segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

Lovecraft Mythos


Nome: Lovecraft Mythos
Editora: Ancient Bytes
Autor: Cebrian
Ano de lançamento: 2019
Género: Acção
Teclas: Não redefiníveis
Joystick: Não
Memória: 48 / 128 K
Número de jogadores: 1

Os horrores primitivos despertaram! O cosmos está destinado a ser consumido num desespero indescritível, enquanto que a humanidade está impotente contra os seres que desafiam as regras do próprio Universo. A única esperança está nas mãos de uma única pessoa. Armado apenas com a sua Colt de confiança, uma coragem de aço, completamente insano e uma estranha semelhança com Charles Bronson, sozinho vai tentar provar o seu valor derrotando os pouco inteligentes monstros. É esta a história de Lovecraft Mythos, lançado nestes primeiros dias de 2019.

Estamos aqui perante um puro jogo de plataformas, fazendo pela sua simplicidade lembrar alguns dos jogos dos primórdios do Spectrum, nomeadamente Joust, mas com gráficos melhorados. O objectivo é ao longo de oito níveis, cada um representado por um ecrã, apanhar as nove chaves que permitem completar o quadro que se encontra na parte central superior. Quando se apanha uma chave, passado alguns segundos materializa-se outra chave, e assim por diante.

Mas se o personagem é insano, também este jogo é insanamente difícil, fazendo lembrar muitos jogos espanhóis que apareceram nos anos oitenta, com gráficos belíssimos, mas depois com um grau de dificuldade tão elevado que reduzia substancialmente a sua jogabilidade. Precisamente o que se passa aqui, e muito por culpa das dezenas de inimigos que estão constantemente a materializar-se ao nosso redor. Para cúmulo, a nossa arma tem munições demasiado limitadas, muito embora de vez em quando se possa recarregar com mais um disparo, quando o símbolo da bala aparece algures no cenário.


Os inimigos têm também diferentes graus de malignidade. Assim, o Shoggoth assemelha-se a um caranguejo, permanecendo sempre na plataforma onde nasce, mas torna-se bastante incomodativo pois estamos sempre em movimento, e qualquer empecilho numa plataforma torna-se uma ameaça maior. O Cthonian aparece assim que tocamos no fundo do ecrã (área sempre a evitar), não pode voar, mas persegue-nos pelo chão a uma velocidade tremenda. Existe depois o Night Gaunt, que tem a capacidade de voar e persegue-nos inapelavelmente em sentido recto, o que quer dizer que existe a hipótese de ficar encurralado entre plataformas ou outros obstáculos. Por fim, o The Deep One, salta de plataforma em plataforma, sempre em nossa perseguição, e a única hipótese que temos, se não quisermos gastar as parcas munições, é tentar fazer com que toque no fundo do cenário, única forma de ser eliminado.

Claro que os monstros têm um tempo de vida muito limitado (alguns segundos, apenas), mas o benefício é pequeno, pois assim que um desaparece, logo outro reaparece em sua substituição. E para complicar a tarefa, e uma vez que teremos que dosear muito bem a nossa vontade de atirar em tudo o que se mexa, apenas conseguimos sobreviver a três impactos com os monstros.


Também nos são concedidas algumas ajudas. Assim, por vezes podemos tentar chamar o nosso Deus preferido (existe essa opção no menu principal). A maioria irá ignorar a nossa chamada, mas por vezes poderão conceder ajudas ou efeitos especiais, seja lá isso o que for (nunca notámos que tivéssemos recebido ajuda alguma). O que realmente é positivo é o facto de após completarmos cada nível ser-nos dado o nome de um Deus e isso permitir-nos continuar a partir desse nível sem termos a necessidade de recomeçar do zero.

Assim, o nível de dificuldade desajustado, com dezenas de monstros a aparecerem no ecrã, muitas vezes junto a nós quando já estamos em movimento, não nos sendo concedida qualquer hipótese de escapatória (já para não falar que quando algum nos encurrala num canto, não existe arma que nos valha), reduz drasticamente a jogabilidade de um jogo que tinha capacidade para atingir outros vôos. Da forma que está, o que se obtém é uma grande dose de frustração, que nem os gráficos e cenários engraçados conseguem diluir. Se não acreditam, venham aqui descarregar este jogo de arrancar os cabelos...

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