domingo, 21 de novembro de 2021

Shovel Adventure

Nome: Shovel Adventure
Editora: Pat Morita Team
Autor: Antonio J. Pérez
Ano de lançamento: 2021
Género: Labirinto
Teclas: Não redefiníveis
Joystick: Kempston
Memória: 128 K
Número de jogadores: 1

Enquanto aguardamos ansiosamente que Toki Mal chegue, Antonio Pérez e a Pat Morita Team, incluindo ilustres convidados como Jarlaxe ou Igor Errazking, deram-nos um pequeno aperitivo para aguçar o apetite. E que aperitivo... Shovel Adventure é já um dos grandes jogos do ano e seguramente um dos candidatos ao GOTY.

Convém também que se diga que Shovel Adventure é uma conversão de um jogo desenvolvido para o Amstrad CPC e que recentemente venceu a competição CPC RetroDev 2021. Já se esperava assim algo especial, o que de facto aconteceu. 


Assumimos então o papel de Johnny Pallas, o lendário arqueólogo de Utrera. Depois de um apurado trabalho de pesquisa, finalmente estamos em condições de resolver um dos mistérios do antigo Egito: descobrimos a entrada secreta para a câmara das Flores do Faraom Lholha. Mas para conseguirmos chegar à entrada, temos que entrar na grande pirâmide e recolher todas as jóias, antes que o tempo se esgote. Somente após desenterrarmos todas as pedras preciosas, podemos apanhar Ankh e abrir a câmara misteriosa.

São 40, as câmaras que teremos que ultrapassar até se conseguir chegar ao fim da aventura. Pelo meio existem alguns níveis de bónus, sem inimigos, tendo apenas que se recolher as pedras preciosas num tempo limite. Estes níveis são bastante fáceis de terminar, excepto o último deles, no qual o tempo é contado ao segundo, e servem fundamentalmente para aumentarmos o score, importante pois a cada 5.000 pontos é-nos concedida uma vida extra. De referir ainda que, ao contrário daquilo que é habitual nos jogos espanhóis, Shove Adventure não tem um excessivo nível de dificuldade, o que se reflecte numa jogabilidade muito boa. Saúda-se desde já a equipa programadora que optou por criar um desafio que o comuns dos mortais tem possibilidade de terminar.


O nosso explorador não tem qualquer arma ao seu dispor. Nem sequer um simples chicote. Não vale a pena assim pensar que vamos ser o próximo Indiana Jones. No entanto, temos algo muito mais importante: uma pá!

Não se vai utilizar a pá para dar na tola dos inimigos, mas sim dar-lhe um uso bastante mais vulgar. Assim, temos a possibilidade de escavar (ou tapar) buracos na areia, provocando a queda de alguns dos inimigos (não todos, atenção, apenas as múmias e as carochas). Mas estes apenas ficam por breves segundos incapacitados, presos no buraco, voltando depois a perseguir-nos. No entanto, quando os adversários se encontram presos nos buracos, se voltarmos a usar a pá, tapamos o buraco e damos um funeral decente ao adversário. Mas por pouco tempo, pois outro surge no seu lugar passado uns segundo, não no local onde foi enterrado, mas na porta de entrada. Assim, faz parte da estratégia de jogo identificar correctamente qual o momento em que devemos incapacitar momentaneamente o adversário, enterrá-lo, ou simplesmente deixá-lo livremente seguir o seu curso. E cuidado, pois também nós podemos cair no buraco que fizemos (o que vai acontecer com demasiada frequência nas primeiras vezes que jogarem).

Nos níveis mais avançados, torna-se mais difícil conseguir fazer com que os adversários caiam nas armadilhas. Normalmente, quando detectam o buraco, mudam de direcção. Apenas quando estamos praticamente em cima do adversário e escavamos o buraco, se consegue atraí-lo para a armadilha. Com a experiência aprendemos a temporizar o momento em que o fazemos. Além disso, podemos ainda utilizar o buraco para, nesses níveis mais avançados, impedir que os adversários se dirijam para a ala em que nos encontramos.


Existem três tipos de inimigos, cada qual com as suas características próprias. As múmias normalmente perseguem-nos e podem cair nas armadilhas que fazemos. As carochas, ao contrário das múmias, não nos matam, no entanto, quando nos picam, ficamos desorientados durante alguns segundos, ficando assim sujeitos a sermos apanhados pelos outros adversários. Finalmente, o mais temível, a cobra. Esta move-se num movimento padronizado, com mudanças de velocidade, e ao contrário dos outros inimigos, não cai nas armadilhas.

Os próprios cenários encerram alguns perigos ou peculiaridades. Buracos armadilhados ou portais para outros locais fazem parte do terreno de jogo, e desde cedo que vamos ter que aprender a evitar ou utilizá-los (neste caso os portais).

Mas também foram concedidas algumas ajudas, escondidas nas pedras que encerram as jóias (temos que as destruir com a pá). O mais útil de todos é o elixir, que concede imunidade durante dez segundos, permitindo-nos inclusive passar incólumes pelas armadilhas.

Explicado o conceito do jogo, resta dizer que tudo o que se encontra em Shovel Adventure está apuradíssimo. Desde o maravilhos ecrã de carregamento, aos gráficos, cenário e músicas esplendorosos, até a uma jogabilidade muito acima da média, que consegue desde logo cativar o jogador. Este é daqueles jogos que enquanto não chegamos ao fim, não descansamos, um pouco como o que acontecia com Black & White. Tal como dizem nuestros hermanos: é um jogaço!

2 comentários:

  1. Já comecei a jogar esta nova pérola. E é tão bom sentir aquele entusiasmo de outrora quando nos deparávamos com um jogo desta qualidade que nos prendia à televisão por horas e horas, dias e às vezes semanas. Especialmente nesta época do ano, era fantástico. Lembro-me do Moley Christmas que saiu numa YourSinclair.... por esta altura também. Fiquei horas e horas com o meu irmão até completar-mos todos os niveis.
    Muito bom!

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    1. Também gosto bastante do Moley Xmas (comprava sempre a Your Sinclair). Apesar de ter apenas seis níveis, era muito engraçado. Quanto a este, é já um dos jogos do ano... :)

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