gosta deste tipo de aventuras de arcada, de certeza que ficará saciado com este jogo. É longo, se jogado sem qualquer tipo de ajuda ou de batota, um dia inteiro poderá mesmo não ser suficiente para o resolver. Quem não está habituado ao género, será uma boa forma de se iniciar, pois os puzzles são todos bastante intuitivos, os cenários atractivos e, no seu todo, é um desafio muito interessante. sem dúvida o melhor jogo de Rafal Miazga até à data e o primeiro a obter o galardão de Mega Jogo.
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