quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

PTM


Nome: PTM
Editora: NA
Autor: Narwhal
Ano de lançamento: 2019
Género: Acção
Teclas: Não redefiníveis
Joystick: Kempston, Sinclair
Memória: 48 / 128 K
Número de jogadores: 1

Numa competição de remakes não podia faltar o Agente Secreto 007, mesmo que com outro nome. E este apareceu com PTM, pegando Narwhal em Licence to Kill, clássico lançado pela Domark em 1989. Nos anos oitenta esta editora lançou cinco jogos baseados em filmes do famoso agente secreto (o último surgiu em 1990), e nenhum nos encheu as medidas. Estávamos com curiosidade para ver se seria desta que iríamos ter uma grande adaptação ao Spectrum, quer em termos de qualidade, quer em termos de longevidade. Infelizmente, nem uma, nem outra. Dá mesmo ideia que o jogo foi terminado à pressa, com as diferentes fases muito curtas e demasiado fáceis, também, tanto que o terminámos da primeira vez que jogámos e em menos de quinze minutos. Mas já lá iremos, vamos primeiro à (curta) história...

O Agente 98 está a um dia de se reformar, perdendo assim a sua licença para matar. No entanto tem ainda que cumprir uma última missão: derrubar o império do patrão do crime,  Leche Lacto, deste modo dando um rude golpe no tráfico de drogas e branqueamento de dinheiro. Só depois poderá gozar da merecida reforma.


PTM inicia-se com um shoot'em'up semelhante a Operation Wolf. Engraçado que num curto espaço de tempo tenham surgido dois jogos com o mesmo conceito (também já aqui falámos de Dead Zone). Aliás, este nível repete-se várias vezes ao longo do jogo, mas todos pecam por serem demasiado curtos e sensaborões.

O nosso agente tem uma arma com apenas cinco tiros, mas esta vai-se recarregando automaticamente passado uns momentos sem ser utilizada. Quer isso dizer que não temos que estar demasiado preocupados com as munições, apenas em não dispararmos "de rajada" para não ficarmos sem tiros. Por outro lado, podemos sofrer alguns disparos sem perigo de morremos. Isto porque a própria barra da saúde também se vai regenerando. Não nos parece que faça muito sentido, ainda menos quando isto acontece ao longo de todo o jogo, facilitando a vida (em demasia, até).


O segundo nível é passado num armazém e passamos aqui para um vulgar jogo de acção, com plataformas pelo meio. O objectivo é apanhar uma série de objectos, cujo símbolo se parece com um computador. É um pouco mais interessante que o primeiro nível, mas mais uma vez peca por ser demasiado fácil e curto. O facto de haver imensos pontos onde os inimigos não nos podem alcançar, leva a que a nossa saúde esteja praticamente sempre regenerada. Os poucos inimigos existentes também não são particularmente perigosos, sendo facilmente ultrapassáveis (ou mortos).

Depois de mais uma sessão de tiro ao boneco, entramos num barco. O objectivo é recolher o dinheiro, e é em tudo semelhante ao armazém, apenas o cenário é diferente e existe a possibilidade de sair do barco e entrar na água, tendo o nosso agente que nadar para apanhar mais algum dinheiro. Mas tudo muito superficial.

Após nova sessão de tiro, entramos então na fase final. Aqui estamos aos comandos de algo que se parece com um um jet ski. À nossa frente uma lancha sobre a qual temos que disparar, e pelo meio vai aparecendo algo semelhante a torpedos, dos quais temos que nos desviar. Mas basta colocarmo-nos atrás da lancha e ir disparando, que rapidamente terminamos o nível e consequentemente o jogo.


Os gráficos e os cenários também transmitem a sensação que tudo aqui foi feito à pressa e de forma atabalhoada. Acreditamos que com três tipos de cenários diferentes, seria difícil colocar-se tudo em apenas 48K. Mas seria preferível talvez afinar-se melhor alguns aspectos do jogo (nível de dificuldade, por exemplo), para que pelo menos este tivesse uma longevidade maior. O jogador médio irá seguramente terminá-lo nas primeiras tentativas, não havendo depois grande incentivo para voltar a repetir.

Nota ainda para a música que é demasiado repetitiva, sobrepondo-se ao som do jogo. Preferimos carregar a versão 48K (sem a melodia), única forma de se conseguir manter a concentração.

Parece-nos assim que Narwhal é capaz de fazer bem melhor que este PTM. Da forma como está, temos um jogo pouco polido, demasiado curto e fácil, e que não concede diversão para mais do que quinze minutos. Somos sinceros, desiludiu-nos, talvez porque também tenhamos criado expectativas elevadas quanto a este lançamento. Infelizmente ainda não foi desta que tivemos um jogo ao nível dos pergaminhos de 007...

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