É dia de "Os Jogos no Computador", a famosa rubrica do Correio da Manhã dedicada aos videojogos! Só que hoje trazemos duas notícias, uma boa e outra má. Comecemos pela má: não daremos seguimento à publicação das digitalizações como fizemos até à semana passada. Os posts eram referentes a recortes soltos e desordenados, alguns em mau estado de conservação e com muitas edições em falta. Tentámos o nosso melhor para organizar os scans de uma forma coerente, mas não com a qualidade que desejaríamos.
Agora a boa notícia! Um dos nossos leitores que nos tem seguido prontificou-se a corrigir essa lacuna, digitalizando a sua coleção! Ele resolveu-nos dois problemas: o das edições em falta e o da sua ordenação! Além disso, as novas digitalizações foram processadas para PDF com uma qualidade extraordinária. Portanto, hoje mesmo iremos reiniciar as partilhas de "Os Jogos no Computador" a partir do primeiríssimo número e seguir a ordem cronológica das edições!
A equipa do Planeta Sinclair agradece o esforço e dedicação do Mário Moreira pelo contributo de preservação desta querida rúbrica do Correio da Manhã! Passemos então à primeira edição!
No dia 23 de Julho de 1989 estreava uma nova secção no suplemento dominical no Correio da Manhã, denominada de "Os Jogos no Computador" da autoria de Paulo Ferreira que viria a trazer análises e opiniões "o mais justas possíveis". Também havia um espaço dedicado aos leitores com informações interessantes do ponto de vista da preservação.
Human Killing Machine estreou a análise semanal com uma crítica bastante favorável e bem humorada, quiçá um pouco atrevida como poderão verificar. A impossibilidade de redefinição de teclas e a óbvia falta de originalidade foram os dois grandes defeitos apontados, mas de resto o jogo caiu no gosto do autor da rúbrica.
Finalmente, fosse por falta de assunto ou porque o autor precisasse justificar-se de algo, temos uma opinião num tom severo de queixa sobre um fenómeno tão característico nos anos 80: a pirataria. Ficamos a saber que o Paulo comprava os seus jogos em Almada e que, invariavelmente, eram cópias piratas com ecrãs mutilados por inscrições dos piratas ("PS & LE", "PASM") ou alterados com hacks cujos códigos de activação revelavam um sentido de humor pueril.
Devemos ler isto com a devida distância histórica, pois como é óbvio, a pirataria é igualmente censurável estivessem os jogos modificados ou não. Naquela época por falta de legislação, as publishers internacionais não olhavam para Portugal como um mercado sério, e o público recorria à pirataria para obter jogos a preços mais acessíveis do que as caras importações. Manter uma rúbrica sobre videojogos poderia tornar-se numa actividade muito dispendiosa. Enfim, um dilema complicado! Os leitores do Planeta irão reparar que a problemática da pirataria se fará sentir em algumas das próximas edições.
A digitalização está acessível aqui.
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