domingo, 15 de dezembro de 2019

Automated Cave Explorer


Nome: Automated Cave Explorer
Editora: NA
Autor: Alexey Borisov
Ano de lançamento: 2019
Género: Labirinto
Teclas: Não redefiníveis
Joystick: Não
Memória: 48 K
Número de jogadores: 1

Já não era lançado um clone de Boulder Dash desde que Denis Grachev nos trouxe o magnífico Tourmaline, no já distante 2016. E agora, para a competição Yandex Retro Games Battle 2019, novo jogo do género, e excelente, por sinal. O seu autor é para nós desconhecido, Alexey Borisov, mas a avaliar pelo que ele aqui fez, tem um futuro brilhante à sua frente.

A história é muito simples: após a morte da humanidade, a estação automática arqueológica continua a laborar. Desta vez tem uma nova tarefa em mãos, a extracção de quatro artefactos de outras tantas caves. Para se conseguir terminar a tarefa é necessário, em cada um dos patamares, recolher todos os cristais de energia. As caves são escolhidas no menu adicional, e têm um nível crescente de dificuldade, ou pelo menos assim parece (ainda não conseguimos ver todas até ao fim, muito longe disso).

Cada uma das grutas contempla um cenário diferente, e este é um dos (muitos) pontos fortes deste jogo. Temos consciência que nem toda a gente aprecia este género, mas dos muitos  que já vimos, este é sem dúvida um dos melhores, senão mesmo o melhor. E isto porque Borisov conseguiu acrescentar alguns aspectos inovadores, que faz com que seja muito mais que um exercício de reflexos, ou um mero quebra-cabeças. Estes elementos estão presentes em doses industriais, como seria de esperar, mas Automated Cave Explorer é muito mais que isso.


Assim, além da já referida diversidade a nível dos cenários, as situações e inimigos a negociar também são bastante diferentes de cave para cave, e até de nível para nível. Se tudo começa mais ou menos de forma calma, e a única coisa que temos a temer é que o céu nos cai em cima, como diziam os Gauleses, ou neste caso, os pedregulhos e diamantes de energia que recolhemos (sim, estes também nos matam, se tivermos a infelicidade de ficar por baixo de um quando libertamos o caminho). Mas em breve começa a haver outro tipo de perigos: fogo que se espalha, bolas verdes saltitantes que quando esmagadas provocam um explosão, e outro tipo de inimigos que voam livremente pelos espaços libertos da cave, mas que se nos tocam, tem os resultados previsíveis.

Esses inimigos também nos podem ser bastante úteis, e aqui está um dos elementos mais difíceis do jogo. É de facto engraçado conseguir-se descarregar uma pilha de pedregulhos em cima dos inimigos e vê-los todos explodir graciosamente, mas de pouco nos serve se não destruírem consigo algumas das paredes que bloqueiam o caminho. Sim, é necessário nos níveis mais avançados definir-se de forma muito ponderada o local onde vamos fazer com que os pedregulhos caiam em cima dos inimigos, pois só assim alguns dos locais ficarão desbloqueados, permitindo recolher o resto dos diamantes, ou até chegar à porta de saída (esta só fica acessível depois de todos os cristais de cada nível serem recolhidos (no canto inferior do ecrã encontra-se o número que falta recolher).

Quanto à bola verde saltitona, também essa tem alguma estratégia associada. Assim, é necessário escavar o caminho à volta dela, por forma a orientá-la para pontos específicos onde possamos depois descarregar-lhe o entulho em cima. É ingrato estarmos praticamente a terminar o nível, como já nos aconteceu, e não conseguirmos chegar à porta de saída por essa ter uma parede a bloqueá-la, que deveria ter sido previamente destruída através de uma explosão. Muita ponderação envolvida, como podem ver.


Os gráficos para um jogo deste género poderiam ser apenas funcionais, que já ficaríamos satisfeitos. No entanto o programador também aqui caprichou, utilizando Tourmaline como ponto de referência. E o resultado é muito bom, também, com cenários e sprites bastante coloridos, a deixarem-nos com água na boca para os níveis seguintes. Apensa sentimos a falta de uma pequena melodia a dar mais algum colorido ao jogo, mas isso é perfeitamente perdoável, além de que nem sequer sabemos se haveria espaço para colocar mais alguma coisa neste excelente jogo.

Perante tudo isso, mesmo quem não aprecie o género, não poderá deixar de ficar agradado com Automated Cave Explorer. Aliás, comprovámos isso mesmo ao ver alguns dos comentários dos jogadores na própria página do concurso, reconhecendo o valoroso trabalho de Borisov. Aguardamos agora ansiosamente pelos próximos trabalhos, para já este encheu-nos as medidas e seguramente que nos dará muitas horas de diversão nas próximas semanas, até conseguirmos terminar todas as grutas.

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