sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

Crash Annual 2021 e Crash Micro Action

 

Os correios em Portugal estão uma pobreza franciscana, tendo a Crash demorado tanto tempo, que por esta altura já não é segredo para ninguém a capa, dai a revelarmos. Aliás, curiosamente, e apesar de ter sido enviado em momentos diferentes, quer a Crash anual, quer a Crash trimestral, chegaram exactamente no mesmo dia, revelando bem a desorganização que grassa nos CTT. Pretendíamos ter feito a análise da revista antes do Natal, lamentavelmente não tendo sido possível. Recuperamos agora o tempo perdido.

E temos que começar pela capa, mais uma vez da responsabilidade do Mestre Oliver Frey. Não obstante termos gostado bastante das anteriores, esta é, no nosso entender, a melhor de todas. O tema é Neadeital, jogo recentemente analisado e sem dúvida alguma, um dos melhores do ano. As cores são algo de espantoso, na boa tradição deste autor e da própria Crash.

Como também já é habitual, e dado o sucesso da campanha de crowdfunding, são acrescentados alguns extras. O muito popular calendário de parede, o poster duplo (Line of Fire e issue 12 calendar centrefold 1984), mas sobretudo um sample da Crash edição trimestral.

As reviews são mais uma vez Rainha. Aliás, a Crash, das três grandes revistas britânicas especializadas no Spectrum, era aquele que dedicava mais tempo aos jogos.  Isto nota-se claramente nesta edição, com a análise aprofundada de mais de 50 jogos, incluindo o Spectrum Next. É também um regozijo para nós vermos finalmente uma revista fazer a análise a Nextoid, o primeiro jogo a surgir para este computador, aproveitando todas as suas capacidades, mas também porque o próprio Planeta Sinclair esteve envolvido no desenho dos vários níveis. 


Ainda relativamente às reviews, o que se nota agora é uma maior equilíbrio, umas das poucas pechas que tínhamos anotado nas edições anteriores. Houve maior cuidado na análise dos jogos e, subjectividade à parte, não se vê agora jogos fracos obterem grandes pontuações. Aliás, os jogos representados são uma excelente amostra do que de melhor se fez em 2020 (até à altura da produção da revista). Claro que os excelentes jogos que saíram no último trimestre não estão ainda analisados (o tempo de saída da revista não o permitia), mas isso também foi pensado pelos editores, como iremos ver mais à frente na Crash trimestral.

Outro ponto que é inteiramente do nosso agrado é o facto da revista se focar principalmente no muito que de novo existe na cena do Spectrum. Em vez de exclusivamente dar tempo de antena a saudosismos bacocos e artigos que já foram dissecados dezenas de vezes, as temáticas são quase sempre actuais, com pequenas excepções, pois também não nos podemos esquecer da enorme herança associada ao Spectrum. Não é assim de estranhar que sejam entrevistados antigos nomes, como David Jones ou Ritman, mas também mais recentes, como Allan Turvey ou a Bitmap Soft.  

Será difícil destacar algo, pois o nível é elevadíssimo, mas aquele que gostámos mais foi o diário do Neadeital, no qual Matt Birch vai revelando a passo e passo o processo de desenvolvimento desse jogo, algo que já tinha feito numa edição anterior com Oure.

Se não adquiriram a revista na campanha de crowdfunding, podem fazê-lo agora aqui


Mas as novidades da Crash não ficam por aqui. Para aqueles que não têm paciência para esperar um ano pela revista, surgiu agora uma publicação trimestral, a Crash Micro Action, com formato A5, 62 páginas, e com todas as reviews que não cabem no anuário. Aliás, nem doutra forma poderia ser, pois a saírem mais de duzentos jogos por ano, logicamente que alguns teriam que ficar de fora. Assim, consegue-se dar mais atempo de antena as restantes jogos e programadores. Aliás, foi isso mesmo que aconteceu com Restless André, que foi alvo de um interessante artigo nesta primeira edição.

Tal como no anuário, também houve ofertas especiais para os primeiros "backers". Tivemos assim direito a um dossier com os logos da Crash que permite arquivar a revista, tal e qual como fazíamos no anos 80 com os "binders".

Não faltam as dicas para os novos jogos, previews, e uma rúbrica muito interessante, a "Crash Investigates", que coloca Martyn Carrol na pele de um detective provado em busca da resolução dos grandes mistérios do Spectrum. Já lhe propusemos descobrir os antigos lançamentos da Wizard Software, incliuindo os três jogos perdidos de Marco & Tito. Veremos se a nossa sugestão é aceite.

Quem pretender receber a revista trimestral, poderá vir aqui.

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