domingo, 3 de novembro de 2019

Níxy and the Seeds of Doom


Nome: Níxy and the Seeds of Doom
Editora: Bubblesoft Games
Autor: Andy Johns
Ano de lançamento: 2019
Género: Plataformas
Teclas: Redefiníveis
Joystick: Kempston, Sinclair
memória: 48 /128 K
Número de jogadores: 1

Cerca de ano e meio depois de Andy Johns nos ter deliciado com um dos grandes jogos de 2018, Níxy: The Glade Sprite, tendo conseguido inclusive menção honrosa em jogo do ano para Planeta Sinclair, chega a sequela. E prepararem-se, pois consta que haverá mais novidades relativamente a esta saga, que já começa a fazer história no Spectrum. Pode ser que depois Andy tenha também tempo para retomar a personagem de Monty, outra das nossas favoritas.

Assim, os felizardos que experimentaram o primeiro episódio, não irão ficar surpreendidos com Níxy and the Seeds of Doom, pois a mecânica de jogo é em tudo semelhante. E tal como no episódio anterior, controlamos Níxy, uma pequena duende, que tem que ir realizando várias tarefas que vão sendo assinaladas no canto inferior do ecrã, por vezes de forma um pouco críptica (como por exemplo "maybe there's a backdoor?").

A missão inicia-se numa clareira da floresta encantada, sendo obrigatório deslocar-nos para a esquerda. Chegando ao castelo, vemos que este se encontra fechado, mas a mensagem que aparece é muito clara, temos que arranjar forma de lá entrar. Tocamos à sineta e a porta continua fechada, mas abre-se então uma entrada no chão. Sem alternativa, entramos para um mundo de grutas, masmorras e cenários lúgubres. Quem diria que haveria tanta coisa por baixo de um castelo? 


Iniciamos assim a exploração das grutas, tendo sempre em conta que a dica que nos é dada é que existe uma porta dos fundos. Mas para chegar a esta porta dos fundos (do castelo), teremos que palmilhar muito terreno, sempre pejado de inimigos. Aliás, é admirável a quantidade de diferentes sprites que Andy conseguiu colocar em tão pouca memória. É que ao contrário do primeiro episódio, que foi inicialmente pensado para 128K, Níxy and the Seeds of Doom corre em apenas 48K, neste caso sem a brilhante melodia criada por um português, Ricardo Vieira (apenas na versão de maior memória).

Podem assim contar com fantasmas, grades que caem, picos, plataformas que desaparecem, e todo um arsenal de inimigos e obstáculos que visam tornar mais difícil a vida da nossa simpática duende. Para piorar as coisas, Níxy não voa, e se cair de uma grande altura, perde um pouco de energia, medida pelos corações na parte inferior do ecrã. Felizmente que existem locais onde a podemos recuperar, mas os corações terão que ser apanhados de forma ponderada, pois apenas podem ser usados uma única vez, e, para cumprir a missão, vamos ter que fazer o mesmo caminho por diversas vezes.


Para entrarmos pela porta dos fundos vamos necessitar de uma chave, e essa até está bem visível, mas como lá chegar? Foi talvez um dos quebra-cabeças que mais tempo demorámos a deslindar. Entrando no castelo (pela porta dos fundos), teremos oportunidade de recolher um pergaminho, e nesse, encontra-se inscrito detalhes da missão seguinte: encontrar água benta. Também encontramos um fantasma mais amigável que os anteriores, que nos explica a causa de tudo o que de mal está a acontecer na floresta, e percebemos então que se resume a uma erva-daninha que tem que ser erradicada, pois corrompeu a restante floresta.

Encontrar a água benta implica voltarmos a fazer caminhos que já percorremos, daí termos dito que os corações com energia extra devem ser usados apenas em caso de extrema necessidade. A vantagem é que, por esta altura do campeonato, já conhecemos os cenários de trás para a frente (literalmente), até porque não são assim tantos, e já sabemos como ultrapassar os obstáculos. Aliás, este é mesmo o único ponto fraco que encontrámos no jogo, devido principalmente à pouca memória disponível. Assim, tendo 30 ecrãs, mesmo alguns apenas estando acessíveis após se cumprirem certas tarefas, não demorará muito até conseguirmos ver tudo o que há para ver. Mas milagres não existem, mesmo nos contos de fadas (e duendes)...


Cumprida a tarefa da recolha da água benta, é altura então de se procurar as sementes sagradas. Não iremos dizer com o que essas se parecem, mas também rapidamente irão perceber do que se trata, até porque encontram-se em alguns pontos do cenário que aparentemente pareciam não ter qualquer utilidade. Se conseguirmos recolher todas, então uma entrada especial irá abrir-se, levando-nos para uma passagem secreta, e consequentemente para o ecrã final, no qual teremos então oportunidade de destruir a erva-daninha. Este último quadro é significativamente diferente dos restantes, pois o objectivo é apenas um, saltar contra o inimigo, evitando ser atingido pelo fogo que esse nos atira.

Não sendo uma aventura muito comprida ou particularmente difícil, tem, no entanto uma enorme jogabilidade e a capacidade de nos atrair de imediato. Os cenários (e o ecrã de carregamento) são assombrosos, uma pequena maravilha em 8 bits, que não vai deixar ninguém indiferente, motivando-nos sempre para ir um pouco mais além. Depois, tem pequenos pormenores que são um deleite para os nossos sentidos, como por exemplo o efeito de fade out sempre que deixamos um ecrã, ou a graciosidade com que Níxy se movimenta.

Níxy and the Seeds of Doom é assim um dos grandes jogos de 2019, e outra coisa não seria de esperar, vindo de quem vem (Andy Johns), que já deu mostras que está e vai continuar no topo dos programadores do Spectrum por muito tempo.

Quem quiser descarregar Níxy and the Seeds of Doom basta vir aqui à página do Andy. Poderão também aqui ver alguns magníficos ecrãs no modo ULAplus...

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