domingo, 10 de fevereiro de 2019

Zona 0


Nome: Zona 0
Editora: Topo Siglo XXI
Autor: Rafael Gomez Rodriguez, Alfonso Fernandez Borro, Lords of the Sounds (Angel Martinez)
Ano de lançamento: 1991 / 2019
Género: Acção
Teclas: Redefiníveis
Joystick: Kempston, Sinclair
memória: 48 /128 K
Número de jogadores: 1

E depois de um hiato de alguns meses, retomamos a programação habitual. Quer isso dizer que vamos lançar mais alguns dos jogos do nosso amigo Alfonso Borro (Borrocop), dando-lhe uma nova roupagem, todos devidamente traduzidos para a nossa língua. Zona 0 é o próximo da lista, apresentando ainda novos ecrãs de carregamento e uma lindíssima capa criada pelo saudoso Alfonso Azpiri. Já o ecrã de carregamento, como não podia deixar de ser, é da responsabilidade de Borrocop.


Este foi também dos últimos jogos a ser lançado pela Topo Soft, numa altura em que o Spectrum já não despertava as mesmas paixões de uns anos antes, daí que talvez tenha passado mais despercebido (não junto da comunidade portuguesa, tendo sido bastante divulgado na altura). Está por isso na altura de dar o devido crédito a este jogo inspirado em Tron.

Para quem não sabe, Tron foi um filme que apareceu em 1982, tendo logo sido um grande sucesso, e que ainda não há muitos anos , em 2010 mais precisamente, deu origem a uma sequela. Esta nunca vimos, mas o filme original ainda permanece na nossa memória e vale realmente a pena dar-lhe uma espreitadela. O sucesso foi tal que ainda nesse mesmo ano deu origem a um jogo de arcada, que caçou muita moeda ao pessoal. O jogo recria uma perseguição de mota, num ambiente fechado, em que temos que fazer com que os nossos oponentes fiquem encurralados, embatendo nos vários obstáculos ou até no rasto deixado pelos veículos. Ao longo dos anos deu origem a milhentas versões, como foi o caso de Zona 0.

E avançamos então para a versão da Topo Soft / Topo Siglo XXI. Participamos assim numa competição na qual os derrotados perdem a vida. Apenas um sairá vencedor, e a tarefa está longe de ser fácil, como já se percebeu. Estamos ao comando de uma potente mota e ao longo de catorze eliminatórias (começamos na zona 14 e termos que atingir a zona 0), temos que ir vencendo os oponentes, única forma de sobrevivermos à missão.

Já referimos o rasto que os veículos deixam, fazendo lembrar os gases de combustão deixados pelos aviões a jacto. E este será um dos principais obstáculos, pois os nossos oponentes (por vezes estão 4 jogadores no tabuleiro) fazem de tudo para nos encurralar. Se tivermos a infelicidade de tocarmos no rasto, perdemos uma vida. Obviamente que tentamos fazer o mesmo aos adversários. Aliás, a ideia é tentar diminuir o raio de acção desses, para que não tenham espaço de manobra, batendo no nosso ou no próprio rasto.


No entanto, não é só com os nossos adversários que temos que nos preocupar. Também o próprio cenário vai sendo mais complexo e difícil à medida que vamos avançando nos níveis, isto é, aproximando-se da zona 0. Assim, enquanto que o primeiro nível é campo aberto, apenas limitado pelas quatro paredes da espécie de quadrado que faz de cenário, rapidamente começam a aparecer obstáculos pelo meio, falhas e buracos, paredes assimétricas, etc., dificultando ainda mais a nossa tarefa., ainda mais quando a velocidade com que os veículos se movimentam é demasiado rápida, exigindo reflexos ultra-rápidos para evitarmos o rasto que estes deixam. Perante isso, muito dificilmente se consegue delinear uma estratégia para optimizar o caminho a percorrer e encurralar os nossos adversários. Basicamente reagimos apenas por instinto, sendo necessária também alguma sorte à mistura.

A nosso favor algumas ajudas (poucas). De vez em quando encontramos um objecto semelhante a uma maçã no cenário. É para apanhar, pois isso representa mais uma vida e bem vamos precisar delas, ó se vamos... Também temos a possibilidade de activar o turbo, acelerando a nossa mota. Mas é fácil de se perceber o que acontece quando aumentamos a velocidade da acção, num cenário apertado e armadilhado. Para usar com todo o cuidado, portanto. Por fim, quando o nosso adversário perde a vida, também o seu rasto desaparece, umas vezes beneficiando-nos, outras vezes os nossos adversários, caso esses ainda se encontrem em pista.


Os gráficos são isométricos e quase exclusivamente monocromáticos (era fundamental não haver mistura de atributos, dadas as características da acção), estando muito bem conseguidos e remetendo de forma perfeita para um ambiente futurista e 3D. Obra de Borrocop, que desde sempre nos habituou a cenários esplendorosos. Tal como a música, uma pequena obra-de-arte, e que contribui para tornar este lançamento ainda mais memorável.

E como também é habitual nos jogos espanhóis, o nível de dificuldade é elevadíssimo. Antes de se conseguir chegar à zona 0, se é que alguma vez lá iremos chegar, é necessário muito treino, grandes reflexos, e muita capacidade de lidar com a frustração. Sim, Zona 0 é frustrante, e se ainda nos restar alguns cabelos, rapidamente os vamos perder.

Perante isto tudo, apenas têm uma alternativa: vir imediatamente aqui descarregar a nova versão de Zona 0, e passarem umas boas horas divertidas (e mais algumas de frustração). Um dos melhores jogos espanhóis a aparecer para o Spectrum, sem dúvida alguma.

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