domingo, 3 de novembro de 2019

2048


Nome:2048
Editora: NA
Autor: Iñaki Martínez Díez
Ano de lançamento: 2019
Género: Puzzle
Teclas: Não redefiníveis
Joystick: NA
Memória: 48 K
Número de jogadores: 1

2048 é um quebra-cabeças criado em Março de 2014 pelo italiano Gabriele Cirulli. O objectivo é mover (horizontal ou verticalmente) as peças numeradas de um tabuleiro 4 X 4, fazendo combinações entre elas. Cada vez que duas peças com o mesmo valor colidem, fundem-se numa única, correspondendo ao somatório das peças que colidiram. Assim, se juntarmos duas peças de valor 2, transformam-se numa única de valor 4. De cada vez que fazemos uma jogada, isto é, movimentamos as peças, não esquecendo que estas movem-se em bloco,  aparece aleatoriamente num local vazio do tabuleiro uma peça com o valor 2 (mais frequente) ou valor 4.

O jogo obedece também a algumas regras. Assim, os blocos deslizam sempre o mais longe possível na direcção escolhida, até que sejam interrompidos por qualquer outro bloco ou pelas paredes do tabuleiro. Cada peça também se pode apenas fundir com outra peça uma única vez por jogada, sendo aquelas que se fundem, as que se encontram mais perto da parede do tabuleiro, tendo em conta a direcção em que é movida. Se não existirem espaços livres numa determinada direcção para se empurrar as peças, teremos que escolher uma outra direcção para as mover. Esta última regra, que por qualquer razão não é aplicada nesta versão, implica uma grande dose de estratégia por forma a que não se deixe peças bloqueadas, isto é, peças de mais pequeno valor à frente de peças de valor maior, pois a consequência é não conseguirmos fazer combinações e deixarmos de ter casas livres no tabuleiro. Quando não existirem espaços livres, o jogo termina. Parece complicado, e não é simples de se explicar a mecânica do quebra-cabeças, mas assim que se começa a jogar, de forma intuitiva percebe-se facilmente o que fazer.

Uma fragilidade desta versão é realmente não estar a ser aplicada a regra da movimentação consoante os espaços livres. Sendo o objectivo o de conseguir atingir o valor de 2048 numa peça (isto é, fundindo duas de valor 1024, que por sua vez é a fusão de duas peças de valor 512, e assim por  diante), a tarefa torna-se demasiado fácil, pois estamos menos dependente do factor sorte, assim como exige menos pensamento lateral para perceber qual a direcção alternativa em que se deve mover os blocos. Mesmo não havendo espaços livres numa determinada direcção, é possível movê-los nessa direcção que a jogada toma efeito e aparece uma nova peça no tabuleiro (valor 2 ou valor 4).


Não obstante o objectivo ser atingir a marca 2048, nas versões que conhecemos é possível continuar-se o jogo quase "ad aeternum"- não é bem assim, pois existe limite de casas livres para se jogar, mas o recorde mundial anda nos "131072" pontos, embora com recurso a "undos" (e consta que muitas semanas até se chegar lá). Reconheça-se que para se conseguir chegar aos 16384 já é necessário uma grande dose de sorte, e não nos recordamos sequer de ter passado dos 8192 nos tempos em que estávamos viciados no jogo. No entanto, nesta versão, quando se atinge a marca dos 2048, o jogo termina, o que é uma pena, valendo apenas a pontuação total de pontos obtido (somatório do valor de todas as peças que se fundiram)...

O jogo também não é rápido, e de cada vez que fazemos uma jogada, demora alguns segundos até ser gerada uma nova peça. Não é de admirar, pois não nos podemos esquecer que 2048 foi criado inteiramente em Basic puro (nem sequer é compilado), não sendo a velocidade de processamento o seu ponto forte. Mas para quem joga nos emuladores, basta modificar a velocidade do processador (foi o que fizemos, passámos de 3.54 para 7 Mhz), e a jogabilidade aumenta substancialmente.

Os gráficos são básicos, mas para o efeito também não seria necessário grandes preciosismos. O som limita-se ao beep de cada jogada, mas tendo em conta que estamos perante um desafio cerebral, dispensa-se qualquer música ou outro tipo de efeitos. Funcionalidade é o que se pede, e é o que aqui se obtém.

De qualquer forma, mesmo tendo em conta algumas fragilidades apontadas, 2048 é um desafio muito interessante, sendo uma boa evolução relativamente ao único jogo do género que conhecemos criado para o Spectrum, ZX 2048, da autoria de Arda Erdikmen, lançado em Março de 2014.

2048 não é assim para todos, aqueles que preferem um jogo de arcada vão achá-lo uma "seca". No entanto, quem gosta de usar as células cinzentas, como diria o nosso amigo Poirot, tem aqui um desafio à altura. Provavelmente não irá vencer a competição BASIC 2020, mas de modo algum irá envergonhar o seu autor. Pelo menos já ganhou o galardão de melhor jogo do género para o Spectrum.

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