sábado, 30 de outubro de 2021

Dream Walker

Nome: Dream Walker
Editora: NA
Autor: Gareth Pitchford
Género: Aventura de texto
Ano de lançamento: 2021
Teclas: NA
Joystick:  NA
Memória: 48 K
Número de jogadores: 1

Não temos dúvidas, está encontrado o sucessor de John Wilson, o afamado mentor da Zenobi, que infelizmente nos deixou há alguns meses: Gareth Pitchford. E desta vez tivemos o privilégio de ir testando o jogo, com a preciosa ajuda do seu autor, que por vezes nos foi encaminhando na direcção certa.

Os jogos de Gareth Pitchford têm sempre algo de novo, que os distingue das aventuras de textos mais estandardizadas. Lembramo-nos de duas que gostámos particularmente. A primeira, Deer Creek, era quase um manual de boas práticas para o aventureiro inexperiente, que tinha oportunidade de ser acompanhado por uma espécie de tutorial ao longo da narrativa, dando-lhe o devido suporte para ir avançando. A história era hilariante, com trocadilhos constantes ao nível das palavras.

O segundo, Mirror Mirror, lançou as bases para Dream Walker. A fazer lembrar os Escape Rooms, trouxe novos conceitos ao nível da manipulação dos objectos entre dimensões, algo que é reaproveitado de forma brilhante neste novo jogo. Por vezes vai também beber um pouco de inspiração a Unhallowed, naquele que foi considerado por Planeta Sinclair como o Jogo do Ano de 2018.

Mas além de Dream Walker ser um jogo de sonho, é também um jogo sobre sonhos. É composto por três partes, sendo a primeira um curto tutorial, onde apreendemos alguns dos conceitos e da forma de se ir avançando nas partes 2 e 3. Aconselhamos a não entrarem nestas duas últimas, sem antes terem passado pela introdução. E já agora, aconselhamos também apenas a pegar na parte 3, depois de terminarem a 2, não só para tornar a história mais coerente, mas também porque vai facilitar na resolução de algum dos muitos quebra-cabeças que vão encontrar ao longo do jogo.

Tudo começa quando acordamos no nosso quarto e a nossa mãe nos chama para o pequeno-almoço. Mas as aparências iludem, logo a começar pela nossa identidade. O mistério vai-se adensando quando vamos para a rua, entramos nas diversas casas e encontramos crianças a dormirem. Algumas aparentam estar bastante inquietas, e temos que encontrar forma de entrar nos seus sonhos (ou pesadelos), e ajudá-las a resolver as diversas situações que as impedem de dormir o sonho dos justos. Cada sonho representa um Escape Room, por vezes interligados com o sonho de outras crianças. Os objectos no mundo real poderão servir no mundo dos sonhos, mas temos que encontrar forma de lá os materializar. Dominar a forma como os objectos se movem entre mundos, é fundamental para se conseguir avançar. E já agora examinar, procurar e observar tudo ("examine", "search" e "look under" por vezes dão respostas diferentes).

Na primeira parte do jogo (excluindo a introdução), existem quatro sonhos para serem resolvidos, cada qual apresentando os seus problemas. A diversidade é imensa, e custa a crer como Gareth consegui ter imaginação para criar todas estas situações. No fundo, é quase como se cada sonho representasse um jogo diferente. Gostámos especialmente da volta ao mundo das fábulas, recheadas de locais que nos trazem à memória Hans Christian Andersen e outros heróis da nossa infância, e a viagem até ao castelo, no qual se tem que ir experimentando os diversos objectos até se encontrar a sequência correcta.


A segunda parte tem menos sonhos (três, embora na realidade dois sonhos estejam interligados, e o terceiro é mais um pesadelo - quando lá chegarem irão perceber). Apesar de ter menos locais e ser um pouco mais pequeno que a primeira, o grau de dificuldade aumenta, dai termos referido que seria importante que quando aqui chegássemos, já tivéssemos terminado as partes anteriores.

Quando chegamos à sequência final, temos um déjà vu e entramos num loop desenfreado. É necessário muita ponderação e pensamento lateral, por forma a encontrar-se a solução. É neste momento que também vamos exorcizar alguns demónios e perceber o sentido de tudo isso.

Assim, Dream Walker é sem qualquer dúvida o melhor (e maior) jogo de Gareth Pitchford. É tremendamente absorvente e adorámos cada momento que passámos a tentar resolver as muitas charadas. Não será o jogo mais fácil para aventureiros que se iniciam agora neste mundo, pois poderão encontrar algumas dificuldades inesperadas, mas é tremendamente recompensador chegar ao fim. É já um dos grande jogos de 2021 e certamente candidato ao GOTY 2021, pelo menos na categoria das aventuras de texto.

Dream Walker pode aqui ser descarregado.

4 comentários:

  1. Gosto das aventuras de texto contudo tendem a ser monótonas. Para melhorar gosto das que aparecem ilustrações ,depois disso prefiro as tipo point and click como no key island,elvira ,beneath a steel sky .etc...
    Mas claro é a minha opinião. .
    Presunção e água benta cada um toma a que quer 😊😊😊😉

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    1. Desde que os textos sejam bons, estas são imbatíveis

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  2. Ainda não experimentei mas pelo que leio parece ter raízes no Mirror Mirror. Se é assim, terei que testar com cuidado para o GOTY eheh

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