sexta-feira, 5 de março de 2021

Dark Transit: Kappa Strikes Back


Nome: Dark Transit: Kappa Strikes Back
Editora: NA
Autor: Sasa Bjedovic
Ano de lançamento: 2021
Género: Acção
Teclas: Redefiníveis
Joystick: Kempston, Sinclair
Memória: 48 / 128 K
Número de jogadores: 1

Depois do surpreendente Dark Transit, o primeiro jogo de Sasa Bjedovic, este programador regressou com a sequela. O jogo tem agora um formato mais padronizado, no entanto, não deixando o autor de lhe dar o seu cunho pessoal. E é mesmo isto que pro vezes sentimos falta, não é necessário ser um exímio programador, tão ou mais importante é perceber aquilo que torna um jogo divertido, ajustar o nível de dificuldade, não esquecendo que se vai encontrar jogadores com mais e menos habilidade (e tempo para jogar), e, se possível, incorporar elementos que de alguma forma sejam inovadores e que rompam com o que está instituído. E em jogos de plataformas / acção, como é aqui o caso, mais importante se torna.

Dark Transit II (chamemos-lhe assim), tem isso tudo. É divertido? Sem dúvida, não sendo um jogo muito longo, consegue captar a nossa atenção até se chegar ao fim. Tem o nível de dificuldade ajustado? Sim, não sendo muito difícil, as três vidas iniciais são suficientes para se completar a missão, depois de se ganhar alguma experiência. Preferimos mil vezes um jogo com um nível de dificuldade médio e poucas vidas, do que um jogo com muitas vidas e um nível de dificuldade extremo. E por fim, é de algum modo é inovador? Também, pois ao incluir inimigos que são eliminados de diferentes maneiras, e objectos que podem ser utilizados para desbloquear o caminho, consegue-se dar um aspecto diferente ao jogo.

Outro aspecto muito cuidado em Dark Transit II é a sua apresentação. Assim, o programador inclui a história e as instruções junto com os ficheiros do jogo (versão 128K com música que já antes ouvíramos noutros jogos, versão 48K sem música, mas remetendo para a banda sonora que de resto tanto gostámos aquando do primeiro episódio). Basta olhar para o ecrã acima para se perceber isso.

Assim, após Kappa 33975 (o número que se pode ver no ecrã de carregamento) regressar a Proxima 1a, informou a ISS que os alienígenas destruíram e mataram todos os Kappa no posto de mineração 353 em Proxima 3b (ver a história do primeiro episódio). Mas mais uma vez recusaram-se a acreditar em Kappa. Não obstante, ele tem fortes evidências daquilo que diz: o corpo de um alienígena.

A ISS queria certificar-se disso rapidamente e enviou a nave mais próximo para a base. Esperava-se que a viagem demorasse 47 dias terrestres. Mas poucos dias depois, Kappa 33975 recebe um SOS de um dos postos de mineração ​​em Proxima 2b, pois um ataque alienígena estava muito perto da base e junto a Dark Transit. Cabe a Kappa 33975 voltar a resolver o problema, só que desta vez devidamente preparado, isto é, armado e perigoso...

É neste ambiente futurista que se desenrola este agradável jogo. Se experimentaram o primeiro episódio, decerto recordar-se-ão que a missão era bastante relaxante (a música também o ajudava). O mesmo se passa com este segundo episódio, mesmo tendo inúmeros inimigos e, em alguns caso, ter que entrar a matar nos novos ecrãs, isto é, disparar logo para tudo o que se mexa. Mas existem sempre pontos seguros onde podemos parar para descansar e recarregar energias. É mais um ponto positivo, pois contribui para criar uma sensação de bem-estar. Não sabemos sequer bem explicar, mas o facto é que o jogo tem um efeito calmante.

Referimos logo de início às diferentes formas de eliminar os inimigos. Estes são de vários tipos, e enquanto uns morrem com um disparo da nossa arma, outros são imunes a ela e necessitam uma forma mais engenhosa de serem colocados fora do mapa. Alguns ecrãs têm um vagão de esmagamento ("crushing cart", no original), que pode ser movido contra os inimigos e desta forma  eliminar os drones verticais. Por outro lado, os nativos do planeta onde nos encontramos também são insensíveis ao disparo da nossa arma, e apenas podem ser abatidos com o drone de guarda que gira à nossa volta. Mas esse, por vezes deixa de funcionar quando entra em contacto com um alienígena (eliminando-o), pelo que convém que seja poupado apenas para quando necessário e em tudo o resto utilizar-se a arma, pois essa tem munições ilimitadas.

Os próprios cenários são um pouco labirínticos, e entre lava e outros obstáculos que matam ao contacto, sendo-nos exigido destreza a movimentar Kappa, existem portas de acesso que necessitam de um cartão para serem abertas, e paredes que necessitam de ser desobstruídas. Para isso utiliza-se os objectos que temos em nosso poder, de uma maneira estranha, diga-se. Carregando na tecla "1" podemos seleccionar o objecto que queremos usar, esse cai então à nossa frente. Apanha-se o objecto, e eis que surte efeito, desbloqueando as portas ou os obstáculos. Talvez neste aspecto existisse uma forma mais funcional de fazer a coisa, evitando esta tecla adicional e a consequente pausa, sempre complicado quando temos um inimigo a aproximar-se, mas é apenas um pormenor. 

Assim, Sasa consegue transformar aquilo que poderia ser um banal jogo de plataformas / acção, num desafio competente e divertido, com gráficos que não são um espanto, mas que os cenários bem imaginados disfarçam. Mas acima de tudo com uma jogabilidade bastante acima da média. Nota-se assim uma excelente evolução deste programador, que promete trazer-nos muitas alegrias no futuro.

2 comentários:

  1. Hey Andre It's me Goliat I just released Astro Phobos

    https://goliat.itch.io/atro-phobos-zx-spectrum-48kb128kb

    TY...Enjoy...

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