terça-feira, 21 de setembro de 2021

Asteroids RX


Nome: Asteroids RX
Editora: Highriser
Autor: Allan Turvey
Género: Shoot'em'up
Ano de lançamento: 2021
Teclas: Redefiníveis
Joystick:  Não
Memória: 48 K / 128 K / Spectrum Next
Número de jogadores: 1

Já estamos habituados a que Allan Turvey pegue em clássicos do Spectrum ou das máquinas de arcada, faça algumas (muitas) melhorias, lançando depois com a denominação "RX". Foi assim com Jetpac RX e com Bruce Lee RX, por exemplo, dois trabalhos que já eram brilhantes, mas que com a intervenção de Allan, conseguiram elevar ainda mais o seu patamar de qualidade (a melhoria gráfica em Bruce Lee, então, é espantosa). 

O mesmo se passa com Asteroids RX, que sendo um desafio mais básico e simples que os outros jogos mencionados, mas mesmo assim o programador passou longos meses a afinar todos os pormenores, nomeadamente ao nível das colisões, introduzindo ainda novas opções, que aumentam bastante a jogabilidade. E isso podemos assegurar, pois fomos também testando as muitas versões que foram sendo feitas, em cada uma delas tendo sempre pequenas melhorias relativamente à versão anterior. Estas podem ser ao nível gráfico, como por exemplo a possibilidade de fazer variar a cor da nave e dos asteróides, ou mesmo ao nível da mecânica de jogo, como movermo-nos no hiperespaço, quando as coisas ficam feias para o nosso lado, ou, numa segunda versão ("Deluxe"), em que podemos activar um escudo protector que nos torna imunes aos detritos cósmicos. 

A versão do hiperespaço ("Classic") poderá ser mais do agrado dos "puristas", não só porque é um pouco mais difícil que a versão "Deluxe", mas também porque se aproxima mais da ideia que temos do jogo original das arcadas, não obstante a opção do hiperespaço não existir aí. Por outro lado, a versão "Deluxe" traz outras novidades, oferecendo atractivos extra para o jogo, além de uma estratégia diferente de abordagem do desafio.

A história é redundante. Apenas no interessa saber que controlamos uma nave que se encontra em plena cintura de asteróides. Estes começam por ser de grandes dimensões e vão vagueando pelo ecrã num movimento lento e directo. Quando atingem um dos cantos, vão reaparecendo aos poucos no canto oposto. O mesmo sucede com os nossos disparos, que quando atingem um canto, reaparecem no lado oposto. Para se completar o nível, temos que destruir todos os asteróides. O problema é que quando atingimos um asteróide, este divide-se em dois mais pequenos, aumentando também a sua velocidade. E voltando a ser atingido, mais uma vez se divide em dois novos pedaços, geralmente aumentando ainda mais a sua velocidade. Só então, se os voltarmos a atingir, são destruídos.

Como se a tarefa não fosse difícil o suficiente, pois como a tendência é estarmos sempre com o dedo no gatilho, rapidamente o ecrã vai ficando povoado de pedaços, voando em todas as direcções e velocidades, periodicamente surgem ovnis. Podem ser de duas espécies, tendo em comum que desatam a disparar, geralmente na nossa direcção. O ovni maior é relativamente fácil de eliminar, pois é menos inteligente e dispara quase aleatoriamente, no entanto, o ovni mais pequeno, é uma verdadeiro quebra-cabeças, disparando na nossa direcção de forma muito certeira.

Para evitarmos colidir com os asteróides ou sermos atingido pelos disparos, podemos sempre activar o hiperespaço. Quando isso acontece, a nossa nave reaparece num outro ponto aleatório do ecrã. No entanto, apenas devemos utilizar esta opção como último recurso, não só porque por vezes a nave reaparece em cima de um asteróide, com os resultados esperados, mas também, e porque pode ir parar a um ponto qualquer do ecrã, se este estiver demasiado povoado com pedaços de asteróides, o mais certo é não conseguirmos identificar imediatamente o local onde a nossa nave reaparece e ficarmos sem reacção suficientemente rápida para evitar colidir com qualquer coisa.

À medida que vamos avançando nos níveis, o grau de dificuldade aumenta, uma vez que surgem mais asteróides no ecrã, e as naves inimigas também surgem com mais frequência e com maior agressividade (e com dedo no gatilho mais certeiro). A partir do nível 8, a missão torna-se mesmo caótica, tal o número de pedaços de asteróides, naves e disparos no ecrã. Mesmo com a nossa nave sempre em movimento (há que contar com a própria inércia da nave, sendo esta uma dificuldade acrescida), só com muita sorte se consegue passar incólume os níveis. Vá lá que Allan compadeceu-se dos nossos esforços e a cada dez mil pontos, somos agraciados com uma vida extra.

Se optarmos pela versão "Deluxe", cada vez que activamos o escudo protector e somos atingidos por um asteróide, a nossa nave sofre, como seria de esperar, o efeito de rebate, sendo rechaçada para trás. Além disso, esta versão apresenta novos inimigos. Além das naves alienígenas, aparece ainda um objecto, que depois de atingido, parte-se em vários bocados, sendo atraído pela nossa nave.

Asteroids RX é assim o melhor clone de Asteroids actualmente no mercado. Foram muitos meses para que o jogo chegasse a este ponto de perfeição, mas Allan fez um trabalho magnífico, dedicando-o ao recentemente desaparecido Sir Clive Sinclair, contemplando uma dedicatória no jogo. Mesmo quem não gosta do género, dificilmente consegue parar. Claro que o jogo não tem fim, sendo uma luta pela melhor pontuação, por isso ideal para ser jogado em família.

Poderão vir aqui descarregar o jogo, tem um custo de 4.99 usd, mas permite aceder a ambas as versões (ZX Spectrum e Next), dando assim uma pequena contribuição ao seu autor, justíssima tendo em conta todo o trabalho que Allan tem vindo a desenvolver em prol do nosso amado computador. Por outro lado, poderão alternativamente tornar-se seus patreons, não só acedendo imediatamente a este jogo, mas a todos os outros trabalhos deste prolífico programador, que desenvolve nove jogos com uma cadência surpreendente. Para isso basta aqui virem, onde poderão consultar as várias modalidades.

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