sábado, 26 de fevereiro de 2022

Federation: Underwater


Nome: Federation: Underwater
Editora: Furillo Productions
Autor: IADVD & Molomazo
Ano de lançamento: 2022
Género: Aventura
Teclas: Redefiníveis
Joystick: Kempston, Sinclair
Número de jogadores: 1
Memória:  128 K
Link para descarga: Aqui

Quase dois anos depois do galardoado Federation Z, pelo menos em Planeta Sinclair, chega a sequela: Federation: Underwater. O nome desde logo dá a entender ao que vamos. Ao contrário do seu antecessor, passado no espaço, o novo jogo da dupla IADVD & Molomazo é passado nas profundezas do oceano, numa época em que os continentes ainda não tinham a forma exacta actual. Na realidade, embora pudesse ser a Terra o local onde esta aventura decorre, pois o mapa é semelhante ao nosso planeta, não é verdade. Tudo isto é passado num universo paralelo muito distante, ao qual não falta a cidade submersa de Atlântida (ou Atlantis, como é chamada no jogo), conforme poderá ser visto no extenso e lindíssimo manual (concept art), que acompanha este lançamento. Não fosse apenas por este livreto, e já valeria bem a pena descarregar o jogo. Além de instruções detalhadas sobre a missão que temos em mãos, desvenda um pouco da história deste mundo e dá informação extremamente importante sobre cada um dos povos. Tudo devidamente acompanhado por desenhos fabulosos com uma temática sci-fi idealizada por IADVD. 

A segunda nota que deixamos tem a ver com a própria história deste jogo, que vai buscar referências a outros jogos desta dupla, nomeadamente o óbvio Federation Z, mas também Enigmatik, ou o incompreendido The Doom of the Pond, que é peça central deste jogo. Dizemos incompreendido porque não percebemos como é que uma das melhores aventuras gráficas dos últimos 40 anos, não conseguiu terminar no top 10 dos melhores jogos do GOTY 2021, não sendo desculpa sequer ser um jogo dedicado a um nicho muito específico. Adiante...

Iniciamos então o jogo, e é-nos apresentada uma pequena introdução, com imagens belíssimas, como é apanágio desta equipa. Se por acaso não foi lido o manual, com esta introdução, ficamos a perceber um pouco melhor a missão que temos em mãos. Ou melhor, missões, pois cada civilização com a qual vamos entrar em contacto (são dez, correspondente às dez cidades submersas de Federation - a outra é Atlantis, a nossa base), tem pequenas tarefas para desempenharmos. Estas são sequenciais, pois apesar de podermos livremente explorar todo o oceano, apenas temos possibilidade de cumprir com as missões numa certa ordem, doutra forma nem sequer temos autorização para entrar nas cidades.

Mas a primeira coisa que devemos fazer é explorar ao máximo este mundo subaquático. Com as devidas cautelas, pois é assolado por vários tipos de inimigos, como as ostras gigantes que nos cospem projécteis, ou algumas naves que nos vão atacando, abrindo-se então um míni jogo bastante engraçado, no qual temos que conseguir colocar o inimigo na mira dos nossos lasers. Aliás, esta é uma das muitas diferenças relativas ao primeiro jogo da série, pois além de ter maior diversidade, estes mini jogos são agora mais interessantes. Por exemplo, quando encontramos uma cave, que mais não é que um portal para um outro ponto do oceano, para que a passagem seja permitida, é necessário que a tartaruga (referência a The Doom of the Pond) abra caminho, num exercício semelhante a FlappyClive, outro dos jogos que serve aqui de referência.

Testámos intensamente Federation: Underwater, daí que estejamos em condições de dar alguns conselhos valiosos:

  • antes mesmo de se ir para as missões mais avançadas, é conveniente descobrir todos os tesouros. São 20, e dão recursos valiosos, que permitem adquirir mais armamento, mas também descobrir os fundamentais aquashops e as restantes cidades, ficando então os locais visíveis no mapa.
  • Convém também ir eliminando as ostras. De cada vez que eliminamos uma, recolhemos mais 1 000 de crédito, fundamental para se gastar nos Aquashops.
  • As caves permitem atalhar algum caminho, não sendo fundamental, em alturas de aflição pode dar jeito.
  • Alturas de aflição é quando temos pouca energia. Esta é recarregada na totalidade sempre que vamos à base, portanto convém estar de olho nesse indicador. Se tivermos pouca energia, mais vale não arriscar em grandes viagens e ir primeiro à base.  

Seguindo estes conselhos, rapidamente iremos levar a água ao nosso moinho. Embora com um longo manual, o jogo não é nada complexo. Aliás, quem experimentou Federation Z, vai sentir-se como peixe na água (ou será no oceano?).

Também utilizámos um truque, mas que não se aconselha a quem não tenha ainda apanhado o jeito à mecânica do jogo: duplicámos a velocidade de processamento do emulador, permitindo-nos assim passar para metade o tempo em deslocações. Claro que ficamos mais sujeito ao risco de encontros imediatos com os inimigos, mas não se pode ter o melhor dos dois mundos...

Algumas das missões são semelhantes às do primeiro episódio, nomeadamente aquela onde temos que encontrar os mergulhadores (em Federation Z eram astronautas). Quando avançarmos para esta missão, é fundamental termos em nosso poder (é adquirido nos aquashops) o aparelho que permite verificar se o mergulhador é real, ou apenas um engodo, que explode ao contacto, delapidando uma boa parte da nossa energia. São estes pequenos truques que vão definir se temos mãos, ou não, para o submersível que conduzimos em Underwater.

Federation: Underwater mantém então todos os predicados que o seu antecessor já tinha, limando ainda algumas arestas (os mini jogos, por exemplo), e acrescentando novos motivos de interesse. Por exemplo, quem conseguir chegar ao final, após responder às questões que permitem derrotar Enigmatik, vai ter acesso a uma sequência brilhante, recompensando as muitas horas que vão ser necessárias até se conseguir completar o jogo. Sim, o que temos aqui é um desafio que vai ocupar bastante tempo, muito além do tempo normal dos jogos criados com o La Churrera. Mas podemos assegurar que é recompensador.

Além disso, e não podemos dizer doutra forma. Já tínhamos ficado maravilhados com os gráficos criados em The Doom of the Pond. Pois estes são ainda melhores. Basta olhar para os ecrãs que deixamos, já sem falar do manual. De facto, IADVD e Molomazo  são artistas por excelência, que em cada novo jogo fazem questão de explorar a vertente gráfica ao máximo. É um verdadeiro delírio para os nossos sentidos vaguearmos por este mundo subaquático.  

Estamos então perante um dos grandes jogos do ano, apesar de ainda estarmos no início, e não temos qualquer pejo em dizê-lo: Federation: Underwater vai seguramente fazer parte do GOTY 2022...

O jogo é gratuito, mas uma pequena compensação é justíssima para o imenso trabalho que a equipa programadora teve. Pode aqui ser descarregado.

2 comentários:

  1. Thank you very much for a so in deep review and the kind words. Please everybody be well and healthy. Cheers!

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    1. You welcome, and congrats for this amazing game ;)

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