quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Gluf


Nome: Gluf
Editora: Retrosouls Team
Autor: Denis Grachev
Ano de lançamento: 2019
Género: Plataformas
Teclas: Não redefiníveis
Joystick: Kempston, Sinclair
 Memória: 128 K
Número de jogadores: 1

E aquilo que o programador russo Denis Grachev andava a prometer à muito tempo (um Mega Jogo), conseguiu-o agora com Gluf. Tourmaline e Old Tower por uma unha negra não o conseguiram, e talvez até tenhamos sido injustos na análise, em especial com o primeiro, considerado um dos melhores jogos de 2016. Mas ainda vamos a tempo de nos redimirmos e dar o mais que merecido galardão a Denis, ainda por cima com um jogo que nos encheu por completo as medidas. Começámos também a nossa review pelo fim, mas isso porque ainda estamos meio aturdidos com Gluf.

Tal como em Old Tower, também aqui Denis utilizou o seu sistema multicolor scroller (visível apenas no ecrã abaixo, para os restantes não activámos o sistema), dando um colorido quase surreal a um jogo para o Spectrum. E apesar de utilizar ao máximo as capacidades deste computador (128 K), é brilhante aquilo que conseguiu fazer com tão pouca memória, sendo o único senão, e que não é de admirar, não possuir ainda mais níveis do que aqueles que tem (contámos à volta dos vinte até terminarmos o jogo).


Gluf é um sapo, mais precisamente um Tesla Sapo (Tesla Frog). Tal como a viatura, tem uma bateria que lhe permite acumular carga eléctrica, desde que carregado nos locais indicados para o efeito (possuem o símbolo da electricidade). Depois da bateria carregada (visível na barra inferior do lado direito), terá que carregar as plataformas, para isso bastando passar por cima delas. Desta forma transfere-lhes a sua carga, tendo que ter em atenção que a bateria não tem carga ilimitada e regularmente terá que a recarregar. Só após todas as plataformas serem "pisadas", é que podemos passar para o nível seguinte.

No encalço de Gluf encontram-se uma série de inimigos, que se lhe tocam, matam-no, implicando recomeçarmos o nível (temos vidas infinitas, portanto também não é muito penalizador). Alguns são relativamente fáceis de evitar, pois têm movimentos previsíveis, no entanto, alguns movem-se aleatoriamente pelo cenário, e só com alguma sorte lhes conseguimos escapar.


Para complicar a coisa, existem plataformas ao longo dos cenários, por vezes acessíveis através de elevadores, outras apenas acessíveis após passarmos por determinas plataformas que desaparecem depois de pisadas. Estas poderão também ser utilizadas a nosso favor, bloqueando, ou mesmo encurralando alguns dos inimigos. Existe também a possibilidade de deslocarmos o ecrã um pouco para cima ou para baixo, vendo o que se passa nas plataformas mais próximas, muito útil para quando queremos movimentar-nos ou saltar entre elas. No entanto, se estivermos num dos elevadores, este truque não funciona e arriscamo-nos mesmo a ir de encontro a um inimigo sem termos possibilidade de escapatória.

A mecânica de jogo, para quem conhece Multidude ou Alter Ego do mesmo autor, verá que não é muito diferente, simplesmente o resultado aqui encontra-se mais polido (além das próprias vantagens do sistema multicolor scroller). O movimento do sapo é de uma graciosidade a toda a prova, os cenários maravilhosos, com um colorido que seria difícil de imaginar que se conseguisse passar para o Spectrum ainda há uns poucos anos. Nem sequer o pormenor da música, da autoria de Oleg Nikitin (n1k-o), foi descuidado, com uma melodia bastante agradável, mas tendo a possibilidade de ser desligada se isso nos estiver a dar cabo da concentração.


E voltamos novamente ao início: com um jogo deste calibre, não tínhamos outra hipótese do que atribuir o primeiro galardão de Mega Jogo segundo o novo sistema de pontuação. Gluf entra assim na galeria restrita dos melhores platformers para o Spectrum, a par de maravilhas como Bomb Jack ou Bubble Bobble. É completamente irresistível, viciante, e a única coisa lógica a fazer é irmos imediatamente descarregar aqui o jogo, que ainda por cima é gratuito.

Muito obrigado Denis Grachev, contribuíste para fazer a nossa vida virtual um pouco mais feliz! Mal podemos esperar pela tua próxima obra...

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